Coleção pessoal de SimoneMontilares
Moça do riso bonito, da fala mansa e do amor enrustido. Saístes de onde? Porque não apareceu antes? Porque nunca te achei?
Eu, nem doce, nem salgada. Nem suave, nem amarga. Eu, uma mistura de samba com rock. Uma mistura de funk com pop. Nem alegre, nem triste. Uma fusão de 8 e 80. Uma mistura de canela e pimenta. Eu, nem doce, nem salgada. Diria, agridoce. Prazer.
Menina vazia,
Brincando de poesia.
Menina pela metade,
Brincando de dizer verdade.
Menina inteira,
Não brinca mais,
Perdeu a razão,
Perdeu motivação.
Não brinca mais.
Cansou disso tudo.
É quando as coisas estão chegando ao fim, que a gente se dá conta do que valeu a pena ou não, das saudades, dos arrependimentos e das pessoas que passaram em nossa vida durante esse tempo.
É engraçado como as pessoas conseguem apontar os defeitos das outras com tanta nitidez enquanto conseguem passar por cima dos próprios sem serem capazes de concertá-los.
Que mania mais estúpida essa que a gente tem, de colocar nossa felicidade nas mãos de outras pessoas.
“Chega a ser engraçado como tudo acontece, alguém chega e muda sua vida por completo, deixa tudo de cabeça pra baixo, deixa tudo perfeito. Eu penso em nós todos os dias, como tudo aconteceu, como nossa vida esta hoje, chego a rir de pensar nas nossas maluquices todas. Ah! é tão bom saber que temos lembranças tão boas, eu me orgulho disso, me orgulho de você, me orgulho de nós. Eu gosto de pensar no plural, gosto de pensar nas coisas como elas são, como cada detalhe Deus teve a perfeição de pensar. Eu gosto muito disso, saber que somos abençoados por Ele, eu sei que sim, pois nossa amor é muito sincero. Eu gosto de pensar assim, de pensar em nós. Não gosto de singular, eu prefiro plural.”
Estou em um monologo sem fim. Com a incerteza se já comecei a enlouquecer, chega a ser eloquente para mim, pois já estou me convencendo disso. Não me pergunte sobre isso é bem provável que eu diga não. Como uma canção adormecida eu só consigo ouvir ruídos e pequenos martelares. Eu não gostaria desse impasse, dessa crise de existência e desses pontos finais. Estou bem certa que a loucura esta em mim, sinto cada partícula do meu corpo sendo tomada por ela tornando o meu raciocínio lento e desleixado. Não sei ao certo em que ponto de loucura me enquadro. Se é no ponto dos loucos de pedra ou dos loucos de amor.
[Eram duas da manhã, o telefone tocou, ela saiu desesperadamente da cama para atende-lo.]
Suspirou e disse:
-Alô.
Fez-se silêncio do outro lado da linha e ninguém respondeu, a frustração transpareceu em seu cenho, “provavelmente foi engano” disse ela.
Foi se deitar com o coração apertado por aquela não ser a ligação de quem ela esperava. Os dias se passaram e com uma frequência sempre recebia ligações e nada se ouvia nelas, até que um dia ela recebeu uma carta, quando viu o remetente se espantou e ficou atônita, a carta dizia:
“Oi minha pequena,
Não queria te magoar, nunca tive a intenção, você sempre aturou minhas manias não é mesmo? Não sei de onde tinha tanta paciência, lembra-se quando nós ficamos rindo um do outro quando ficávamos encarando um ao outro para ver quem dava risada primeiro? Éramos tão bobos, porém tão felizes, lembra-se pequena quando eu suspirava só de sentir o seu perfume? E acordávamos todos os dias um do lado do outro? Lembra das nossas brigas por besteiras?
Ah minha pequena eu sinto tanta falta disso, mas fui incapaz de te fazer feliz, quero te pedir desculpa por todas as besteiras e sofrimentos que a fiz passar, e mesmo que não queira me perdoar saiba que a quero ver feliz.
Você andou recebendo alguns telefonemas não foi? Era eu, não tenho coragem de te ver, mas queria ouvir sua voz antes de dormir, me desculpa amor fui tão imbecil e estou sentindo sua falta, não me sinto ótimo quando escuto sua voz, porque ela ainda é tão distante pelo telefone, mas me acalmo e consigo dormir.
Só queri que soubesse que depois de tudo eu ainda te Amo. Desculpe pelo incomodo.”
Seus olhos encheram de lágrimas, suas mãos tremendo, o coração batendo forte, pegou o telefone e discou aquele número que jamais esqueceria:
-Alô.
Umas voz rouca falou do outro lado da linha:
- Minha pequena…
-Não fale nada…. Eu te amo, seu bobo.
- Eu te amo minha princesa…
Sou daquele tipo que não gosta de mentiras, de frases prontas, de promessas desfeitas, de alegrias compradas, de sentimentos sem sinceridade.
Ela olhava para ele como se fosse o único e era, ela o sentia como se ele fosse o mais perfeito e por um lado era, ela sabia que ele era o amor de sua vida e sabia que isso jamais iria mudar, era amor e ela estava certa disso, era (per)feito para ela.
- Não. (Per)feito para nós... - Ele corrigiu.
As vezes um corte de cabelo é necessário mudar, ou até mesmo o seu jeito de falar, as vezes seu comportamento merece melhoras e a sua postura, as vezes faz bem mudar o guarda-roupa, mudanças são precisas, mas nem sempre você escolhe mudar, as vezes você muda porque a vida te obrigou.
Quem nunca fez o salgadinho de anel? Ou achou que as nuvens eram de algodão? Quem nunca ralou o joelhou e só parou de chorar quando ouviu aquela velha frase “Quando casar sara”, ou brincou de qualquer coisa boba achando que era de verdade, quem nunca teve medo do escuro ou de ficar sozinho? Quem nunca foi ingenuo quando criança a ponto de achar que crescer era a coisa mais divertida do mundo?
A história mais bonita é que você não planeja, o amor mais sincero é aquele que você não espera, o sentimento mais puro é o que vem de dentro, a vida só tem sentido depois que você já sofreu, você só dá valor depois que perde e só aprende a acertar depois de vários erros
Sou daquele tipo que torce o nariz quando não gosta, que chora de raiva por coisas bobas, que grita de dor por dores incuráveis, que ama sem olhar a quem, a que reclama de tudo, sou aquela pessoa que vive a espera das coisas e se irrita com isso, sou confusa, estranha, tão eu.
O melhor amigo é aquele que entende e tenta suprir sua dor, quando todos os outros viraram as costas.