Coleção pessoal de umalagrima
Eu não sei escrever sobre você. É difícil, complicado e complexo. Por que você é sempre o verbo da frase, aquele que dá sentido a todo o resto. A icógnita da conta matemática, que não deixa somar, nem subtrair. Está lá, sempre atrasando minha vida, deixando a nossa relação em meio termo. E nunca faz nada para recupera-lá. Só espera atitudes de mim, não corre atrás e nem se importa tanto quanto eu. E o pior é que você, assim, com esse teu jeito todo errado, torto e bagunçado, consegue me arrancar sorrisos quando eu menos espero, quando não é o momento certo. E repito: Eu não sei escrever sobre você. Mas eu tento, eu sempre tento. Por que no final, você sempre dá um jeito de fazer valer a pena.
É difícil sabe? Esbarrar com alguém para desabafar hoje em dia. E se você conseguir isso, será uma pessoa de sorte. Eu só preciso colocar para fora tudo que me atormenta por dentro. Você pode ser melhor que eu. Ou pior. Tanto faz. E penso isso, porque acho que ninguém é tão cheio de problemas como sou. Ninguém faz tanto drama como faço. Ninguém é tão… Complicado. Muitos vão ler, e poucos vão compreender. Alguns vão ignorar e outros nem chegarão ao final dessa carta. Seja lá quem você for, não me importa. A minha finalidade sempre vai ser a mesma: Encontrar alguém me entenda.
Eu não suporto o tipo de pessoa igual a você. Nunca atraiu, encantou ou interessou. Nem fez bem, mal ou diferença. Mas por algum motivo - não identificado. Eu adoro estar ao seu lado. E todos os meus conceitos e gostos que sempre tive e mantive firmemente, caem e perdem a lógica perto de você. Simplesmente não importa mais se nunca gostei de pessoas iguais a você. Só sei que de você… Eu gosto.
Você não perguntou como foi o meu dia, mas eu queria te contar mesmo assim. Não foi tão diferente dos outros dias, é verdade. Sei que não sou uma pessoa muito interessante, que sempre vai ter assunto em cima de assunto. Sou meio rotineiro, sem graça, mal feito. Eu sei. Mas em meio as pessoas vazias que encontrei hoje, percebi que eu, eu estava cheio de você. Não um cheio da forma estúpida da coisa, era um cheio de vontade, desejo, saudade. Umas três vezes eu quis estar com você. Tudo bem, foram umas cinco. Eu disse que não gostava daquele seu cantor favorito, mas me peguei ouvindo uma musica, só para lembrar de você, só para te trazer pra perto. Porque, você sabe, que estava longe. De mim, do meu cheiro, de nós. Segui em frente, continuei meus afazeres diários, minhas sentenças da vida. Vi um casal na rua, enquanto voltava pra casa, um deles falava: Você não tem medo de nada? E o outro respondeu: Tenho, de cobras. Eu não me contive, e respondi também, na minha mente, pensando em você: Tenho, de te perder. Cheguei no meu quarto, e não te vi na minha cama, já era esperado, sonhos são sonhos. Que eu sempre tenho esperanças de se realizar. Quis te buscar, quis te ter, quis chorar, quis você. Mas você sabe, era só mais um dia qualquer, como os demais. Você não perguntou como foi o meu dia, mas eu quis te contar mesmo assim.
