Coleção pessoal de Uchoa21

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Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Eu sei que nunca mais encontrarei nada nem ninguém que inspire uma paixão. Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira. Há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletirmos, não o fazemos. Sei que nunca mais saltarei...

A questão não é o que fazem conosco, mas sim o que fazemos com o que fazem conosco.

Liberdade não é fazer o que se quer, mas querer o que se faz.

Estamos condenados a ser livres.

Não importa o que faremos de nós. O que importa é o que faremos daquilo que fizeram de nós.

O inferno são os outros.

Fazer grandes coisas é difícil; mas comandar grandes coisas é ainda mais difícil.

A maturidade do homem consiste em haver reencontrado a seriedade que tinha no jogo quando era criança.

Quando adestramos a nossa consciência, ela beija-nos ao mesmo tempo que nos morde.

Aquele que sabe mandar encontra sempre quem deva obedecer.

Muitos são os obstinados que se empenham no caminho que escolheram, poucos os que se empenham no objetivo.

Uma vez tomada a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos: sinal do caráter forte. Também uma ocasional vontade de se ser estúpido.

Torna-te aquilo que és.

Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados.

A vontade é impotente perante o que está para trás dela. Não poder destruir o tempo, nem a avidez transbordante do tempo, é a angústia mais solitária da vontade.

O homem é definido como um ser que evolui, como o animal é imaturo por excelência.

O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.

As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.