Coleção pessoal de Thinker03
Diariamente eu penso em como posso expressar meus sentimentos, e a nenhuma conclusão chego. Por que é tão difícil sentir? Por que é tão difícil demonstrar? Sempre quando me pego pensando, a única conclusão que me vem à mente é “ninguém gosta de se mostrar fraco”. Nossa sociedade foi gerada acreditando que sentimento é fraqueza, principalmente para os homens.
Agora me surge outro questionamento, como posso lidar com a vida se minha primeira lição é. Reprima-se! Nossa estrutura muscular foi feita para sustentar carga, mas quão pesado é um sentimento reprimido? É algo que lhe consome por dentro, lentamente, incessantemente até o ponto de calar a sua voz e roubar as suas forças. No entanto para satisfazer o ego da sociedade você se monta e representa, esbanjando confiança, fingindo estar “bem”.
Esse posicionamento ao meu ver, internamente, é como se a cada passo que damos fossemos perfurados por cada sentimento reprimido. Como uma sociedade pode evoluir, se o que de mais importante para a sua sobrevivência não lhe é permitido fluir, o sentimento. Buscamos igualdade, buscamos respeito, mas você respeitaria alguém que mente para si mesmo? Você desejaria ser como ele é?
Me pergunto as vezes em qual momento da evolução o “Eu” se tornou tão importante, não vivemos sozinhos, necessitamos uns dos outros para sobreviver, então por que o que me faz querer estar próximo a você, é o mesmo que me causa tanta dor? Talvez tenha sido este o motivo de moldarem o caráter de seus indivíduos com a filosofia “Reprima-se! ”. Afim de evitar o “sofrimento”. Com isso esquecemos do que foi dito a pouco, não vivemos sozinhos!
O sentimento é o elo que mantem a sociedade unida, mas não só isso, permitisse ao sentimento edifica nossa mente, pelo simples fato que começaremos a nos colocar no lugar do outro antes de agirmos, pois sabemos do que nós gostamos, porém não sabemos do que o outro gosta, então o diálogo seria exercido, a empatia seria executa e amor sentido, vivido, o amor em sua essência, aquele do qual só os poetas idealizam, buscam e tem medo de vivê-lo.
Já pararam para imaginar como o mundo seria caso entendêssemos o que é o amor? Parece tão surreal que nenhuma imagem me surge a mente. Para os religiosos poderia ser a personificação do criador. Por outro lado, não nos parece “chato” viver em mundo onde não existe sofrimento? Estamos tão acostumados com ele, que acreditamos ser o motivo de nossas existências, “é o que nos mantêm vivos”, acreditamos que até seja um sinônimo para o amor.
Por que algo que deveria nos libertar, nos aprisiona? Por que algo que deveria ser sinônimo de grandeza e força, é sinônimo de fraqueza e loucura? Por que reprimir parece ser mais fácil que demonstrar? Reprimir aprisiona, demonstrar liberta, então por que escolhemos viver aprisionados?
O Vazio das Relações Humanas
Desde que ganhamos consciência e discernimento um único desejo nos move, sobrevivência! Não há nada de mau dar voz a este desejo, o equivoco surge quando o instinto governa o ser. Desta forma passamos a dar valor a coisas efêmeras como bens materiais. Isto ao meu ponto de vista é retroagir com a evolução da consciência humana, pois quando a consciência é e foi conquistada, a sobrevivência continuou sendo o foco do ser, mas não deveria ser o seu motivo de viver.
Esta relação se acentua quando partimos da interação homem-matéria para humano-humano. Hoje o que nos auxilia na sobrevivência são moedas, a civilização evoluiu fazendo suas sociedades acreditarem que para sobreviver precisavam acumular moedas. Partindo desta ideia é perceptível que muitas relações dos seres conscientes perderam o sentido, pois suas interações passaram a ser motivadas pelo acumulo de moedas, o sentimento e a necessidade de interação com o intuito de aprimorar-se escoou de nossos pensamentos, ao ponto do querer estar junto de alguém não faz você estar junto de alguém, o desejo só se concretiza caso o desejado tenha moedas para alimentar a minha falsa ideia de sobrevivência.
Enquanto a moeda governar o Homem, como a desculpa da necessidade de sobreviver, o progresso será inimigo da consciência...
Nunca arrependa-se de nenhuma experimentação vivida, arrependa-se de não ter vivido nenhuma experimentação, pois não aprendestes nadas