Coleção pessoal de sueligarcia
A Grandeza do Silêncio
O silêncio é doçura:
Quando não respondes às ofensas,
Quando não reclamas os teus direitos,
Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.
O silêncio é misericórdia:
Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
Quando perdoas sem remoer o passado,
Quando não condenas, mas intercedes em segredo.
O silêncio é paciência:
Quando sofres sem te lamentares,
Quando não procuras consolação junto aos homens,
Quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.
O silêncio é humildade:
Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão,
Quando, na discrição, revelas dons de Deus,
Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas,
Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.
O silêncio é fé:
Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age...
Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença...
Quando te basta que só Ele te compreenda.
PRECIOSA OCASIÃO.
(Recebida como apresentação)
As Escrituras ensinam que o corpo físico é uma gaiola, e a alma humana, uma ave.
A morte física representa o fim da gaiola, tão somente.
A ave da alma não teme nem lamenta pelo rompimento da gaiola.
Quando o coração enfim aquietar, a ave da alma prosseguirá a sua jornada infinita.
Outros mundos, outros reinos nos esperam.
Outras realidades que por ora não temos condição de acesso.
Os dias terrenos são sublimes, são importantes ...
...pois representam uma preciosa ocasião para fortalecermos as nossas asas espirituais.
“Um funeral entre os homens talvez seja uma festa entre os anjos”...
...nos ensina Gibran Khalil Gibran, nosso querido poeta.
O que sabemos sobre as festas dos anjos?
Que lugar nossa alma ocupará no dia em que for convocada a deixar o mundo para trás e partir?
Que céus, que alturas nos domínios celestiais, ela será capaz de alcançar?
Nossa condição nos mundos vindouros dependerá daquilo que fazemos aqui e agora.
Convém recordar que todo o dinheiro e todos os bens materiais que durante esta vida terrena acumulamos ...
...como nada se afigurarão, no exato instante que deste mundo partirmos.
A moeda dos mundos espirituais não se chama dinheiro, mas amor.
A moeda nos mundos espirituais são os jardins da nossa interioridade.
As rosas da compaixão, os jacintos da generosidade.
Os lírios da pureza de coração, as orquídeas da gratidão e da verdadeira felicidade.
“Purificai vossos corações dos desejos terrenos e deixai que as virtudes angelicais sejam vosso adorno.” (O Báb)
A crucificação, nos tempos modernos, grande parte das vezes é feita SIMBOLICAMENTE, não com madeira e cravos, todavia com palavras ásperas, dedos apontados, acusações injustas, infundadas e incompreensão.
Pessoas vão embora de todas as formas: vão embora da nossa vida, do nosso coração, do nosso abraço, da nossa amizade, da nossa admiração, do nosso país. E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. E continuam imortais dentro da gente. A vida segue: doendo, rasgando, enchendo de saudade… Depois nos dá aceitação, ameniza a falta trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: uma frase engraçada, uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa. Mas pessoas vão embora. As coisas acabam. Relações se esvaem, paixonites escorrem pelo ralo, adeuses começam a fazer sentido. E se a gente sente com estas idas e também vindas, é porque estamos vivos. Cuidemos deste agora. Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento que pode durar cem anos ou cinco minutos. E não importa quanto tempo você teve para amar alguém, mas o amor que você investiu durante aquele tempo.
Segundos podem ser eternidades… ou não.
Depende da ocasião.
O Senhor
Cheio de amor como uma mãe e bondoso como um pai.
Ele te abençoe
Ele permita que tua vida desabroche,
ele permita que esperança floresça
e permita que os frutos amadureçam.
O Senhor te guarde
Ele te abrace em teus medos, ele se coloque diante de ti no perigo.
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti
Assim como um olhar amoroso aquece,
assim ele desfaça em ti o que enrijeceu.
Ele tenha misericórdia de ti
Quando culpa pesa sobre ti,
que ele te faça respirar e te liberte.
O Senhor levante sobre ti o seu rosto
Que ele veja o teu sofrimento, que ele te console e te cure.
Ele te dê a paz
O bem-estar do corpo, a alegria da alma, o futuro aos teus filhos.
Amém.
Em homenagem a João Ubaldo, publica um belo poema seu:
ELES ESTÃO SE ADIANTANDO
Eles estão se adiantando, os meus amigos.
Sei que é útil a morte alheia
para quem constrói o seu fim.
Mas eles estão indo, apressados,
deixando filhos, obras, amores inacabados
e revoluções por terminar.
Não era isto o combinado.
Alguns se despedem heróicos,
outros serenos. Alguns se rebelam.
O bom seria partir pleno.
O que faço? Ainda agora
um apressou seu desenlace.