Em meados dos anos 50, em uma cidadezinha pequena, em algum lugar do Brasil, onde os detalhes não importam e as pequenas coisas prevalecem. Encontrava-se Antônio, mais um trabalhador árduo desde jovem, sempre trabalhou na roça, em condições humildes. Ele nunca se importou com as coisas de maior valor, assim como muitos que vem de cidade pequena. A família nunca se importou com ele. Não sabia ao certo o que significava família, nem de longe. E Judith, uma jovem da cidade, que assim como Antônio, trabalhava desde cedo. E que vivia por conta própria. Todos nós estamos cansados de ouvir essas histórias de nossos pais ou avós. De como antigamente trabalhavam desde pequenos e tinham que ter independência. Não era diferente com eles. E inevitavelmente, eles se conheceram. Antônio encontrou a parte que lhe faltava em Judith. E Judith encontrou a paz que lhe faltava em Antônio. Essas coisas de sempre. Vem à amizade, a paixão e o amor. Ambos não sabiam o que era ter alguém ao seu lado, não sabiam o que era ter alguém para contar, para conversar, para cuidar. E foi exatamente por isso que eles se deram tão bem. Trabalhavam cada vez mais, e também se apaixonavam cada vez mais. Antônio fazia questão de todos os dias, levar uma rosa que roubava de um dos vizinhos da região para ela. Era algo errado, pelos motivos certos. Em certo dia, ele comprou um radio, e eles passavam as noites ouvindo musicas do Elvis Presley, cantando e dançando. Judith nunca se importou que ele não soubesse dançar. E Antônio nunca se importou que ela não soubesse cantar. Mas eram as noites mais felizes e bonitas de ambos. Em uma dessas noites, Antônio havia esperado Judith, como fazia todos os dias, e lhe disse que tinha uma surpresa. Levou até um dos lagos da cidade, entregou a rosa do dia, mas com uma diferença, um bilhetinho pequeno, escrito com a sua letra, um garrancho, melhor dizendo. E nele estava escrito “Sei que não um cara charmoso, rico ou maravilhoso, mas deixa eu te mostrar que posso te fazer feliz? Eu não vou precisar de nada disso para isso. Foge comigo e vamos construir a nossa família? Deixa eu te cuidar? Se você quiser, se meu amor bastar.”. Judith, sem palavras, olha fixamente para frente, quando vê Antônio dizer — Aceita casar comigo? — Ela, quase que imediatamente, responde — Eu aceito. Algumas semanas depois, estavam os dois, juntando suas malas, e o pouco de dinheiro que tinham, e indo embora para a cidade grande. Eles mal sabiam por onde começar. Foram para a igreja, e mesmo que sem familiares, trataram de logo casar. Assim que o padre terminou a pequena cerimônia, ele chegou à parte “Judith, você aceita Antônio em casamento, prometendo amá-lo, respeitá-lo e ser fiel, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?”. — Eu aceito — Repetiu o processo com Antônio, terminando com ele respondendo — Eu aceito. E o padre terminou dizendo “Eu vos declaro, marido e mulher, pode beijar a noiva.”,. Antônio beija Judith intensamente, ela olha para ele e diz — Até que a morte nos separe Antônio. Eu te amo. E Antônio, sem pensar duas vezes, diz — Até que a morte nos separe Judith. Eu também te amo. Aos poucos, eles foram se acertando, passaram por grandes dificuldades, é verdade. Mas o amor forte e intenso que sentiam um pelo o outro, parecia superar qualquer barreira e dificuldade que fosse. Logo Antônio conseguiu um bom emprego, trabalhando em uma fábrica famosa de carros, e em pouco tempo, já estava comprando um terreno e construindo a casa que tanto sonhara ter com Judith. Assim que terminaram a construção da casa, venho o primeiro bebê. Eles nunca tinham ficado tão felizes. Ele cuidava melhor do que nunca de Judith e do bebê, comprava tudo que ela tivesse vontade, e se dedicava cada vez mais no trabalho. Com o nascimento e a alegria que o bebê trouxe, eles olharam para si mesmos, e descobriram, finalmente, o que era realmente uma família. Um encontrou no outro a resposta para o que ambos haviam buscado. Família era ter os seus sonhos, medos, desesperos e dificuldades compartilhados e, acima de tudo, ter um ao outro. Mesmo que tudo lhes faltassem, o importante eram eles se completarem. Dois anos depois, o segundo filho chegou. E dois anos mais tarde, o terceiro. Eles eram uma família humilde, porém de um caráter admirável. Criaram os filhos de uma forma justa e correta. Embora tivessem passado por coisas difíceis, os filhos cresciam felizes e sempre sorrindo, todos eles. Cada filho foi crescendo, se tornando homem ou mulher, e aos poucos, foram atrás de fazer o próprio futuro. Antônio e Judith haviam criados filhos maravilhosos e se orgulhavam todos os dias por isso. Eles também, de certa forma, criaram os netos que viriam a seguir. Porque muitos passavam mais tempo na casa dos avós do que em suas próprias casas. O que era natural, vendo que os