Coleção pessoal de suelifajardo
Acorde
no solo a argila chora
o som das angústias
pegadas pesadas profundas
ousadia em tocar solo
desempenho único
do instrumento, do canto
que entoa
sozinho
as notas da vida.
Badulaques
Quando, enfim,
da minha existência
me for,
que fiquem espalhados
todos os meus pertences,
apegos desapegados,
soltos, não camuflados,
provas da minha vivência.
Serão apenas
meus badulaques,
disformes, angulosos,
desajustados,
a preencher vazios,
a explodir lembranças.
Espero que
estando espalhados,
alguém os recolha
em algum canto
abandonado,
esquecido,
perdido do coração.
Na pior das hipóteses,
que continuem assim
espalhando...
espraiando...
espalhando...
restos do meu ser
inacabado,
pedaços de mim.
SueliFajardo
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Respiro o vento, e vivo de perfumes
No murmúrio das folhas de mangueira;
Nas noites de luar aqui descanso e a lua enche de amor a minha esteira.
Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.
Reflita sobre as suas bênçãos presentes, as quais todo homem tem bastante; e não sobre os infortúnios passados, os quais todos homens têm alguns.