Sigo sem pressa. A morte
exige trabalho, trabalho lento
como quem nasce
O Amor
Quando propus a teoria da relatividade, muito poucos me entenderam e o que vou agora revelar a você, para que transmita à humanidade, também chocará o mundo, com sua incompreensão e preconceitos.
Peço ainda que aguarde todo o tempo necessário -- anos, décadas, até que a sociedade tenha avançado o suficiente para aceitar o que explicarei em seguida para você.
Há uma força extremamente poderosa para a qual a ciência até agora não
encontrou uma explicação formal. É uma força que inclui e governa todas as outras, existindo por trás de qualquer fenômeno que opere no universo e que ainda não foi identificada por nós.
Esta força universal é o AMOR.
Quando os cientistas estavam procurando uma teoria unificada do Universo esqueceram a mais invisível e poderosa de todas as forças.
O Amor é Luz, dado que ilumina aquele que dá e o que recebe.
O Amor é gravidade, porque faz com que as pessoas se sintam atraídas umas pelas outras.
O Amor é potência, pois multiplica (potencia) o melhor que temos, permitindo assim que a humanidade não se extinga em seu egoísmo cego.
O Amor revela e desvela.
Por amor, vivemos e morremos.
O Amor é Deus e Deus é Amor.
Esta força tudo explica e dá SENTIDO à vida. Esta é a variável que temos
ignorado por muito tempo, talvez porque o amor provoca medo, sendo o único poder no universo que o homem ainda não aprendeu a dirigir a seu favor.
Para dar visibilidade ao amor, eu fiz uma substituição simples na minha
equação mais famosa. Se em vez de E = mc², aceitarmos que a energia para curar o mundo pode ser obtido através do amor multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado (energia de cura = amor x velocidade da luz ²), chegaremos à conclusão de que o amor é a força mais poderosa que existe, porque não tem limites.
Após o fracasso da humanidade no uso e controle das outras forças do
universo, que se voltaram contra nós, é urgente que nos alimentemos de outro tipo de energia. Se queremos que a nossa espécie sobreviva, se quisermos encontrar sentido na vida, se queremos salvar o mundo e todos os seres sensíveis que nele habitam, o amor é a única e a resposta última.
Talvez ainda não estejamos preparados para fabricar uma bomba de amor, uma criação suficientemente poderosa para destruir todo o ódio, egoísmo e ganância que assolam o planeta. No entanto, cada indivíduo carrega dentro de si um pequeno, mas poderoso gerador de amor, cuja energia aguarda para ser libertada.
Quando aprendemos a dar e receber esta energia universal, querida, provaremos que o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o amor é a quintessência da vida.
Lamento profundamente não ter sido capaz de expressar mais cedo o que vai dentro do meu coração, que toda a minha vida tem batido silenciosamente por você. Talvez seja tarde demais para pedir desculpa, mas como o tempo é relativo, preciso dizer que te amo e que a graças a você, obtive a última resposta.
Espero que, antes de encontrar a pessoa certa, vc se encontre. Para que, ao encontrá-la, não a sobrecarregue com a ingrata responsabilidade de te fazer feliz.
Todos os dias são para louvar ao Senhor, mas especialmente aos Domingos, quando na paz do nosso descanso, podemos melhor refletir sobre as bênçãos por Ele derramadas em nossas vidas, todos os dias! Obrigado Senhor por sua unção sobre nós.
Às vezes, no meio da vida, entre correrias e pausas, nós nos detemos. Vemos a vida, a nossa, a dos outros. Observamos, meditamos, fazemos silêncio.
Sempre fico confuso diante da pergunta que a vida nos faz: “Como vai você?”. É como se a pergunta fosse uma armadilha ou viesse já com a resposta inclusa; como se, em cada instante, tivéssemos de responder que estamos bem, que as coisas estão andando, que somos felizes.
Mas talvez não seja assim. Porque a felicidade não é este estado permanente de paz infinita que nunca alcançamos. A felicidade se compõe de momentos, de lutas, de sonhos, de fracassos, de tentativas, de esperas, de descansos, de encontros, de surpresas.
Às vezes, podemos pensar que nossa vida é cinza. Então é hora de lembrar do relato de Giovanni Papini, que escrevia sobre seu velho relógio parado às sete horas. Esse relógio, duas vezes ao dia, se unia a todos os relógios que, em sua louca correria da vida, paravam por um momento nesse ponto. No resto do tempo, ele permanecia imóvel, inútil, inservível. Mas havia momentos nos quais tudo encaixava e fazia sentido.