dois tinham jeito para isso. Antônio sempre soube que Judith era o amor de sua vida e era algo encantador de se ver. Mas assim como o tempo passa, a velhice chega. E é claro, com ela vêm os problemas de saúde. Judith sentiu isso na pele. Vítima de um AVC, mais conhecido como derrame, que normalmente, deixa sequelas em quem as têm. E não foi diferente com Judith, que havia perdido os movimentos do braço direito e da perna direita. Ela, que sempre ousou de cuidar de sua casa sozinha, lavar as roupas, fazer comida, uma mulher incrivelmente independente. Agora, se via tendo que depender de outras pessoas para arrumar a casa, cozinhar e lavar roupa. Até para andar precisava de ajuda. Antônio sofreu junto com ela, cada dificuldade e problema que ela passava. Ele chorou junto, cada lágrima que ela derramava. Ele esteve com ela todo o tempo. Levando-a para a fisioterapia, todas as tardes, mesmo que estivesse cansado para muitas coisas, ele sempre estava disposto para ela no momento em que necessitasse. E aos poucos, ela foi melhorando, e quem pensa que ela desistiu de cuidar de seus afazeres? Pouco a pouco, ela foi voltando às rotinas de sua casa, da sua maneira, mas ela limpava, cozinhava e lavava. Usando apenas um dos braços e uma das pernas. Com alguma ajuda de vez em quando e para algumas coisas. Ela era um exemplo. Que mesmo depois de passar por tempos difíceis, ainda assim, lutava para não perder a capacidade de ser independente, para não se sentir inútil. E com certeza, isso ela não era, nunca foi. E assim foram nos últimos dez anos. Antônio levava Judith para a fisioterapia, para o médico ou simplesmente media sua pressão. Ele estava lá. Pronto para socorrer a qualquer momento. E nunca deixaram de estar juntos, nunca deixaram de se amar e se respeitar. Até que em um certo dia, ela foi hospitalizada, mais uma vez, com um segundo derrame. E o estado dela foi se tornando cada vez mais grave. Antônio tornou a levar uma rosa para Judith todos os dias em que passara no hospital, assim como fazia quando roubava uma rosa do vizinho, mas dessa vez, ele apenas fazia algo certo por motivos mais certos ainda. Aos poucos a situação de Judith foi piorando, e em uma das noites em que estava no hospital com Antônio, ela disse que não aguentava mais, mas tinha medo de deixar ele sozinho, porque ela sempre havia se preocupado mais com ele do que consigo mesma. Antônio disse para que não se preocupasse, mas sim, que se fosse chegado a hora dela, apenas vá em paz. Ele mesmo, não aguentava mais ver a esposa sofrer todos os dias. Ela olhou para ele, apesar do olhar enrugado e mais velho, ainda assim, o mesmo olhar apaixonado de quando se conheceram e disse — Eu te amo Antônio, sempre amei e sempre vou amar. — Ele segurou em suas mãos, beijou a sua testa e disse — Eu te amo Judith, sempre amei e sempre vou amar. Para todo o sempre. — Minutos depois ela sorriu, e adormeceu. No dia seguinte, chegava à notícia que Judith havia falecido. Junto venho o velório e o sepultamento. E enquanto Judith era enterrada, Antônio se aproximou do caixão e disse alto, acreditando que de alguma forma, ela o escutaria — Você foi a melhor companheira que eu poderia ter, durante mais de cinquenta anos. Você foi tudo para mim e sempre vai ser. Uma parte de mim está indo embora com você, a melhor parte. Nada do que eu tenha feito por ti, foi o bastante. Eu te amo, Judith. — Naquela mesma noite, Antônio estava em sua varanda, em meio a um céu estrelado. Ele se lembrou da frase do dia de seu casamento “Até que a morte nos separe.”. E ela havia separado. Pelo menos durante a vida, pelo menos por algum tempo. Mas a mesma morte que um dia os separou, seria quem um dia os faria se reencontrar. O amor momentâneo viverá por certo tempo, mas o amor verdadeiro viverá para sempre. Ele tinha certeza que ainda não era o fim. E quase sem pensar, olhou para o céu, com os olhos cheios de lágrimas, e disse — Até que a morte nos reencontre, meu amor.
Você não saberá quantas vezes falei seu nome em conversas paralelas, e quantas musicas escutei pensando em você. Não vai saber às vezes em que escrevi seu nome no caderno, na mesa, na parede. Às vezes em que te liguei e desliguei em seguida, só para ouvir sua voz. Porque estava com saudades. Você sempre me causou uma saudade imensa, mesmo que você nunca tenha percebido. E eu nunca demonstrado. Também não vai saber que já fiquei olhando fotos suas por longos minutos, e sorrindo sozinho. Nada do que eu diga faria diferença. Nada do que eu faça mudaria alguma coisa entre nós. E é exatamente por isso, porque os meus segredos não mudam nada e as minhas verdades não são suficientes para quebrar as mentiras e ilusões criadas. Que você não vai saber. Não precisa se importar, não precisa entender. Adeus ou até logo. Que seja. Quem amou fui eu, não você.
