Coleção pessoal de UbiataMeireles
FIM DE TARDE
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando os meus desejos
tornaram-se seus.
O sol alaranjado era testemunha
do nosso amor.
Nesse dia construímos um mundo
(o nosso mundo).
Eramos os donos da Ilha
Eramos os donos da praia
Eramos os donos das dunas.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando a brisa fria trazia
consigo o soneto das ondas.
Quando me envolvi no calor do seu corpo
Quando nos aquecemos no calor do beijo.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando partimos felizes!
Quando o sol mergulhava no mar profundo
para por fim ao nosso dia.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Que em minha lembrança ficou...
ESCRITURA ETERNA
Em letras vivas, do alto inspiradas,
Ecos celestes em folhas traçadas.
A Bíblia Sagrada, palavra de Deus,
Espelho da alma, caminho dos céus.
No princípio, o mundo a formar,
No Êxodo, a fé a guiar.
Profecias que o tempo não apaga,
Verdades que o coração afaga.
Jesus, o verbo, em amor encarnado,
Nos Evangelhos, o pão partilhado.
Apóstolos falam de graça infinita,
No Apocalipse, a glória bendita.
Livro divino, tesouro imortal,
Sabedoria além do que é mortal.
Guia dos homens na noite ou na aurora,
Esperança viva que nunca demora.
Que a Escritura nos ensine a viver,
A buscar em Deus o nosso saber.
Na palavra santa, promessa e destino,
Brilha a verdade do amor divino.
O LIVRO DIVINO
Em páginas santas, guardadas na luz,
Reside a história que o tempo conduz.
Palavra eterna, sopro do Criador,
A Bíblia é fonte de fé e amor.
No Gênesis nasce a criação,
O verbo moldando a vastidão.
Nos Salmos, o cântico é oração,
E em cada versículo, a redenção.
Profetas clamam com voz de coragem,
Anunciando promessas, traçando a viagem.
No Novo Testamento, o amor se revela,
Em Cristo, o Filho, a promessa é bela.
Sofrimentos, vitórias, lições sem fim,
Um mapa divino que aponta pra mim.
O Livro sagrado é guia na estrada,
Deus falando à alma, jornada sagrada.
Que cada palavra nos possa ensinar,
Que a vida é breve, mas o amor vai durar.
A Bíblia é a prova que Deus nos quer bem,
O Livro Divino nos leva além.
FIM DE TARDE
Era fim de tarde...
Tão somente, fim de tarde.
Quando os meus desejos
se tornaram seus.
O sol alaranjado, discreto, assistia,
testemunha do nosso amor.
Nesse instante, erguemos um mundo –
o nosso mundo.
Fomos senhores da Ilha,
donos da praia,
soberanos das dunas.
Era fim de tarde...
Tão somente, fim de tarde.
A brisa, em sussurros, trazia
o soneto das ondas,
enquanto me envolvia no calor do seu corpo,
e nos aquecíamos no fogo do beijo.
Era fim de tarde...
Tão somente, fim de tarde.
Partimos felizes, envoltos em luz,
enquanto o sol mergulhava no abismo do mar,
silenciando o dia,
e selando o nosso momento.
Era fim de tarde...
Tão somente, fim de tarde,
que, eterno, em minha memória ficou.
Pegadas na Areia
Na imensidão da praia a me acolher,
Vejo pegadas solitárias a caminhar,
Marcas suaves, que vêm e vão,
Como um sussurro do tempo a passar.
Cada passo guarda um pensamento,
Um sonho perdido, uma prece ao luar,
Histórias deixadas no chão efêmero,
Rastros que a onda insiste em apagar.
Mas há pegadas que o vento não leva,
Gravadas na alma, em eterno lugar,
São passos dados com quem se ama,
Que nem mesmo o mar pode apagar.
E ao seguir por esta trilha serena,
Na companhia do céu a me guiar,
Entendo que a vida é breve e tão bela,
Como pegadas na areia a se desenhar.
Deus Fez o Arco-Íris
Após o dilúvio, quando a terra silenciou,
Deus fez surgir um sinal, doce e firme,
O arco-íris, promessa que o céu anunciou,
Aliança eterna, onde a esperança se imprime.
Com cores vibrantes, Ele nos revelou,
Que mesmo nas trevas, a luz há de brilhar.
O vermelho, como o sangue que Ele derramou,
A força do pacto que jamais vai quebrar.
