Coleção pessoal de thiago_rosa_cezar
Vejam só que curioso
Confesso que entendo pouco
Quem quer falar com Deus reza
E quem o escuta é louco!
“Titubeios
Vejam só que curioso
Confesso que entendo pouco
Quem quer falar com Deus reza
E quem o escuta é louco!
O pior de tudo isso
Eu vi na televisão
É que em alguns países
Matam por devoção
Homem, mulher e criança
Sem nenhuma compaixão.
Era só choro e lamento
Lá no tempo das Cruzadas
Faziam acreditar
A socos e bofetadas
E quem não dobrasse o joelho
Sentia a dor da espada.
Aqui no nosso país
Quando o português chegou
Foi aquela aflição
Todo indiozinho apanhou
Os batizaram à força
Aquele povo chorou!
Vejam que absurdo
Esse assunto é corriqueiro
Trouxeram os africanos
Para morar em seus chiqueiros
Zombavam de suas religiões
Lhe chamavam de batuqueiros.
Eu queria perguntar
Para quem tem conhecimento
Se Deus nos traz a paz
Ou o apedrejamento
Aquele que Jesus falou
Ou o do velho testamento
Um trazendo o amor
O outro, todo tipo de tormento.
E nos dias de hoje
Para seguir o roteiro
É que para ter esse Deus
Como nosso companheiro
Precisamos bajular
Gastar o nosso dinheiro
Pastor rico e famoso
Povo pobre no lixeiro.
Eu queria questionar
Para o tal onipresente
— Me disseram que eras pai
De todo tipo de gente
Quem criou a tal maldade
Que se faz aqui presente
Não serias esse Deus
Bondoso e onipotente?
Thiago da Rosa Cézar”
POEMINHA DAS VOGAIS
A,E,I,O,U
Que lindas são as vogais
E além de lindas, importantes
Nos textos gramaticais
Formando belas palavras
Sendo elas as iniciais.
Primeiro a letra A
Ave, agulha e algodão
Ela também se apresenta
Na água e no avião.
Vejam só que coisa linda
Eu falo da letra E
Com ela escrevo escola
Onde aprendo a escrever.
Ioiô, igreja e ilha
Iogurte e injeção
Como é bela a letra I
Importante na lição.
Onça, orelha e olho
Onda , objeto e ovo
Aí vem a letra O
Cumprimentando o povo.
Já quase lá no final
Um salve a letra U
Urso, uva e urna
Unha, universo e urubu.
Vogais que são importantes
No nosso lindo alfabeto
Sem ela o Português
Não estaria completo
Não teriam os brasileiros
O seu belo dialeto.
Thiago Rosa Cézar
”A maneira de pensar do sábio, no entendimento de estranhos, é conhecimento a ser seguido, já aos olhos de quem o conhece, é puro individualismo e ignorância…”
QUESTIONAMENTOS
No vai e vem desta vida
Não é fácil entender
As diferenças do mundo
As maneiras de viver
Tem uns que nascem sem nada
Sem ter nem o que comer
E outros chegam a esbanjar
Ricos desde o nascer!
Tem sofrimento no mundo
Que o rico jamais vai saber
Para o pobre já é grande coisa
Estudar para saber ler
Pois são tantas necessidades
Que não tem o que fazer
Sofrem tanto, os pobrezinhos
Que chegam pedir pra morrer.
Na mesa dos abastados
Lagosta e camarão
Vitela e entrecôte
Picanha e também salmão
Já estão acostumados
Nem pensam na situação
Quem teve tudo na vida
Não pensa no seu irmão!
Na mesa de gente pobre
É triste, mas vou contar
Farinha de mandioca
Quem dera ter o fubá
Carne ali não existe
Se quiser tem que caçar
Hoje em dia nem feijão
O pobre não vai comprar.
Os filhinhos maltrapilhos
Magros, com muita fome
Olham o pai, olham a mãe
Mas no final, nenhum come
A tristeza é tamanha
Não lembram nem do seu nome
Creiam, é a verdade
São coisas do bicho homem!
Já os filhos dos barões
Felizes, desde o nascer
Mansão, carrões e empregadas
Fama, dinheiro e poder
Coisas que só quem tem posses
São capazes de saber.
Se eu pudesse eu perguntava
Para o Deus onipotente:
— Me disseram que eras o pai
De todo tipo de gente
Me responda de verdade
O que o Senhor sente
Vendo o rico ser feliz
E o pobre descontente
Um com a barriga cheia
O outro, triste e doente
Não serias o culpado
Esse Deus aqui presente?
AOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO
No vai e vem desta vida
Devemos raciocinar
E prestar justa homenagem
A quem vive a nos ensinar
Embora não cobrem nada
Tampouco sabem assinar
Mas creiam, são professores
Quando o assunto é amar.
Eu falo dos animais
Bichos de estimação
Cachorro, gato e roedores
Tem até quem tem leitão
Coelho, mico e iguana
Nos amam de coração
É só ver os seus semblantes
Nos olham com devoção.
O primeiro dessa lista
Com certeza é o cão
Cachorro, cadela e filhotes
Não importa a condição
Nos ensinam muitas coisas
Por nós, tem adoração
E não pedem nada em troca
Só um pouquinho de atenção.
Outro animal querido
Esperto e inteligente
Às vezes é preguiçoso
Outras vezes impaciente
Por ser muito mimoso
Até dorme com a gente
Eu falo do amigo gato
Que vive sempre contente.
