Coleção pessoal de thomazmaf
αφίημι εκον αλήθεια
O triste fato que me embaraça, com o valor de alguém ser colocado estritamente ao pragmático e utilitário. Aquele de quem se serve, a quem se precisa, se esvai à medida que suas necessidades são saciadas. O descarte é feito conforme a ocasião; o dito “utilitarista social” se camufla mediante os intercursos que passam. Existe sempre uma apresentação por parte desse Ser que engana até mesmo a noção de Ser, de que é sumamente bom, que visa a virtude de mesmo modo com que recebe. Porém, quando a razão se faz clara e quando a ética colocada por Cristo norteia o cognoscível, que carece sempre da sapiência do Uno, que se inclina ao mundo como mundo, onde as fruições o dominam, o aphiemi (ἀφίημι) aplica-se a propriedade que lhe faz circunscrito: liberdade. Liberdade que liberta e perdoa. Ao enganador, malicioso, tem a escolha de ser livre também; ou de continuar nas correntes invisíveis (malitia).
O conhecimento não se distinguia entre ramificações delimitadas no período antigo. A delimitação do conhecimento nos aprisiona e nos desvia do caminho da verdade, das coisas autênticas; exige-se a unicidade do saber. A filosofia é o início, o meio e o fim do saber. Direciono-me a convicção de que a sapiência é equivocadamente propriedade afixada e de alguns ditos "doutos".
Aquele ao qual quero ser, nunca terei sido. Resta-me a tentativa de alcançar
este eu que almejo ser.