Coleção pessoal de sueli_souza_pinto

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Gosto quando me falas de ti... e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens, cenário de meus desejos tranqüilos.

NÃO DESPERDICES A VIDA
Não te esqueças que a vida é um momento que voa
um efêmero instante de beleza e alento;
vive pois sem temor e com desprendimento
o que ela te ofertar, sem maldize-la à-toa!

E' uma nuvem que muda aos caprichos do vento!
Se hoje a perdes... O tempo nunca te perdoa!
Vida! Repara bem como a palavra soa!
Não temas pronunciá-la com deslumbramento!

Há alguém, não sei quem é, mas disto estou seguro,
que nos há de intimar num remoto futuro
a dar contas da vida que um dia ganhamos...

E após tal julgamento estranho, com certeza
havemos de sofrer e pagar, se em defesa
não der-mos as razões porque a desperdiçamos...

GOSTO QUANDO ME FALAS DE TI

Gosto quando me falas de ti... e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens, cenário de meus desejos
[tranqüilos

Gosto quando me falas de ti... e então percebo
que antes mesmo de chegar, me adivinhavas,
que ninguém te tocou, senão o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs...

Gosto quando me falas de ti... quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombra, e eu só te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros,
mas nunca mordidos antes da minha audácia.

Gosto quando me falas de ti... e muito mais adiantas
em teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas a tua alma, sem dobras, como um lençol
distendido,
e descortino o teu destino, como um caminho certo, cuja
primeira curva
foi o nosso encontro.

Gosto quando me falas de ti... porque percebo que te
[desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que se desenrola inútil como um novelo
que nos cai no chão..."

(Do livro "Quatro Damas" 1ª Edição, 1965)

Há uma corja maldita
que nos acossa a vida, os sonhos.
Mas nunca nos calarão, a vida segue viva
e sonhar é cada dia, dia após dia
para quem nunca desistiu e segue buscando,
muito mais que o que a traça rói
ou que o ladrão pode roubar...
Cada Sol que marca o horizonte,
nos diz que é dia de lutar.
Lutar com palavras" , talvez
uma luta vã? Não creio, porque
desde o início foi o Verbo
que fez toda diferença, acredita!
Assim, cada palavra bem dita segue
a fora com quem crê, que viver
é permitir que a Vida viva, não é e
nunca será luta vã, pois segue
a Vida sendo eterna em quem nela
acredita e marca cada dia com o selo
do seu não desistir , insistir.
"Amanhã será outro dia..." o dia de
o Verbo estar nas ruas pela Vida
digna de cada um e cada uma,
que espoliado, ferido, doente,
infeliz, machucado,desempregado,
triste, desesperado, calado ou
loquaz, analfabeto ou estudado
segue vivo(?) nas ruas famélicas e injustas,
marchetadas pelos ínfimos mas passageiros
que não se envergonham, não se calam,
não se furtam de furtar, dinheiro e sonhos
da gente humilde mas necessária, que
cava seu pão, seu livro, sua vida a cada dia,
e entende que não podemos desistir, pois
unidos vamos marchar nas ruas
por nós mesmos, por todos eles,

na manhã do amanhã
deste NOSSO imenso e rico País!!

(suelidesouzapinto- 06/07/2019)

EIA POIS, ADVOGADA NOSSA, VOLVEI A ELES VOSSO OLHAR!
E tudo será pó sob a terra
por diferente que seja a estrutura,
corpos em paz com olhos semicerrados.
Já não importam mais os seus temores,
seus sonhos, graça ou juventude.
A noite inevitável chegou, e surda
fez caso pouco da riqueza de suas trilhas.
Ah que feliz sorte fosse um engano,
o silêncio em que se encontram!
Tanto a dizer mas é passada a hora,
a mortífera colisão aérea com o solo
cumpriu seu malsino destino de interromper
os caminhos, e os ciclos se fecharam.
A mata transformou-se em enfermaria,
quem dera ouvir ali um coração bater
no silêncio que se fez tão absurdo!
Agora vocês são de outra grei de vencedores,
nos separam bilhões de estrelas cintilantes,
mas não tarda em seus colos o doce fruto,
de ver por entre os cílios derradeiros
nascer a flor da eterna madrugada!
(suelidesouzapinto - 29/11/2016)
"Para quem caminha em direção ao Sol, é sempre madrugada." (Helena Kolody)
Em memória dos mortos no acidente aéreo na Colômbia que vitimou os jogadores de futebol do Chapecoense.