O escritor sabia que a vida está composta por momentos nos quais nos sentimos plenos, descobrimos um sentido, curtimos e sonhamos: “Também eu estou parado em um tempo. Também eu me sinto preso e imóvel. Também eu sou, de alguma maneira, um enfeito inútil em uma parede vazia. Mas desfruto de fugazes momentos em que, misteriosamente, chega a minha hora”.
E continua: “Durante esse tempo, sinto que estou vivo. Tudo fica claro e o mundo se torna maravilhoso. Posso criar, sonhar, voar, dizer e sentir mais coisas nesses instantes do que em todo o resto do tempo. Estas conjunções harmônicas se dão e se repetem uma e outra vez, como uma sequência inexorável”.
Porém, junto a estes momentos de luz, de plenitude, há muitos momentos de silêncio, de espera, de anseio. A vida é assim.
E quando pretendemos viver tudo com a mesma intensidade, quando pedimos à vida o que ela não pode nos dar, quando nos desesperamos ao ver que não temos essa felicidade da qual tanto falamos, então, ao ver que, em muitos momentos do dia, nossa hora não coincide com a hora da vida, podemos acabar ficando tristes e sem esperança.
A vida tem muitos momentos de luz. Ah, se tivéssemos pelo menos dois momentos no dia como os desse relógio parado! Seriam muitos. O importante é pensar que Deus também está presente nesses outros momentos de cansaço, de rotina, de esquecimento, de neblina.
Sim, Ele continua aí, sustentando a sua vida. Abraçando os seus silêncios. Alegrando a sua espera. Sim, aí, quando ninguém parece enxergá-lo, você o vê, sorri e se alegra na espera. E sonha forte. E anseia intensamente. E talvez deseje que lhe perguntem: “Como vai você?”, para responder que está ótimo.
Agradeça pela vida. Ainda que às vezes você não a entenda. Ainda que às vezes você caminhe sem respostas. Construa com suas palavras. Sustente vidas estremecidas. Levante-se e alegre-se. Contemple em silêncio. Você tem luzes e sombras. Noites e dias. Chuva e sol. Como a própria vida.
E o relógio nos recorda que fomos feitos para o eterno. E que, na vida, vislumbramos tenuamente o que seremos.
... É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.
AQUILO
Um mestre havia que dizia chamar-se “aquilo” tudo quanto existia.
Deus também era aquilo e aquilo tudo também seria Deus.
Aquilo estava em tudo e tudo estava naquilo.
A vida consistia em mudar, transformar ou aceitar aquilo.
Sim, dizia ele: “Aceite aquilo como aquilo é, quando não puder mudar aquilo e transformar naquilo outro.”
Diante do apaixonado, ria ele, a dizer: foi fisgado por aquilo.
Irreverente e bem-humorado, o mestre proferia a sua bendita palavra, no tom mais elevado, e, com grande pureza, às ações mais degradantes.
Questionado como se atrevia a dizer que Deus era aquilo e o diabo também, respondia:
“Tudo cabe em ti, e, embora tu sejas aquilo, acrescento então mais palavras – raro é cada ser humano, porque aquilo os fez todos iguais e todos diferentes. Desigual aparentemente é somente a palavra raro, porque tu és raro e eu aceito aquilo em ti, do jeito que aquilo se manifestar. Se me amas, se me odeias, se me compreendes ou não, não vejo diferença, porque eu sou aquilo em estado liberto. O que posso mudar ou transformar, aceito. O que não posso mudar, aquilo o fará. Tu és aquilo e eu sou aquilo também. Tudo o que tu amas está na aparência daquilo. Já eu, tudo o que amo naquilo é aquilo.”
O ENTUSIASMO SUBLIME QUE LEVA AO SACRIFÍCIO É A GÊNESIS DE TODAS AS REDENÇÕES... ELE NÃO ESTÁ MAIS NA CRUZ... ELE ESTÁ EM NÓS!!!
FELIZ PÁSCOA A TODOS!!!
A PAZ
A tua paz é como o orvalho
que cai no silêncio da noite.
Em calma, o de que precisas chega
e te traz um bem-estar
sem limites.
Na tranqüilidade, vestes a roupa
dos mais puros sentimentos
com que te apresentas mais adiante.
Tens grande valor íntimo.
Por isso, acalma-te, aguarda a paz
e deixa ao tempo o que é dele fazer,
sem te preocupares em ser
a maior estrela e o maior fulgor.
Reveste-te de humildade,
faze tudo o bem que possas
e segue em frente.
Com boa vontade, constróis a ti mesmo
e eliminas as imperfeições.
A PAZ é um grande bem.
A PAZ é de todos; dorme em uns
e vibra nos que lhe dão atenção.
Sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos que muito souberam amar.
Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...