Coleção pessoal de RosaDaraflor

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Eis amor o seu engano
Não serei eu mais que a tormenta, mas se as ondas do cais serenas arrebentam, então me retiro reverente para ceder lugar a mulher ausente, que certamente o aquecerá em.suas noites frias, em meu corpo há o calor que incendiariam aldeias, mas se incomodo a ponto de me colocar no hall das abandonadas, sinto dizer poeta querido, que assim como ao meu redor não falta palavras escritas ou faladas, não faltará mão gentil em minha estrada para enxugar minhas lágrimas . E assim seguirei confiante que em meu peito há um valoroso coração de mulher que é pedra mui preciosa e que infelizmente não há ainda nesse mundo um cavalheiro digno dela. Rosália Dara

Ainda sou sua menina, desajeitada, descalça , desalinhada de vestido curto de chita, cabelos em trança . Ainda sou sua menina, de salto, vestido bem cintado, unhas feitas, renda no decote revelando elegância. Ainda sou sua menina, de camiseta e short, chinelinho de tiras, cabelos soltos selvagem como meu coração. Pare, ouça , escute... Ainda sou sua menina desaforada, brava e leonina a procura de quietude que só vira do seu beijo , do calor do seu corpo, da certeza de seu desejo. Ainda sou menina, tolo que és não compreendes, sequer percebe que te quero , nem sei porque, pois os pensamentos se chocam.dentro de mim , como chuva na tormenta, onde estás que não me escutas. Porque foges de mim, Acaso não sabes que sou seu começo, seu meio , e seu fim....

Flor do sertão...


Encontrei-a por destino, em meio ao caminho
Plantinha pequenina, verde... tom de esperança
Linda, teimosa, frágil, brotada em solo árido
Única e gentil, com alma pura de criança


Brotada em um desses mistérios da natureza
Casta, corajosa, em imensa e terna beleza
Sem reclames, olor mágico, enfeitiçante
Pequenas folhas a saltar-lhe da forte raís


Admirei-lhe o destemor e obstinação
Me curvei ante ao seu afinco de viver
Num lento crescer, vitoriosa, sem avidez
Sem pressa, tênue, sem medo de flor ser


Havia nela algo de santidade e força
Um mistério como em poucas havia
Sozinha, largada a observar a terra estéril
Vida viva em chão batido... esperança servil

Amor sem fim...


Sim, são para ti os versos que nascem
Silenciosos, simples, quietos, atentos
Sentidos, mas, cada vez mais desejados
Versos não declamados, vindos amados

Sim, é a ti, menina, estrela de meu céu
A quem dedico cada letra, palavra, frase
Que, mesmo no silêncio que me é avesso
Em vontade de expô-los... coisas de apreço

Sim, é a ti, jovem, feminina de sorriso pronto
Cabelos negros, vestido em chita em remendo
Alma sem males, coração e atitude de moça rica
Em detalhes, em costumes, talhados pela vida

Sim, é por ti que meu mundo ganhou cores, se abriu
Não nego, meu jeito de homem a deseja pelo olhar
Bem mais que além do abraço, num eterno querer
Suporta a impaciência sã, nascida casta, velada

Sim, te encontro morando em mim
Olhos rasgados, corpo de menina mulher
Voz em falas moderadamente suaves e pausadas
Que sabe contar estrelas, sonhos, encantos que cria

Sim, nada explica tamanho desatino e desejo
De tê-la em meus braços, do nascer ao findar do dia
Mas a mudez prevalece quando em sua presença
Me acolhes, segura, amada em silente destino


Sim, em mim pulsa a paz, jamais sabida
Somente sinto, inquieto, aspiro sua atenção
E de tudo, nada sabes, nada que sinto a alcança


Quiçá, restou trazer em mim, um amor sem fim

Amor Vencido...