O laranja, quente como o fogo da fé,
O amarelo, como o ouro que reflete o amor.
O verde é a promessa da terra que se refaz,
E o azul é o céu, que nunca nos deixa, com fervor.
O anil, como a paz que repousa em nosso ser,
E o violeta, profundo, como o mistério da graça.
Cada cor é um lembrete de que, ao amanhecer,
Deus faz aliança, e Sua misericórdia nos abraça.
O arco-íris é a promessa do Seu perdão,
De que nunca mais a chuva destruirá.
É a lembrança do pacto, em Sua mão,
Onde a humanidade em fé sempre confiará.
"Jardim Sem Flores"
Em meu jardim, onde o eco se perde,
Não há cores a brilhar, nem vida a cantar.
As flores se foram, e o vento se lembra
De um tempo que, em silêncio, insiste em voltar.
As raízes que um dia se entrelaçavam,
Agora buscam no vazio um caminho a seguir.
O sol se esconde, as sombras se amparam,
E a terra, solitária, chora sem fim.
Onde risos dançavam sob o luar,
Agora só se ouvem suspiros de dor.
O perfume das manhãs se foi, a restar,
Apenas a lembrança de um mundo sem cor.
O jardim sem flores é um reflexo de mim,
Que perdeu a sua essência no compasso do tempo.
Mas talvez, um dia, o vento traga a fim
De renovar as saudades que guardo em pensamento.
Meu Caderno de Poesia
Em folhas gastas pelo tempo que passa,
Meu caderno guarda o que o peito abraça,
Palavras soltas, versos sem fim,
Histórias guardadas bem dentro de mim.
Cada página é um mundo secreto,
Onde o coração se faz mais discreto,
São linhas que contam sonhos e dores,
Guardando da vida seus dissabores.
Ali repousam meus dias vividos,
Em prosas, rimas, em sons contidos.
É um livro de memórias em segredo,
Que guarda o riso e também o medo.
No meu caderno, a vida é poesia,
É melodia, é calmaria,
E ao folhear suas páginas enfim,
Revivo o que há de mais doce em mim.
São Luís, Ilha do Amor
São Luís, cidade de encantos mil,
Onde o sol beija o mar com um brilho sutil,
Cores e sons se misturam no ar,
Na Ilha do Amor, onde o coração quer estar.
Ruas de história, casarões a contar,
Segredos antigos que o tempo não vai apagar,
O vento do Atlântico traz a canção,
Da terra que pulsa com emoção.
Nos becos, nas praças, a alegria a dançar,
O reggae ecoa, convidando a sonhar,
E a brisa suave, que vem de longe,
Abraça a cidade, como um poema de monge.
São Luís, tu és um canto de paz,
Onde o amor floresce e o futuro se faz,
No teu chão, raízes de luta e fé,
Na Ilha do Amor, eu sempre vou te ter.
Cada amanhecer, um novo despertar,
Na tua beleza, impossível não amar,
São Luís, minha ilha, meu lugar,
Onde a alma repousa e o coração quer cantar.
A Lua, Sereno Encanto
No silêncio da noite, a lua a brilhar,
Com seu véu prateado a nos encantar,
Suspensa no céu, tão serena a flutuar,
Guardiã das estrelas, a nos vigiar.
Seu brilho é suave, como doce luar,
Que acaricia a terra, a nos sussurrar,
Segredos antigos, que o vento vai levar,
Na dança dos astros, ela a brilhar.
Quando o mundo dorme, ela se faz poesia,
Reflexo do tempo, da magia que irradia,
Com seu rosto oculto, mas cheia de harmonia,
A lua é a musa, da noite, a sinfonia.
Uma joia no céu, eterna a brilhar,
E no silêncio profundo, a nos acompanhar,
A beleza da lua é um sonho no ar,
Que nunca se apaga, só sabe encantar.
Mistral, o Vento do Sul
Nas terras do sul, ele dança e assobia,
Mistral, o vento que o céu anuncia.
Nasce dos Alpes, com força e bravura,
Desce os vales, com fria ternura.
Atravessa campos, lavanda e girassol,
Semeia nas vinhas seu sopro e farol.
Entre montanhas, ele se lança ao mar,
O Mistral impetuoso, difícil domar.
Frio e severo, traz céu limpo e claro,
Na Provença é rei, no seu tom tão raro.
Ergue as folhas, dá vida ao ar,
Mistral, o vento que faz o sul cantar.