Agora é a vez dos roedores
Lampeiros e peludinhos
Tem todo tipo de raça
Gerbil, hamster e porquinho
Porém são muito sensíveis
Pequenos e dentucinhos
Embora serem tão pequenos
São gigantes no carinho.
Como disse o poeta
Não importa o bichinho
Iguana, leitão e mico
Coelho e cordeirinho
Tem gente que tem um pato
Outros tem o seu peixinho
Bichos de toda espécie
Que não nos deixam sozinhos.
Mas nem tudo é amor
O que se vê nos caminhos
Eu jamais ia esquecer
Dos mais lindos passarinhos
E da maldade do homem
Que prende os pobrezinhos.
Bichinhos que vivem livres
Felizes sempre a cantar
A ninguém fazem maldade
Felizes pra lá e pra cá
Cantam e nos alegram
Vivem a se doar
Tomara que o homem aprenda
Ao bichinho respeitar
Que joguem fora as gaiolas
E deixem eles voar.
É como diz o começo
Da nossa reflexão
No vai e vem dessa vida
Escutem a petição:
"Cuidem de todo bicho
Selvagem ou de estimação
E lembrem de São Francisco
E tratem-no como irmão..."
Vida: única prisão no mundo, onde os detentos, geralmente em péssimas condições, afirmam ser felizes...
O GURIZINHO
Foi num sábado bem cedo
O sol brilhava sozinho
Só se via o cantar
Dos mais lindos passarinhos
Foi aí que eu ouvi
Um pequeno barulhinho
Quem batia em minha porta?
Um pequeno gurizinho...
Abri a porta depressa
O que houve menininho?
Cheguei a me assustar
Maltrapilho e magrinho
Com uma cara de fome
Pobre daquele anjinho!
—Me perdoe meu senhor
Lhe peço de coração
Apenas um cafezinho
E um pedacinho de pão
E se não incomodar
Me desculpe a intromissão
Se tiveres um pouco mais
Pra mamãe e meu irmão.
O resto desta história
Não é preciso contar
Alimentei o pequeno
Não é preciso falar
Me encheu os olhos de lágrimas
Não é para se gabar
Ainda sobrou um pouco
Embrulhei "pra" ele levar
Eu fico imaginando
É triste, mas é verdade
Quantas crianças no mundo
Pequenas, de pouca idade
Passam fome, passam frio
Durante a mocidade
Mazelas do ser humano
Terrível realidade!
O que dói no "bicho" homem
E apequena a esperança
Não zela por ninguém
E não cuida das crianças
Briga por qualquer coisa
Casa, dinheiro e herança
Parece que só surgiu
Pra ser o "rei da lambança "...
Aqui vai este versinho
Me perdoem a intromissão
Rogo aos nossos jovens
Que prestem bem atenção
Cuidem do semelhante
Tratem-no como irmão
E antes de ter os filhos
Reflitam com o coração...
É como diz o poeta
Se pondo a criticar
Infelizmente o homem
É triste, mas vou falar
Um "bicho" que só existe
Com intuito de matar
Quem não cuida nem de si mesmo
Dos filhos, não vai cuidar!
"O dia que eu partir...
Lerão o que escrevi
Talvez até publiquem
Um livrinho, aqui e ali
Meus versos e minha história
Do jeito que eu vivi
Coisas que a ninguém importa
Agora que estou aqui..."
O DIA QUE EU PARTIR...
O dia que eu partir...
Lerão o que escrevi
Talvez até publiquem
Um livrinho, aqui e ali
Meus versos e minha história
Do jeito que eu vivi
Coisas que a ninguém importa
Agora que estou aqui.
O dia que eu partir...
Flores eu vou ganhar
Carinhos e elogios
Creiam, não vão faltar
Amigos, filhos e netos
Todos irão chorar
É sempre a mesma história
Só se muda o lugar.
O dia que eu partir...
Ás vezes serei lembrado
Esquecerão os meus erros
Serão coisas do passado
E virão os agradecimentos
Por uma vida ao meu lado
Haverá muitos suspiros
Por terem me machucado.
O dia que eu partir...
Não será fácil não
Para aqueles que tanto julgam
E vivem dando opinião
Criticam e esbravejam
E me negam afeição
Sentirão muita falta
Desse velho “amigão”.
O dia que eu partir...
Creio que vão lembrar
Quando necessitavam
E vinham me procurar
Eu ajudei a quem pude
Não é feio precisar
Feio é depois disso
Fingir e não se lembrar.
O dia que eu partir...
Não pensem que eu não sei
Pois durante a vida
Creiam, também errei
Queria pedir perdão
A quem eu magoei
E deixar o meu carinho
Àqueles que tanto amei.
Thiago Rosa Cézar
"Mas embora seja assim
Devemos agradecer
Pois como diz o poeta
Até uma pequena topada
Faz a gente crescer
E olhando os filhos, os pais, os amores
E certamente os amigos
Creio, vale a pena viver..."
Eu exalto este Deus
E aprecio sua inteligência
Por dar a morte ao homem
Logo após a adolescência
Imagina viver pra sempre
Este ser sem consciência
Que rouba o seu semelhante
E não demonstra clemência.
Somos seres domesticados, programados geneticamente para suportar o desfecho mal sucedido do que, obrigatoriamente, chamamos de "lar".