Coleção pessoal de TalitaAllonso
Não é justo te amar tanto, e mesmo assim, quando penso em você, só conseguir pensar em nossas lembranças antigas, nos nossos momentos passados e na forma que você me tratava como se eu fosse o seu vício da mesma forma que você é o meu.
Quando digo que o sentimento é novo, é porque só agora experimentei ele dessa forma. Passei os últimos anos te amando em segredo e na minha cabeça. Eu tive muito tempo para compreender as coisas e chegar em conclusões. Mas lidar com isso frente a frente, com suas atitudes que para mim não tenho respostas, isso é doloroso.
Eu te amo. Esse sentimento é novo e isso me incomoda muito. Sempre gostei da segurança do velho. De não precisar descobrir nada além, porque daí não se é completo.
Ninguém deveria sentir tanto, amar tanto. Existem momentos onde penso que o amor não existe. Ele é impossível de se desenvolver. Eu me sinto presa e não consigo me concentrar direito, fico impotente, descontrolada. Amor para mim é descontrole. Não posso amar alguém porque nesse processo eu preciso entender ela por completo, sentir que sei cada reação dela, atitude. Me sentir no controle. Eu preciso disso porque constantemente me sinto insolúvel. Eu não me entendo por completo. Nunca pratiquei o autoconhecimento mesmo pensando tanto. Nunca vou te entender por completo e esse é o problema. Eu preciso dessa segurança.
Você é o meu objeto de desejo e obsessão. Acho que o problema é esse. Ninguém deveria sentir tanto, amar tanto.
Eu não queria ser assim. Daria tudo para sentir como os outros e não sentir tanto. Lidar com a minha cabeça me deixa tão triste, é cansativo. É um sentimento de culpa. Não culpa pelas coisas que sinto, mas culpa por não querer pensar.
Essa minha necessidade de te entender talvez tenha algo a ver comigo. A me ligar tanto a você que desejo pelo menos conseguir te entender, porque não posso comigo mesma.
Dói tanto que me sinto sufocada, eu me sinto vagando num poço. Em um poço pois um poço é fundo, e, assim, eu conseguiria desenvolver tudo com bastante calma e tempo. Me sinto vagando nesse poço de forma que me abraço internamente, tentando confortar minha cabeça, ao mesmo tempo que ela por si só têm autonomia para se sabotar. E tudo passa, as pessoas mudam, o tempo passa, as pessoas se vão. Eu fico. Meu poço se mantém. Ele só pode chegar ao fim, quando eu chegar ao fim.
Eu experimentei de todas as facetas da vida, mas, mesmo assim, ainda me sinto uma novata.
Nunca sei como reagir, o que sentir, como lidar, como sentir. Tudo parece tão novo, ao mesmo tempo, tão antigo. As coisas parecem normais, mas conseguem ser imprescindíveis.
Eu vivi todas as facetas da vida. Eu aprendi, lidei, superei, me refiz, tudo isso para entender que não sou livre. Livre do pior sentimento que eu poderia sentir, o sentimento de lidar com o novo.