Coleção pessoal de TatianaGraneti
Essências sonhadoras têm um sorriso sincero, uma presença vibrante e um afetuoso coração. Andam longe dos amores líquidos e são fiéis à sua vocação.
Saudade, palavra que arde,
Castiga os sentimentos,
Vai ao fundo da alma,
Resgatando do esquecimento.
Saudade que faz perder os sentidos,
Confunde a razão,
Nos envolve de todas as formas,
Cercando nossa dimensão.
Traz à tona o oculto,
Escava o interior.
Se há saudade,
Não nego:
De fato há amor.
A pessoa destinada a sua vida será aquela cuja conexão permanecerá eternamente intacta. Podem se passar anos, pessoas, decisões e reflexões, mas aquele delicado fio do tempo sempre reatará a mesma essência de pertencimento, mesmo quando ofuscada pela lógica da razão.
Sou aquela que cria, dança e sonha.
Sustento várias em uma só versão.
Da minha mente inflamam ideias,
dos desejos as variações.
Tenho um quê de travessura, de rebeldia e doçura.
Brigo e brinco, vivo intensa a gangorra das minhas emoções.
Tudo em mim é intensidade.
Sinto tudo em proporções avassaladoras,
sou atraída pelos excessos.
Quando frágil, transbordo força.
Carrego em mim contradições, um mosaico de sensações alternadas.
Sou caos e calmaria, lágrimas e risos, fatos e estímulos nem sempre conciliados.
Minha personalidade é complexa.
Tenho um riso para cada situação: um que esconde a timidez, outro que dispara emoções, um de puro deboche e outro para ativar a imaginação.
Posso ser doce ou apimentada, depende do que se desperta em mim. Fria ou quente, cabe ao outro saber o que conquistar.
Amor-próprio nada tem a ver com vaidade, aliás, nem sei quem fez essa correlação. A vaidade é transitória, enquanto o amor-próprio é autopercepção. A vaidade pode melhorar a imagem no espelho e criar disputas na nossa imaginação, mas o amor-próprio pode redirecionar essa energia para uma melhor direção. A vaidade nos faz querer manter relações fracassadas e amizades que não manifestam a mesma consideração, traz a vontade de se justificar constantemente e vende nossa paz por qualquer ilusão. Já o amor-próprio nos protege desses prejuízos e está mais relacionado a um verdadeiro encontro consigo mesmo, priorizando o bem-estar e promovendo a lucidez e a razão.
Assim como um olhar apaixonado tem dificuldade em enxergar erro ou pecado, eu tento negar toda e qualquer vontade na sua direção. Você me levou várias vezes ao inferno dos sentimentos, me apresentou a dor na sua máxima extensão. Corro de reencontrá-lo, evitando que aquela maré de sensações volte a me invadir. Prefiro fingir que não me importo e continuar apenas a existir.
Lágrimas quentes, dias frios,
Formigamento interno.
Apatia em meio à multidão,
Ninguém é tão real.
Quão absurda é essa conexão?
Seu olhar, um projétil disparado,
Meu coração, o alvo acertado.
Quanto tempo leva para riscar um passado?
Quão desajustados estamos nesta dimensão?
Posso te excluir da minha história,
Mas se o faço, é por autoproteção.
Ela desembaraçou suas madeixas cor de cobre, ela se percebeu fogo em meio a fria multidão. Sobressaiu por suas cores intensas, qualidades raras e seus fios em chamas que deslizam por entre os dedos das mãos.
Quando a pessoa pensa
que tem o poder,
mostra o caráter.
O soberbo costuma reincidir,
errar por animosidade.
Um sorriso forçado,
um discurso vazio,
pequenas mentiras
escapam em detalhes.
Um raciocínio manipulador,
tortuoso, vil
e cheio de falsidade.
Muitas vezes eu deixo uma pessoa de lado
porque essa foi a direção que ela escolheu ter.
Não uso artifícios para manter,
prefiro soltar e desatar.
Amarras são como forcas,
quando o nó é necessário
é melhor esquecer.
Tem dias que nenhuma palavra é necessária.
Eu fico perdida em meus pensamentos,
ansiando não sei o quê e nem por qual razão.
Eu apenas fecho os olhos e sinto arder,
é fogo, é chama, é emoção.
São tantas sensações que me consomem
que me atiro e afogo nessa imensidão.
A verdade mesmo não dita,
subvertida, encoberta e negada,
sempre é absoluta, se manifesta
e jamais será cancelada.
Meu pior estágio é o de silêncio.
Quando eu calo, nenhum ruído resiste.
Mato as expressões para nada escapar,
não deixo pistas e o outro fica no escuro.
Não há brechas ou sinais, ignoro e levanto muros.
Me torno um enigma que ninguém pode desvendar.
Ela já não vive para impressionar,
tão pouco cabe nas impressões.
Exibe jeito, formas e olhar,
é incansável nas demonstrações.
Nem sempre me afasto por não ter sentimentos.
Às vezes é por não ter condições de lidar
com as incertezas após a aproximação.
A saudade não mata!
O que destrói são as atitudes mesquinhas,
as palavras farpadas que arranham por dentro,
detonam qualquer sentimento,
desfaz toda boa intenção.
A nossa necessidade de ter o outro
pode fazer aceitável a maneira de nos perder
e de apagar a nossa essência.
A vida é tão nossa
que nela devemos nos colocar em primeiro lugar,
no topo e em transparência
e não transferir ao outro
os créditos da nossa existência.