ESSA MULHER
sabe o que é, e diz,
fala, canta, vocifera,
mistura línguas e cores,
temperos e cheiros, luz e breu
sabem bem a ela,
porque de si sai ou fica,
quando ama: brilha,
muda nunca seu calor
solar se põe à mostra,
só se dá quando desmitifica
o ser santa, do lar, se embriaga
com o espelho que quer não
com que lhe deram, pechas
não lhe cabem, chamas a lambem
vitrifica ou escorre na areia
entre ser mar ou céu,
o que santifica é não ser só
é ser a que dedica cada dia
de seu a quem põe lenha e fogo
em sua vida, parida lambe
a cria, revolve cabelos, anéis
e dedos dá ao bem que fica,
chora a dor que demoniza
seu ser de luz ou sombra
em cada curva se transmuta
para flor e espinho dá valor,
sobrevivente evola na engrenagem
que lhe mói artelho e músculos
definidos a cada sol, lavada
e curtida, põe sal e saliva
sutura em cada sua ferida pois
sabe a si a mãe da vida,
inda que lhe digam onde ir
vai onde quer e não se explica
seu brilho de ser essa estrela
que aponta caminhos ainda que
desorientada converte em bússola
a desdita, põe na cabeça trouxa,
trança, idéia esquisita dizer
que ela não passa de mulher essa
frágil forte mistura tira da bateia
sem alarde ou grita o ouro mais que puro
de ser extrema em cada inauguração,
natureza que se reinventa seu brilho próprio
que orienta, perde a muitos no seu riso
nem sempre de alegria feito
guizo que retine a cada bater
cabelo sumário ou alongado
no olhar cigano não dissimulado
sim a quem a pensa a presa
quando já vai longe com caniço
pescar o que bem quer ao se rir
dos que a fitam embasbacados
cair e levantar-se em átimo e ritmo
que só o ser mulher entende o salto.
rasteirinha altiva, rainha sem cortejo
que merece toda hora a flor que a beija
e a consente no dia que dizem ser seu
sem saber ignaros que ela já se fez
dona e senhora de todo o calendário.
(suelidesouzapinto/2018)

SONHO
Eu queria ser artista,
ter meu nome na revista,
longos cabelos, corpo esguio...
Altura. Luvas de cetim,
flor enorme nos cabelos,
vestido preto ou carmim,
brincos azuis ou sapatos vermelhos.
Entretanto, sou outra versão de mim,
o que sonhei nunca foi assim.
Nasci foi, com luz intensa,
um cérebro com cibié.
Dei uma sorte danada,
tenho a alma inflamada
por toda palavra bem dita,
me dou bem na coisa escrita,
seja dor, ou alegria.
Boa sorte ou desdita?
Se me cravam um punhal
pelas costas ou olhando pra mim,
empunho caneta e papel,
me resolvo - é assim.
Pois todo obscuro guardado,
marcapasso pra se morrer
deve ser bem desfiado,
recontado, comemorado,
muitas vezes chorado...
até deixar seu escaninho
ir pro papel direitinho.
E se a coisa não se ajeita,
vou cobrindo essa ranhura,
( se for mesmo grande o lanho),
deixo lá bem quietinho,
e mais uma pérola ganho.
Afinal, quem veio aqui a passeio
não fui eu nem é ninguém.
(suelidesouzapinto)

FINITOS
O que me altera a rota, me desgoverna,
é aquilo em que todos estamos inscritos,
que ainda que de ciência certa, não
lhe dizemos o nome,nem calendário queremos.
O relógio segue, não suscetível nem moldável,
o corpo quente pede prazer com bastante gelo,
mas é a saúde que conduz as criaturas
nos salva do calvário e nos põe em sorrisos.
Há quem diga: não sei o que faço oh vida vazia!
não isso não e assunto encerrado, finjo ter
encontrado um sentido, mas há tantos, tantos tantos,
como tantas são as criaturas sobre a terra.
O tempo segue implacável sua lógica ordinária,
cada momento faz parte de uma explosão
estupenda e imediata e ainda que,
supliquemos por mais, mais e mais,
porque achamos melhor aqui nossa presença,
o vácuo precisa de nós e nos quer a todos!
(suelidesouzapinto)