Caminho pela vida que me tem
Vendo tantas e tantos muitos
Apaixonados, amados, amantes
Em juras eternas, vezes, em prantos


Ouço silencioso, segredos e sonhos ditos
E com pouco, percebo insanas verdades
Ditas, quando uma flor era preciso
Para desfazer impaciências veladas


Tenho olhado pro lado
Em meus passos nessa estrada
Observando beijos se findando
Carinhos se esvaindo... terminando


Vejo o amor sendo vencido
Talhado em propósitos claros
De paixão já não sentida
Amor sem valia, sem quereres


Me falam tais momentos
Que no início calor havia
E que geleiras ao leo se ocuparam
Em calar de vez, o que o outro sentia

Sou flor muito delicada que brotou em seu jardim, de pétalas diafanas e aeradas, todos os dias colho as gotas que sobejam do seu peito arfante e indeciso. A luz do sol faz brilhar nas pétalas perfumadas de jasmim, o coração puro da flor que aguarda pelo que restou em seu coração partido. A noite quando a luz da lua vem banhar a terra, a pequena flor veste se de luar. Encantadora visão , mas o poeta dorme em seu devaneio cotidiano, pobre homem, tens ao alcance das mãos um lírio , mas prefere as flores baldias que lhes oferecem distração e fugacidade... Oh fugidia incerteza do amor tirânico e cruel , dê-me a certeza de um beijo de amor eivado de sincero sentimento, doçura e mel... Oh quão tolo é o sentimento de amor nascido de um coração inocente e apaixonado , para sempre perdido na indecisão de outro tolo coração de poeta.

Nem todo passarin
Que encontra em sua gaiola
A porta aberta, alça voo
Às vezes,
Ser cuidado é uma necessidade
Não uma opção

Travesseiro vazio...
(Múcio Bruck)


Busquei por ti em meus pensamentos, no mais profundo de minhas lembranças... nas "gavetas da memória", um único momento em que seu sorriso se fez presente e nada encontre!

Você não estava mais lá, sequer escondida, residindo resignada ou em festa: havia partido, levando consigo de sua silhueta ao desenho de sua alva face, a reminiscência do som de sua voz, quase sempre ávida... o silêncio misterioso ao tocar-lhe a já decorada geografia de seu corpo, quantas vezes inerte no instante da entrega como se ao abatedouro estavas indo de encontro!

Nos dias passantes, não me dei conta de que a distância e a ausência, cada vez mais frequente, ditada pela falta do diálogo, se deram a passos largos... em horas corridas... dias apressados, ou quiçá, foram os meus dias mais céleres que os seus e foi exatamente nesses idos que me esqueci de lembrar em olhar-lhe nos olhos e dar a necessária e devida, melhor, merecida atenção.

Assim, já não mais cabia reconhecer-lhe os valores da mulher que eras, somente que esses "detalhes" que, passados desapercebidos, eram as jóias que me ofertavas... era tudo o que mais importava: e você partiu!

Não mais cabe chorar havê-la perdido, até porque, conta meu coração que nunca a tive.

Não cabe reclamar sua ausência, pois quando a tinha, não percebi quão valiosa me eras!

Estar ao seu lado, ao alcance de meu abraço não tinha preço.

Certo é que não partistes por falta de meu amor, mas porque não fui capaz de conquistar o seu!

Alma de mulher...


Tenho alma imensa... gigante
Feita de medo e coragem
De silêncio, amarras e voz
Amarras em laços, não em nós

Colorida, perfumada, bem cuidada
Dessas que sorri por bobagens
Que faz coro até pr'um bom desaforo
Que adora cartões, flores e mensagens

Minha alma caminha, salta, dança
É inquietantemente quieta
Mas só quando a noite parte
De dia, é quente... às vezes fria

É dada aos avessos e aos contras
Mas concorda com o que é certo
Tem hora que sai... vai embora
Mas não passa da porta e corre de volta

Minha alma nada entende
Além de ser só alma
Tá de bom tamanho assim
Porque quando ama, ama em mim