Agora não importa mais. A cada dia, o presente vai consumindo o passado. E tudo o que fica para trás, se tornam lembranças. Só que ainda é inevitável não pensar, não se perguntar. Valeu a pena para você? Todas as noites em que passei horas conversando contigo, te animando, te consumindo de carinho, de amor. Eu realmente te fiz bem? Porque eu não costumo fazer bem a ninguém. E já me acostumei com isso. Mas com você, eu fui o melhor que poderia ser. Com você, as minhas piadas, por mais sem graça que fossem, tinham graça. Com você, as minhas tristezas pareciam uma gota de água em meio a um oceano de alegria. Com você, esqueci o que era gostar e ter um pouco de atenção e passei a entender o que era amar e pensar em outra pessoa além de mim mesmo. Por isso ainda dói tanto. Por isso tenho tanto receio. Porque para mim, você foi a minha melhor recordação, o meu melhor presente, o meu maior orgulho. Você não só foi à primeira opção, mas também a única. Enquanto para você, eu não passei de uma tentativa de esquecimento. Não passei de um plano B, porque o plano A, não deu certo ou não valia à pena. É triste admitir, é difícil dizer. Mas eu me sinto uma brincadeira para você. E quem muito brinca, uma hora deixa de ser levado a sério.
Você sempre soube que eu não fazia o tipo descolado. E eu pensei que você me deixaria por eu ficar quieto na minha, acanhado na sala de aula, vivendo no meu próprio mundinho. Eu pensei que você me deixaria por ser o tipo nerd, ou melhor, CDF. Por ser o tipo que não liga para o que os outros vão pensar, e que faz as coisas sem se importar com ninguém. Você também não era a melhor das causas, não era o tipo mamãe-sou-popular, mas tinha pose de tal. A gente não era o casal exemplo. A gente não era o tipo que ia ganhar como o melhor casal do baile de formatura. Mas a gente era um casal, e isso bastava. E eu pensei que você iria me deixar por eu ser desligado de tudo, por eu não perceber coisas simples, como quando você pintava o cabelo, ou cortava uma franja. Nem mesmo quando você comprava roupas novas. Eu não percebia. Mas você sabe que eu era a única pessoa que dizia que você estava bonita todos os dias, mesmo não percebendo os detalhes. E você sabia que era real. Verdadeiro. Juro que pensei que você iria me deixar de lado, quando apareci naquela festa, com uma roupa brega, estilo “sou estranho”. E você me surpreendeu falando que achou bonitinho, e me deu um beijo no rosto e viu que o meu sorriso apareceu. Acho que o meu sorriso era você. Você podia ter me deixado quando viu que eu morava em uma casinha simples, humilde, sem muitas coisas, mas não, você só disse “onde é que fica a sua cama?”. Você foi quem fez o meu jeito, minhas manias e defeitos, se tornarem significativos. E eu me amei tanto, mas tanto, que percebi que você fazia eu me amar. E percebi também, meio sem jeito, que era você quem eu amava. Que era você quem eu precisava. Mas aí, você foi embora, como todos os outros. E eu lembro, que naquele dia, sentei na minha cama, segurei o travesseiro forte, e chorei me perguntando “Por que é que todos sempre tem que ir embora?”. Eu percebi, que você não havia me deixado antes, mesmo com todos os meus defeitos e jeitos complexos, porque eu te amava. Porque eu era o tipo que fazia de uma única pessoa, um mundo próprio. Deve ter sido exatamente por isso, porque você percebeu que eu era o melhor, mas não o que você precisava. Você foi procurar alguém que mude você, não quem você precise mudar. Você foi embora sendo quem você sempre foi. E eu fiquei aqui, sendo o melhor que eu poderia ser.
O que aconteceu com a gente? Passamos de amor à indiferença em menos de uns meses e alguns dias. Passamos de fim de ano para novo ano. Porém, o verdadeiro fim, foi o nosso. E o novo, ainda é desconhecido. Não estou dizendo que quero tudo de volta, que quero as conversas engraçadas, descontraídas e esquisitas. Também não estou dizendo que sinto a sua falta, eu até sinto. Sinto muito por não te reconhecer mais. Eu só queria entender. Ainda é muito difícil para mim. É um mistério, na verdade. O que houve com o “nós” que você tanto dizia? Com o amor? Com o amar? Se é que houve um nós. Se é que houve amor. Se é que houve amar.
