Coleção pessoal de umautordesconhecido
Assim que o tédio assola meticulosamente o espírito do homem, suavemente encaixando sua tromba notável na majestosa mente humana, o sábio espírito percebe que uma hora ou outra terá que discorrer sobre este fato inevitável. Dias tediosos são como a perda de olfato. Por mais que se tente mastigar o alimento, e além das tentativas de salgar ou disfarçar o gosto…não existe qualquer gosto e um certo nada participa da ação que vai automaticamente paralisando-se até o cuspe rude e terminal. Perde-se o sentido…não há razão lógica para encher o estômago sem tracejar o gosto. Resignado, o espírito em estado de tédio, cambaleia de um lado para o outro tentando assimilar tamanha inércia, e neste processo irreverente percebe que o enfrentamento é a forma de adquirir compreensão ante esta abocanhada da vida.