Coleção pessoal de UmSimplesAutorOfc

Encontrados 9 pensamentos na coleção de UmSimplesAutorOfc

⁠Amor x Ódio

O amor ceifava o ódio,
Enquanto o ódio ceifava a vida.
Em várias caminhadas pela madrugada,
Uma alma perdida se reencontrava.

O ódio sentia amor e negava piamente,
O amor ceifava o ódio fizesse sol ou chuva;
Sabia que mais cedo ou mais tarde,
Teria o resultado de sua labuta diária...

⁠Ilha

Queria sorrir de verdade,
Não contemplar estas falsas verdades,
Que habitam as grandes, e também as pequenas cidades.
Cidades são pessoas ilhadas,
Sem tempo para nada.
Com pouco auto-estima e falta de simplicidade;
Sorrisos são alheios às veracidades,
E eu sou mais uma destas cidades...

Entre Tolos e Sábios

Eram espinhos banhados de ouro,
mas não deixaram de serem espinhos.

O tolo enxergava apenas os quilates,
O sábio enxergava os espinhos.

Eram apenas fezes banhadas de ouro,
Mas não deixavam de serem fezes.

O tolo enxergava os quilates,
O sábio enxergava às fezes.

Eram dias de chuva, eram também dias de luta;
O tolo se protegia, deixando de sorrir por nublado estar.

O sábio regozijava-se deliciando-se á cada gota que caia,
Sorria e cantava junto aos pássaros e vivia.⁠

⁠Metáfora

A vida é um floco de neve.
Também pode ser uma lata de lixo se você prefere;
A vida é como uma prece.
Mas também pode ser uma melodia simples;
A vida é uma vidraça.
E também pode ser um gume com duas facas...

⁠...Amores...

Esquecidos no tempo,
Perdidos em sentimentos
Não correspondidos.
Outrora amantes incansáveis,
Hoje, apenas amigos...

⁠Cernes

As rosas deixaram sua pétalas caírem antes da hora,
Agora tudo que lhe restou foram os espinhos.
Longe do ninho passarinhos até sobrevivem,
Por um tempo;
Mas em demasiada ausência, rompem o elo com a vida
E partem rumo ao cemitério dos cânticos.
Meninos são homens camuflados e excluídos de seus sonhos e sentimentos;
Homens são meninos e só descobrem quando não há mais tempo...

⁠Simples

Quando o sol te abraçar,
não se solte.

⁠Romeu & Julieta - Cena Subsequente

O sorriso dela despido de todo o receio,
Seus olhos de frente para o espelho repletos de veracidades,
Enquanto seu corpo baila por entre as lacunas do tempo e espaço.

São versos inacabados; são flores no deserto; são espinhos retirados de um coração estilhaçado.
São onze da noite ou uma da madrugada, não sei ao certo.

Mas, ao final desta ópera, as portas serão trancadas e as roupas retiradas com total calma e cadência;
Seremos Romeu e Julieta à espera da próxima cena!

⁠Tempo

Nada.
Meus filhos nunca quiseram nada.
Tudo.
Meus filhos sempre quiseram tudo;
E eu não sabia.

Havia.
Havia uma chance nova à cada dia.
Houveram.
Houveram "revanches", como às chamo ao lembrar-me;
Mas às desperdicei como quem desperdiça a vida milésimo a milésimo de segundo.

Queria.
Do meu âmago eu realmente queria,
Abster-me de todo o lucro que obtive em vida para saciar a fome de presença que meus filhos desejavam;
Queria de fato, agora inapto, ter visto seus olhos lacrimejantes e sentir o peso do mundo sobre minhas costas, ouvir seus soluços solitários em seus quartos e compreender minha falha.

Busquei?
Não, eu não busquei as respostas ou melhor,
Não fiz as perguntas certas;
O preço da ausência muitas das vezes se manifesta de forma abstrata e até incolor.
O preço da ambição desmedida,
É o fim do amor...
Tudo o que eles ansiavam tinha um nome: Tempo.