Coleção pessoal de tomazdeaquino

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A vida é tão contínua que nós a dividimos em etapas, e a uma delas chamamos de morte.

Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.

Quando chegar a hora de morrer não quero perder nem um segundo: morre-se apenas uma vez.

⁠Nem tudo vale seu tempo
Pouca coisa vale sua atenção e
Nada vale sua paz

⁠Amar um ser é ter espírito apaziguado, a fim de permitir-lhe ser o que é no momento em que está.

Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.

Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.

Felicidade se acha é em horinhas de descuido

Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.

Viver é correr riscos ...

Rir , é correr o risco de parecer tolo.
Chorar, é correr o risco de parecer sentimental
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar quem você é de verdade
Defender seus sonhos, idéias é correr o risco de perder amigos.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver, é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar
Tentar é correr o risco de fracassar
Mas os riscos devem ser corridos, pois dentre todas as coisas, a mais arriscada é simplesmente não arriscar em nada.
A vida é correr riscos.
Você assume riscos com objetivos maiores pra sua vida.
Não se amedronte com novos desafios.
Eles são importantes para o seu crescimento e formam o caminho certo para o seu sucesso.

Todos temos duas vidas. A segunda começa quando percebemos que só temos uma.

Estou pingando melanina e mel. Eu sou negra sem pedir desculpas.

é quando não acreditamos que somos suficientes para nós mesmos
que começamos a procurar pessoas nas quais nos afogarmos.

Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e abrir espaço, fazê-lo durar.

Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser completamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis.

A vida de uma pessoa consiste num conjunto de acontecimentos, dos quais o último também poderia mudar o sentido de todo o conjunto.

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

Um café e um amor… Quentes, por favor!
Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte
Doce…
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.

Um café e um amor… Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito


Um café e um amor… Quentes por favor!
Pra ter calma nos dias frios.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.

E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã.

O Haver

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.