Com força que gela e alma que inspira,
Seu toque é arte, em versos se mira.
Pois ele é França, em brisa ou tormenta,
Mistral que encanta, e nunca se ausenta.
Soneto do Mar
Profundo e vasto, o mar guarda em segredo,
Mistérios calmos sob as ondas frias,
Resplandecentes sob o azul, sem medo,
Murmúrios que ao vento o céu confia.
As ondas dançam com gentil cuidado,
Se curvam, se erguem, vão ao infinito,
Como um amante ao toque encantado,
Num doce e eterno abraço restrito.
Oh, mar bravio, fiel e sereno,
Guardião do céu e do vento errante,
Tu és o palco e a cena do eterno.
Nas noites calmas ou na fúria distante,
Ecoa em mim, sem voz e sem retorno,
O teu chamado profundo e terno.
A Canção do Galo
Nas primeiras luzes da madrugada,
Ergue-se o galo, com voz afiada.
Seu canto rasga o silêncio profundo,
Anunciando o alvorecer do mundo.
O som ecoa pela vasta planície,
Despertando a vida, como um feitiço.
Entre sombras e raios de sol a brilhar,
Ele canta, incansável, a nos guiar.
O galo canta com força e paixão,
Em sua voz, o poder da criação.
No campo, a aurora começa a dançar,
E a terra, com esperança, vai respirar.
Cada canto é uma história contada,
De tempos que vêm, de eras passadas.
O galo, com seu canto, diz ao céu:
“Chegou o novo dia, o sol é fiel.”
Brilho de Ano Novo
Um novo ano nasce, trazendo esperança,
Na dança do tempo, uma nova aliança.
As luzes no céu, em cores, brilham,
Promessas e sonhos, que nunca vacilam.
O relógio avança, os fogos estouram,
E os corações, com fé, se renovam.
Deixamos pra trás o peso dos dias,
E brindamos ao novo com alegria.
É tempo de paz, de amor, de carinho,
De trilhar um caminho, com mais suavidade,
De abraçar o futuro com todo o jeitinho,
E florescer na vida, com mais bondade.
Que o Ano Novo traga sorrisos sinceros,
Momentos de riso, de afeto e calor,
E que em cada segundo que esmero,
Vivamos a vida com fé e amor.
São Luís, Cidade dos Azulejos e Sobradões
São Luís, ilha de ventos e maresia,
onde o tempo dança entre o céu e o chão,
em cada esquina, uma história contida,
em cada azulejo, um traço da nação.
Teus azulejos brilham sob o sol ardente,
pintam de azul o sonho e a tradição,
feito mosaico, o passado ainda vive,
gravado em pedras, murais e canção.
Sobradões imponentes, guardiões da história,
têm janelas que espiam o mundo passar,
entre os arcos e as portas, se ouvem memórias,
sussurros da terra e do velho mar.
Cidade morena de graça e bravura,
és poema e encanto aos olhos do amor,
São Luís, que do tempo fez arte pura,
azulejos e sobradões — teu eterno valor.
O Mendigo
Na calçada fria, ele se estende,
navegante só, sem porto, sem cais,
veste a rua como manto e abrigo,
sem nome, sem rumo, sem nunca ter paz.
Olhos perdidos, sem brilho, sem cor,
mãos que tremem na busca de pão,
a vida escorre como chuva no rosto,
levando esperanças ao chão.
Um passado, quem sabe, o levou até lá,
talvez sonhos partidos, talvez um amor,
mas hoje é silêncio, poeira, e as horas
passando, sem rastro, sem calor.
E ele segue, invisível à cidade,
nas sombras, no frio, no vão do alvorecer,
como folha caída que o vento desfolha,
esperando apenas o nada acontecer.
Saudades de São Luís
Lá longe, onde o vento é brisa e maresia,
No coração guardo o cheiro do mar,
As ruas de pedra, histórias que guiam,
E o canto sereno das ondas a dançar.
Oh, São Luís, cidade amada,
Minha alma vagueia nas tuas ladeiras,
Dos casarões às esquinas enluaradas,
Sinto o calor das noites inteiras.
Teus sons e cores me chegam distantes,
Como um sussurro da infância perdida,
Em cada esquina há lembranças errantes,
Rios de saudade que escorrem na vida.
Ah, como queria pisar teu chão,
Soprar meu amor em cada recanto,
Lá onde o céu abraça o Maranhão,
E a saudade não se mistura ao pranto.