SAUDADE
Saudade é esse bem que se sente
quando já passou e fica
quando o vento traz a voz e o cheiro
quando a luz brilha no Sol e na Lua
quando o dia bem podia ter sido infinito
e a noite mágica não sai da memória...
quando o sentimento preenche os dias
e nossa mão enlaça no sonho outra mão
quando o lábio sente o toque da pele morna
quando permanecem os braços que nos fecham
ainda e sempre num abraço
quando bate fundo na alma um gosto que nos salva,
a vida sombreia o dia com um olhar que acalma
e o que vai fundo na alma nos alenta
com um pouco de nostalgia. <3
(suelidesouzapinto-jan/2018)

INSTANTE
Há momentos nesta vida
sobre o qual não se quer dizer mais nada.
Pode pensar o que quiser,
mas essa é a felicidade mais pura.
É o nosso eu descansado de desejos,
um silêncio macio num cabelo acariciado,
como uma brisa de inverno que passa
desidratando a pele sem que se perceba;
como mãos que se enrugam com o tempo,
com um calor interno que se aprecia,
igual àquele velho moletom folgado.
Nesse gostoso enrosco que não finda
mantemos o olhar limpo e caloroso
de quem sabe ter sido amada até em demasia,
ainda e apesar de tudo que de humano
nesse afeto tenha havido,
ainda que se possa dizer quando principia
e nos tenha feito pensar que nunca acabaria,
um dia vem a surpresa de vê-lo aqui e ali
em nosso eu mais profundo, cicatrizado!.
(suelidesouzapinto)

INSTANTE
Há momentos nesta vida
sobre o qual não se quer dizer mais nada.
Pode pensar o que quiser,
mas essa é a felicidade mais pura.
É o nosso eu descansado de desejos,
um silêncio macio num cabelo acariciado,
como uma brisa de inverno que passa
desidratando a pele sem que se perceba;
como mãos que se enrugam com o tempo,
com um calor interno que se aprecia,
igual àquele velho moletom folgado.
Nesse gostoso enrosco que não finda
mantemos o olhar limpo e caloroso
de quem sabe ter sido amada até em demasia,
ainda e apesar de tudo que de humano
nesse afeto tenha havido,
ainda que se possa dizer quando principia
e nos tenha feito pensar que nunca acabaria,
um dia vem a surpresa de vê-lo aqui e ali
em nosso eu mais profundo, cicatrizado!.
(suelidesouzapinto)

CHEIA NO RIO IGUAÇU
Enche-se o rio, lento, de vaga em vaga...
É noite, e tudo core em curso lento,
na água que miro mais e mais alaga do vento.
Seguem-se curvas, margens ao sabor do vento.
Há muito pouco nesse viver macilento,
desmaia tudo no ocaso que a noite afaga.
E derradeira é a luz, longe, no firmamento,
que no rio rola, treme, de vaga em vaga.
Um vago e triste silêncio por tudo!
Espalha-se a lua, lenta, muito lentamente,
e firma-se quieta no horizonte mudo.
Então o seu reflexo me põe embevecida,
como uma estrela que soltou-se da corrente,
puxa meu cobertor e me põe adormecida!
(suelidesouzapinto-03/07/2013)

CHEIA NO RIO IGUAÇU
Enche-se o rio, lento, de vaga em vaga...
É noite, e tudo core em curso lento,
na água que miro mais e mais alaga do vento.
Seguem-se curvas, margens ao sabor do vento.
Há muito pouco nesse viver macilento,
desmaia tudo no ocaso que a noite afaga.
E derradeira é a luz, longe, no firmamento,
que no rio rola, treme, de vaga em vaga.
Um vago e triste silêncio por tudo!
Espalha-se a lua, lenta, muito lentamente,
e firma-se quieta no horizonte mudo.
Então o seu reflexo me põe embevecida,
como uma estrela que soltou-se da corrente,
puxa meu cobertor e me põe adormecida!
(suelidesouzapinto-03/07/2013)

APETITE
Para tua fome
eu tenho as carnes preferidas.
Coloco meu coração , brasa viva
sobre a lenha do colchão,
queimo a sede, com galho e graveto.
E vais encontrar preparado
teu prato predileto,
dividido entre a mesa e o fogão.
Para tua sede
garanto paladar e substância,
um acabado de licores e sorvete,
sabor, líquidos com cor e fragrância.
E abrirei a mim mesma num espoucar,
nova página em tua vida,
coroada com cereja.
(suelidesouzapinto)