Coleção pessoal de trixx

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Quando a alma sangra, o corpo chora. Lágrimas são o sangue da alma.

Na tristeza, trabalhe.
Na crise, arrisque.
Na solidão, doe.

Mas ame sempre.

Envergonha-te de tuas vergonhas
Esconda todas suas entranhas
Façanhas mundanas imundas
De tua lascívia profunda

Fruto proibido da carne
Carne proibida do fruto -
o pão e o vinho na ceia,
prazeres postos à mesa.

Envergonha-te de lamber
Os beiços lambuzados de mel
Mas se tu estiveres ao fel
Vergonha nenhuma far-nos-á.

Se te fartas com o proibido
Mereces o mais terrível castigo:
a execrável perda da dignidade.

Saibas tu: és um nada,
além de prisioneiro
de julgamentos alheios.

Naquela distinta casa
de amareladas caducifólias
mora uma jovem menina
e um punhado de histórias.
Não sabe ser sozinha
No entanto, ela o é.

Naquela distante casa,
uma jovem, enamorada,
não sabe fazer rima
pro seu rapaz. No entanto,
sem saber como se faz,
ela o faz.

Mas naquela casa, a menina
distante do seu rapaz
em quimeras outonais enamorada
permanece escondida
em suas rimas, amarelada.

Ah! Se tu soubesse como sofro,
como choro por tua causa...
Se sentisse metade da minha dor...
Ah, experimenta encarnar minh'alma!

Saberia o martírio de por ti esperar
numa vã esperança sem fim.
Tal como cordas acorrentam os meus pulsos,
aos espinhos de um belo jasmim.

Presa aos jasmins e seus encantos,
meus pulsos sangram, sangram e sangram...

Eu e A Tristeza:
Duas irmãs inseparáveis
Companheiras de mesa
E de insônias incomensuráveis

Com ela nunca estou sozinha
Sempre pronta para uma crise
Embarcando em profunda depressão
que as dores trazem em reprises

Dói mais ter sido bem quista
feliz e amada, em leito acalentado
depois largada ao relento
A nunca no paraíso ter pisado

O que há nessa cidade
De tão especial?
Não consigo ficar triste,
Não consigo ficar mal.

As manhãs inspiram esperança
E as noites, alegria
A serenidade inspira felicidade
E a liberdade dos campos, harmonia

Nenhum motivo parece merecer lágrimas
Derramadas em uma noite sombria
E as angústias, antes, tão pesadas
Diluem-se aos raios de sol do meio-dia

Não há prantos, não há choro
Não há ranger de dentes
Não há sentido no sofrer
Não há que se remoer dissabores

Há céus límpidos e estrelados
Natureza viva e esplêndida
Que nos sons de grilos e pássaros
Nos convidam a viver sem dilemas
A provar do amor manso com sabor de amora
E a viver a vida sem esperas e demoras
Apenas há o aqui e o agora...