Coleção pessoal de sweetmarjorie
Quando as riquezas do mundo tentam me deslumbrar,
E toda a sua fartura vêm fazer-se ausente em minha vida,
Tomando para si como que uma necessidade plena e urgente de se satisfazerem,
Deus me lembra da sua promessa,
E de tudo o que espera aqueles que amam a Ele,
Glória incorruptível, indelével, e inefável.
Só assim meu ser se conforma:
Na certeza de que nem olhos viram,
Nem ouvidos ouviram,
Nem mente nenhuma imaginou
As pessoas costumam dizer que a motivação não dura sempre. Bem, nem o efeito do banho, por isso recomenda-se diariamente.
Quem seria tão excelente em ciência para sondar as profundezas do âmago humano?
Quem seria tão complacente para mergulhar voluntariamente em suas complexidades?
Quem seria tão clemente para se comprometer com seus paradoxos?
Quem seria tão amável para minguar seus sofrimentos com um sofrer partilhado?
Quem seria tão suave para compreender sua poesia, senão o amigo; o companheiro de alma, cujo fôlego para amar é o próprio amor?
Quem há de ser tão amigo assim senão seu próprio Criador?
Nasce um ser-humano e a vida trata de o tornar humano; pois a vida é um eterno aprender a ser, para que então, finalmente, torne-se mais que humano...
Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.
Jesus é amor
Diz-se do amor:
É aquele que subordina o agir humano.
Assim seria também Jesus subordinado a este?
Tal conjectura se desfaz com a retórica:
Pode alguém subordinar a si mesmo?
E quando estamos a sós,
eu e a voz da minha consciência,
Senhor, é aí que eu te vejo.
Tu estás na sucessão das notas musicais,
Nas asas da ave em pleno voo,
No gozo do sorriso infantil,
Nas equações matemáticas,
Nas leis de Newton,
Na racionalidade,
E também na sentimentalidade.
Porque está escrito:
Os céus proclamam a glória de Deus.
Senhor, ensina-me a render-lhe o canto dos anjos,
Talha a pedra do meu coração,
Lapida o âmago do meu ser!
Pois se eu não me transformar, triste serei...
Dê-me sabedoria para que tu te alegres em mim
E em tua alegria eu encontre força!
Só Deus sabe
Só Deus sabe quantas mãos eu apertei
Para então poder apertar a sua
Só Deus sabe por quantos minutos eu vaguei
Pelo nosso futuro inexistente
Só Deus sabe com quantos olhares eu cruzei
Procurando o brilho dos seus
Só Deus sabe quantos sorrisos para ti sorri
Sem nem estares ao menos por perto
Porque quando a distância é grande,
As pedras se engrandecem com ela;
Mas ao seu lado, até as montanhas se desfazem em pó.
O que é por natureza frio, contigo esquenta;
E o que já é quente, ferve.
E eu fervi.
E eu, que outrora desejei os deleites do seu peito,
Me contentei com a frieza marmórica da solidão.
O mesmo eu, cuja maior ambição um dia foram seus beijos úmidos,
Se satisfez com a esperança de tão somente uma conversa...
Eu vejo homens e mulheres
Eu os vejo amando
Eu os vejo tendo filhos
Eu os vejo trabalhando
E de repente quero ser como eles
Ser jovem é sentir saudades da pessoa que serei, e aversão à pessoa que outrora fui. É querer alçar voo sem asas; desconhecer a desesperança. É encantar-me desencantando-me com a poesia da vida; é fazer dos amores e das melodias meu fôlego. É ter a doçura da imaturidade e o frescor da ousadia. É saber que a juventude há de acabar, mas viver como se não soubesse.
Não se pode dizer que me encontro num país. Sei apenas de minha qualidade de rei de tudo que aqui se encontra, até onde vejo e um pouco mais além.
Sou, apoiado por minhas terras, meu pastor e nada me faltará, como já não me falta. Vim aqui acreditando buscar a felicidade e embora esteja num paraíso, não a encontrei, muito menos as ferramentas q'eu julgava necessárias para a sua busca. Minto: achei algumas que mostraram o quão falsa era essa jornada! A paz que sinto agora não
tem nome e é difícil de se traduzir, isso se for possível.
Não precisei ser rei coroado por mim, não necessitei matar para
sentir falsa superiodade, não cri em algo que não vejo ou naquilo que seja impossível de se deduzir para estar aqui (ou por estar). Crendo em tudo que me é tangível, tingi meu mundo de cores inimagináveis.
Quando das minhas cores me perco e minha paz se esvai, e a tristeza me abate, ando por meus campos tentando entender as vicissitudes de lá fora em confronto das daqui
de dentro e, me conformo, à medida dos passos, que a tristeza cá ficará guardada, em companhia de serenidade. Porém, com um pouquinho mais de cor.
RACISMO?!
Amigo branco, algumas coisas que tu deves saber:
Quando nasço, sou preto
Quando vou à escola, sou preto
Quando apanho sol, sou preto
Quando tenho frio, sou preto
Quando tenho medo, sou preto
Quando estou doente, sou preto
Quando morro, sou preto
E tu amigo branco?
Quando nasces, és cor-de-rosa
Quando vais à escola, és branco
Quando apanhas sol, ficas vermelho
Quando tens frio, ficas azul
Quando tens medo, ficas pálido
Quando estás doente, ficas amarelo
E quando morres, és cinzento
E és tu que me chamas "pessoa de cor"?