Nascemos com certa ideia colocada em nossas mentes: Conhecer alguém, se apaixonar, namorar, noivar, casar, comprar uma casa, ter filhos, envelhecer, permanecer juntos até que a morte nos separe. Acontece que na maioria das vezes, a vida nos maltrata. Pisa em cima dos nossos sonhos, embaça as nossas crenças. Nada sai do jeito que deveria ser. Erramos conforme o tempo passa, e muito. Mas sempre achamos que está tudo bem, pois ainda temos tempo o bastante para dar certo no final. Você conhece alguém, se apaixona, mas o amor não é recíproco. Depois conhece um outro alguém, ambos se apaixonam, namoram por 1 ano, mas o fim é trágico. Então, após alguns anos revoltado com relacionamentos, descrente das coisas e das pessoas. Aparece alguém, que te renasce, te revive, te revigora. Namoram por 3 anos, noivam por mais 2, e enfim, se casam. E assim permanecem por 20 anos. Mas não tiveram filhos, por algum motivo. Nem condições de comprar a sua casa própria. Vivem pagando aluguel, em dívidas, com problemas no casamento. Sonho se torna pesadelo. Brigas são mais comuns do que carinhos. O final é inevitável, cada um pro seu lado. Você se olha no espelho, e enxerga rugas, fios brancos nos cabelos e pouca disposição para as coisas. Marcas de um tempo que nos massacra, sem dó ou piedade. Olha para trás, e vê uma pessoa jovem, cheia de planos e confiança. O que aconteceu com ela? Onde será que ela foi parar? Não se sabe, não mais. E pela primeira vez em sua vida, você percebe que perder alguém, nem se compara a perder a si mesmo. E se encontra em uma rua sem saída. Não há como voltar atrás e mudar o que aconteceu e também não há tempo o suficiente para reverter as coisas. E vai se questionar: “E se?”. O problema é a dúvida, a sensação de que poderia ter sido diferente. E saber que não existe essa possibilidade. Uma coisa clichê que é verdade: A vida é uma só. Podemos aprender isso com pessoas próximas, filmes, teatros, livros. Mas nunca, em hipótese alguma, espere aprender sozinho. Pois em algum momento, poderá ser tarde demais para consertar o que se errou. Por isso pense, pergunte, conheça. A forma mais fácil de se amenizar os erros é procurando maneiras de se lidar com eles. As nossas escolhas fazem a diferença. Não esteja aqui para nascer e morrer. A vida é sua. Cuide, plante, ame. O final pode ser incerto, mas o começo e o meio, podem ser moldados.
Pode-se dizer que nunca me considerei uma pessoa fotogênica. E por este motivo, a cota de fotos de mim mesmo sempre foram baixas. Passei despercebido pelo tempo e pelas pessoas. Confesso que me sinto um pouco triste quando vejo que a busca pela imagem perfeita sobrepõe a ideia de um ser humano melhor. Onde tirar a foto mais desejada e admirada por todos é o objetivo maior. Veja bem, não é questão de inveja ou nada parecido, apenas um ponto de vista. Nos últimos 5 anos, procurei aperfeiçoamentos utilizando de cursos, jornais, revistas e livros. Aprendi a lavar, passar e cozinhar por conta própria. Sempre fui em busca dos meus sonhos, ainda que parecessem impossíveis. Com respeito e honestidade, acima de tudo. Amei cada pessoa especial de minha vida com toda a intensidade que se deve dar a palavra “amor”. Apanhei, cai, levantei e segui em frente. Nesta ordem. E nunca desisti do que almejava. Apesar de ter tido vontade, mas a coragem e desejo foram maiores. E quando busquei o amor para toda a vida, por diversas vezes, fui trocado pelo mais “lindo e elegante”. Passei anos procurando o melhor conteúdo e fui trocado pela melhor embalagem. Sendo assim, descobri que não é fácil ser bom e desejado ao mesmo tempo. Ou é bom demais ou desejado demais. Mas dificilmente os dois. Então eu lhes digo: uma ótima aparência alimenta fortemente o ego de quem a possui, mas diminui a sua capacidade de enxergar além do que se vê. E o mais importante: Antes de querer alguém que tenha a beleza tão encantadora a ponto de deixar todos a sua volta com inveja, procure saber se no momento certo, esta pessoa também será capaz de cuidar do teu coração.
