Coleção pessoal de Syrock
Canto porque cantar me dá um sentido. Mas penso sempre que cantar é inútil. Não quero nenhuma das coisas que o canto poderia me dar. Quero encontrar outra coisa. Outra coisa que nem sei o nome, maior que eu mesma ou que qualquer canção.
Deixem a mulher em paz
(Gladir Cabral & Carlinhos Veiga)
Dizem que é na cozinha
O castelo encantado de toda mulher,
Onde ela reina sozinha, de prato e colher.
E que é de cama e de mesa,
De batom e beleza sua profissão.
Não tem ideia, não pensa e só tem coração.
|: Mas que conversa fiada e mais sem noção,
Pois a mulher é senhora da sua razão.
Deixa de conversa mole
Recolhe o desprezo e me faz um favor:
Presta atenção no recado do nosso Senhor.
“Deixem a mulher em paz!”
Ela sabe que tem seu direito,
Faz tudo com jeito e não fica pra trás.
“Deixem a mulher em paz!”
E quem sabe aprendemos com ela
Que a vida é mais bela se amamos bem mais. 😐
Chega! Chega!
Para de se complicar, que assim não dá.
Isso não se faz!
"Eu tô de bem com meu Deus
Que te mandou um abraço;
Vem fazer uso do espaço
Lá do esquerdo do meu peito.
Aqui está a igreja;
Eu adoro olhando as imagens
Que cantam, dançam e pegam
Que eu até me peguei:
Como de mim são iguais?
Semelhantes são as tais
Com o Artesão que as fez.
Não há “primos inter pares”
O Primeiro entre os irmãos
Está à direita do Pai
E é tão bem vindo entre nós
Lembrado ao partir do pão
Fala aos que aqui estão
Ávidos para ouvir Sua voz."
"Na lata do lixo a sujeira
Na cesta do lixo o papel
Na lata do lixo a besteira
O resto da sobra do mel
Na lata do lixo a madeira
No saco do lixo o metal
O resto da sobra da feira
O resto do reino animal
Na lata do lixo…
Em cima da mesa a comida
Em volta da mesa o irmão
Em cima da mesa a bebida
Em volta da mesa a canção
Em cima da mesa a toalha
Em volta da mesa o perdão
Em cima da mesa a migalha
Em volta o pedaço de pão
Em volta da mesa…
Em cima da terra a cidade
Em volta da terra o lixão
Em cima da terra avenida
Em volta da terra erosão
Em cima da terra calçada
Em volta da terra avião
Em cima da terra o esgoto
Em volta a revolta e o não
Em volta da terra…"
"Aquele que comigo,
quando eu choro, chora
Aquele que comigo dança,
A este jamais direi:
Ora, não me amoles
Porque se como o ferro com ferro se afia
Afia o homem a seu amigo
Isto hoje te digo: Podes me amolar!
Ó Deus, dá que quando entre eu e meu amigo
Houver atrito a ponto de sair faísca de fogo
Que eu não me desaponte porque esse tal
É enviado teu pra que eu não fique cego
Porque cego não vê que sem o esmeril
Se perde o fio, o gume
Quem pode perceber, não perde a comunhão, assume
Estende a mão, aceita
A pedra de amolar"
"
Um nó, dois nós
Eu, mais um ou mais, um ser simplesmente
O eu poético do verdadeiro encontro
Nó, no plural, nós
Se o nó é na garganta e um de nós aflito
O outro sossegado, erudito, tem o antídoto
E assim, sucessiva, alternada
E alternativamente, amigos
Do saber, no lazer, no ócio e no labor
Buscando o equilíbrio, temperante
Dás-me que dou todo meu ser
Todo meu querer ser
Todo ouvido, havendo ouvido
E por seus conteúdos movido
Cada indivíduo vai e ver vir ávido dizer...
Conte comigo!
Práxis edificante"