Coleção pessoal de tatianeelis
Veio sutilmente, como uma leve brisa que beija suavemente a pele e traz a calmaria para o calor dos dias.
Veio sem programação, repentino, se instalando em meu peito, desfazendo todo o meu receio e incerteza de ser Feliz.
Porque a felicidade era parte de mim, descobri a pequenez de ser, de deixar e então viver.
Veio e então ficou em meu coração, coração mortal que carrega o imortal amor por você!
Passei boa parte do meu tempo ocupada pensando nele, escrevendo sobre ele, horas inteiras com tudo que eu tinha dele, porém eu não o tinha, nunca o tive.
A verdade é que nada era sobre ele, porém sobre mim, sobre minha forma de amor, minha forma de amar.
Em versos descrevia o que transbordava do meu coração e tudo que queria que o alcançasse, era doce e leve.
Pensava nos sorriso e olhares, mas não era ele, era eu! Eu que amei, eu que capturei e o transformei em poesia.
Eu nunca o tive, porém foi ele quem sempre perdeu.
Porque eu amei, amei da mais linda forma e de forma poética, mas ele não tinha sensibilidade, ousadia e confiança para tal. Como dizem "cada um dá aquilo que tem!"
Perdeu tempo, a linha, palavra, perdeu todo meu amor.
Ficou só poesia!
Você apareceu vestido de destino, dançando a música da possibilidade.
Seu sorriso me deu um novo horizonte.
Seus olhos me prenderam e me deixaram em transe.
Você teria tudo que quisesse de mim, se falasse que me quer, se me abraçasse sem me deixar ir.
Você apareceu e para eu sobreviver ao amor que eu criei, desapareci!
Mas você sabe onde me encontrar, você sempre soube!
Para distrair-me da inquietação de querer-te,
Leio poesia buscando alento, encontro-nos nas palavras.
Há palavras perdidas no vento, palavras soltas soprando o cabelo, o vento dizendo que tudo passa.
Há palavras não ditas que podem mudar caminhos, e há outras vãs gritadas.
Diga ao pé do ouvido, diga com verdade, seja mais que palavras, pois a vida passa!
"Eu te amo" são palavras lindas, leves que voam com o vento.
Mas a verdade do amor está nos atos, neles vejo o peso real do amor.
Não basta dizer que ama, é necessário amar!
Por silêncios ficamos para trás e deixamos de acontecer.
Olhos que diziam e o medo que tornou nossos olhares indecifráveis, ficamos na memória, doces lembranças guardadas com carinho.
Segredo mútuo, presente, sorrisos sem graça e restou apenas futuro, só que do pretérito.
Há a frase que diz "amigo não precisa estar, precisa ser."
Mas amigo verdadeiro faz questão de SER presente.
Não há como ter relacionamento sem se relacionar, cultivar flores sem regar.
Homem se faz,
Homem é coragem,
Às vezes força, mas sempre abrigo.
Homem é todo dia
É gentileza, é proteção
Homem não fala que é,
Homem se faz.
Homem é filho,
É pai, é irmão,
É aquele que dá a mão.
Homem é aquele que sabe o valor da sua palavra, quase não a dá, e quando dá, a cumpre.
Homem se faz na luta, é persistência, é vencer como consequência.
Homem se faz de exemplos e exemplos fazem homens.
Homem é honra, é mérito!
Sertanejo Guerreiro
Imensidão de terra, um punhado de coragem.
Terra seca, muito sol,
Terra árida regada pelo suor do trabalhador,
Calor que seca a esperança,
E faz brotar água nos olhos daqueles que vivem no Sertão.
Não falta coragem,
Porém sobra tristeza para aqueles que ali nasceram.
Vivem buscando maneiras de encontrar razões para ficar.
Coração cheio de incertezas do futuro, mas que não deixa de sonhar.
Maneira guerreira de levar a vida,
Sertanejo deixa no chão passos pesados, cansados,
Marcados pela rotina de sofrer.
Povo esquecido, sem direito, sem chão.
Maneira guerreira de lutar pela vida.
Carrega calos nas mãos, buscando na terra seca um punhado de ilusão.
Calor que seca a esperança
Que endurece o coração de quem ama o sertão!
Ela às vezes guarda o choro que corta a garganta
Ela vence distâncias por quem ama
Ela é forte, ela faz sua própria sorte,
Ela muitas vezes se parte em mil pedaços e se doa,
Ela quer paz e perdoa,
Ela é mulher, ela é humana,
Busca sempre o bem.
Ela é forte, mas também se cansa.
Todos os dias, mil leões amansa.
Ela só quer um minuto,
Com afeto e café.
Cabe o infinito no peito,
Porém mal sabe se o amanhã virá,
Cabe mil anos de amor,
Mas não sabe quanto tempo viverá,
São três horas, meia noite, primavera.
As folhas se vão com o vento,
E o vento leva as cores dos cabelos,
Leva a firmeza da pele e dos passos,
Mas não desfaz nossos laços, Tão bem traçados,
União maior que a matéria,
Maior que o desgaste que vem com o tempo.
A certeza de que tudo tem fim,
Não nos basta quando no peito tem um amor Infinito de Proporções gigantescas,
Se faz prometer, mesmo sem saber, um eterno, Um Eu te amo além.
Fazemos sempre um "para sempre" no limite das nossas vidas,
E mesmo o destemido desconhecido não consegue amedrontar aquele que ama,
Ama de maneira intensa, imensa que pode caber na história e ser contada para sempre!
A morte faz parte da vida.
É parte inevitável, a certeza das incertezas.
A morte é a noite do dia, o dia é onde tudo acontece e a noite adormece.
A morte é temida, pois não marca hora,
Passagem sem volta.
A morte é instante e fim.
Sou para você o que fazes.
Para você sou o que crias.
Sou sua captura, seu ângulo e deixo ser, pois para você sou mais de você do que verdadeiramente sou.
Em meus olhos procuras mais o seu reflexo do que meu ser.
Sou, para mim, de dentro para fora e transbortantemente sou.
Soo eu no íntimo que não pode ser escutado e visto de fora.
Perspectiva única de ser.
Para você sou cobertura suave, camada leve de mim.
Por dentro sou o que quero, ondas densas de um eu ritmado, dentro sou eu amado.
VOCÊ É
Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos à flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pêlo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.