Você sabe que ele não presta. Não como eu prestava. Pode até dar pro gasto, pra acalmar um pouco da carência que a tua alma anseia ou para servir de curativo pras tuas feridas. Mas ele não presta. Ele te faz sorrir, mas não gargalhar. Ele te alegra, mas não te faz doer a barriga de tanto rir. Ele te dá forças, mas não te revigora. Não estou aqui para julgar o que ele te causa ou o que acrescenta no teu dia. Na verdade, eu quero que você seja feliz. Mas não consigo te ver tão feliz assim, não depois de ver como nós eramos. Não que ele seja ruim, mas no fundo, no cantinho abandonado das tuas lembranças, você se lembra muito bem que o teu sorriso ao meu lado causava inveja nas outras pessoas. Que tinha um brilho de felicidade pura. E que o teu olhar revelava o amor pra vida toda. Então, nada contra o que a vida nos reservou ou os caminhos que trilhamos. Nada contra as tuas escolhas e as consequências delas. Nada contra quem te faz feliz e o que esta pessoa significa para você. Nada contra a tua nova vida, meu amor, nada mesmo. Mas deixa eu te sussurrar uma última coisa no teu ouvido? Ela seria melhor de mãos dadas com a minha.
Eu não sei se consigo acreditar em você, porque não sinto segurança em nós. Sinto que a qualquer momento você vai embora, e eu vou ficar aqui, confuso, chorando e precisando de um ombro amigo. Por que você não pode seguir em frente? Por que você precisa reafirmar amores e se encher de dúvidas? E aí eu te pergunto “Como eu fico?” A gente se enrolou pra se desenrolar assim? E você vem e diz “É confuso, mas não desiste”. E eu faço o quê? Não quero que me faça promessas porque eu não vou ser capaz de lidar caso elas não aconteçam. Eu amo você, sabe disso, não sabe? Mas não posso ficar aqui, esperando você decidir se me quer tanto quanto eu te quero. Aliás, eu sei que você me quer, mas sei também que não tem total certeza. E sei que não quer me deixar ir, mas também não deixa antigos amores partirem. Só que eu não posso ficar parado no tempo, não mais. Leva estas palavras sinceras e pesadas contigo como lição de casa: Que seja o nosso tempo ou cada um por si.
Eu sempre fui uma pessoa sozinha e de pouquíssimos amigos, nunca fui de abrir meus sentimentos com ninguém. Não gosto de pessoas dando palpites na minha vida sobre o que devo fazer ou até mesmo sobre o que devo sentir. Pois, das minhas dores e dos meus desamores eu sei muito bem cuidar sozinha.
Ele é um abraço para a minha alma, um beijo para o meu coração. O doce para os meus olhos e inspiração para a minha arte, ele é a minha esperança em meio a escuridão, as estrelas em meu céu, enfim, ele é tudo. Tudo o que eu sempre quis.
Eu só quero que você me entenda. Ou pelo menos finja que irá me entender. Sei que sou uma pessoa completamente complicada, difícil de lhe dar, conviver. Mas por favor, não vá embora, fique aqui comigo. Sinto-me uma pessoa melhor quando estou com você.
Eu realmente não consigo idealizar alguém apaixonado por mim. Eu não consigo imaginar alguém pensando em mim antes de dormir, ou contando para os seus amigos sobre mim com um sorriso bobo. Eu não consigo imaginar ninguém nas nuvens porque eu disse um “oi” ou qualquer coisa assim. Não consigo imaginar alguém sorrindo para a tela do computador quando a gente está conversando. Sei lá, só não consigo.
Eu achava o amor tão lindo, até olhar pra trás e me achar ridícula por ter amado tanto. Joguei pedra em minha própria cruz e de coração apedrejado, até hoje pago pelo meu pecado. Carrego meus amores nas costas. E pesa, e dói. E eu, que já suportava dor demais enquanto amava, sinto doer insuportavelmente a incerteza de não saber que sentimento é mesmo esse. Será que foi mesmo amor? Mesmo, mesmo? Quer a verdade? Ninguém sabe o que é o amor. Dizem por aí que sentir já é o bastante para reconhecê-lo. Eu sinto e já senti muito, mas até hoje não sei exatamente o que. Essa coisa que nos enche de vida e machuca sem dó, é contraditória demais para ser uma certeza. Por isso, não dou mais nome ao que trago no coração. Pelas dores que já sofri, agradeço; porque é um milagre eu ainda ter um.