Coleção pessoal de suzanamartins

Encontrados 16 pensamentos na coleção de suzanamartins

Escrevo, rabisco.
Apenas invento um verso que o vento soprou pra mim...

Na ponta do verso
escrevo teu silêncio.
Poemo.
Rabisco.
Rasuro teu corpo.
me ama.
te amo.
componho-me em teus desejos.

Rezo todas as noites por um poema que seja correspondido.
Suplico vontades solícitas de verso e prosa.
Rezo todas as noites por um poema que me revele por inteira.
Rezo, mas as palavras evaporam dentro de um céu de letras escuras!

li um poema que estava nu.
rasguei as vírgulas
que prendiam a minha derme.

Rasguei a alma
molhei o verso
soprei ao vento

poemei!

Despi meu corpo
com o verso
sem nexo,
complexo!

O sol lambeu a manhã trazendo apenas a saudade do dia que desprende de mim...

um homem veio a minha porta
fazendo samba com palavra torta.
Cantei, chorei, brinquei
invetei versos
quem se importa?!
O poeta, que se conforta!

Quero o teu querer,
o teu versar.
Quero o teu cheiro,
a tua pele.
Quero aquele beijo
que ficou em meus lábios
numa noite de tórrida paixão.

Levarei dentro de mim pedaços de versos,
nostalgias cinzentas e algumas tempestades.
Num dia de luz nublada, hei de partir,
carregando apenas fragmentos de mim...

Pouco a pouco me reviro pelo avesso e, num papel amarelecido, anoto as nostalgias que precisam de respostas. Num silêncio barulhento replico rasuras que esgotam as metáforas guardadas em mim.

Até tentei apagar alguns poemas, mas tudo ficou solto no ar, tal qual uma pipa de papel além do céu. Um vazio tomou conta de mim. O silêncio fez barulhos ensurdecedores. E o hiato, dessas gavetas, estava cheio de sentimentos escritos pelas minhas saudades. Versos intocáveis. Missivas inacabadas e sachês de chá que perfumavam as distâncias.

O que eu deixei para trás foi apenas a figura das ondas que quebram na praia. O mar, esse desenho de cores múltiplas, está sempre em mim, mesmo que nas entrelinhas.

Em meio ao silêncio repousei todas as minhas palavras e rasuras, ao longe, podia ouvir ecos de saudades gritados pelo papel.

E de tanto ficar perdida, encontrou-se no meio do caminho.

Ela brincava de reinventar cores quando as letras desbotavam no papel.

Rabiscou letras com tintas de saudade.

Letras que rabiscam a saudade do verso.
Verso que recita a nostalgia do sem fim...