Coleção pessoal de simoneemanuelle
Homens são como remédio: de marca, genéricos e similares. Muda de nome, de preço, de laboratório. Mas não se engane, meu bem, o princípio ativo é o mesmo!
(Achei menos drástico não citar os remédios clandestinos)
Muito fácil atribuir a culpa a alguém quando não se sabe o que fazer com ela. Mais fácil ainda é tirar o peso das costas e jogar pro alto. Dane-se quem passar! Não é assim que funciona? Sabe o que é difícil mesmo? Difícil é admitir que errou e acreditar que erros são perdoados (sim, são), mas sempre deixam feridas, feridas do tipo que não fecham. Complicado. Não foi à toa que Newton constatou sua terceira lei: ‘A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade’. Questão de sequência, coisa lógica, óbvia até demais: se você rega sua roseira todos os dias ela floresce e lindas rosas desabrocharão trazendo beleza e perfume aos seus sentidos. Do contrário, se não a rega, seus botões murcham, os galhos tornam-se fracos e quebradiços, a cada folha caída uma súplica de uma gota d´água. Uma chance. Esperança que se vai a cada folha levada com o vento. Realidade que fica: nossas ações são de extrema e inconsciente unicidade e perpassam por outras vidas de forma positiva ou negativa. Nem o bibelô da mesinha de centro que você quebrou vai ser o mesmo depois de colado, o que dirá um coração.
Somos livres para escolher, escravos de nossas culpas e eternos prisioneiros das consequências!
Eu não acredito em signos, sério! Sou uma pisciana e, de já, desmitifico essa visão que todos têm de que nós somos os seres mais piegas do horóscopo. Conheço gente bem pegajosa e romanticamente exagerada e, veja só, não nasceu entre 20 de fevereiro e 20 de março! Enfim, sou meio cética nesta questão, mas, ultimamente, os astros andam acertando muito sobre mim. Os astrólogos dizem que os piscianos são ótimos ouvintes e nisso venho pensando, me recusando a ter que dizer que concordo. Hoje tive mais certeza disso. Acho que existe uma espécie de tatuagem em minha testa, escrito: Oi, sou sua válvula de escape! Só pode! Não vejo outra explicação decente para isso. Sempre fui uma espécie de ombro amigo na vida das pessoas: “encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora e conta logo suas mágoas todas para mim”. É meu talento! De garotas a mulheres muito mais maduras, supõe-se pela idade, que eu. De garotos a homens já bem vividos. Da garotinha que se apaixona pela primeira vez, da amiga que traiu o namorado, do cara que tem problemas com mulheres, do que foi traído, do que não consegue parar de usar drogas, do amigo ambicioso e sonhador, da mulher que ainda ama o ex-marido, do marido que não aguenta mais a mulher e pretende divorciar-se! Já ouvi cada relato, uns de mais difícil resolução, outros: puro drama; já me comovi, já fui dura e já não soube o que dizer! Obrigada a quem, de bom grado, empresto meus ouvidos. Ando aprendendo muito com isso. Mas eu também me enrolo e me embaraço e até encontrar o fio da minha meada leva tempo. Saber dizer algo confortante para você não significa que sei de tudo, que me dou bem em tudo. O problema é que as pessoas têm mania de sempre achar e, como se não bastasse somente achar, dizer nossa-como-você-sabe-lidar-tão-bem-com-tudo-isso ou queria-muito-ser-bem-resolvida-como-você! Como assim? Não, eu não sei lidar tão bem com “tudo isso”! E não sou assim tão bem resolvida. E digo mais: não sou uma companhia tão agradável, nem para mim mesma. Tenho dias normais como pessoas normais. Faço dramas, tenho traumas. Acordo de mau-humor, dou risada de besteiras, sou insuportável na TPM. Namoro, tenho amigos (poucos), me divirto, trabalho, estudo e, pasmem, também choro. Às vezes sou uma pessoa estranha e, de vez em quando, alguém terrível.
E que todas as boas intenções que pairam, utopicamente, sobre dezembro tornem-se um dia, de fato, realidade. Que todas as luzes que brilham frenéticas nessa época do ano sejam luzes no fim do túnel e sirvam como direção a quem de guia necessitar. Que os ventos que predizem a chegada de mais um ano sejam os bons ventos perfumados da primavera e que, nesse período, desabrochem junto às flores os nossos melhores sentimentos!
Vem dezembro, vem manso, toca teus sinos em sintonia com o pulsar dos corações enfastiados, faz dessa melodia um acalento a quem pouco ou nada crê na vida, renova a esperança em quem espera um dia ‘o milagre’ acontecer. Seja esse milagre! Que o Natal seja mais que uma troca de presentes e comida farta, mais que um bom e esquecido velhinho descendo pela chaminé, que seja fé. Somente fé.
Seja muito bem-vindo, senhor Dezembro! Pode entrar, a porta está aberta!
Acho tão lindas essas paradas de ‘amor’, cara! Tudo muito perfeito, à la panos passados! Fofo demais, bonitinho demais, arrumadinho demais: DEMAIS! A teoria é o blá blá blá mais lindo que já puderam inventar! Na prática, a roupa é largada; a fofura e a beleza nem sempre existem e, outra, tudo parece levar ao imperfeito. Mas tem uma vantagem: é um laço duradouro! Observe: eu disse laço! Laço não aperta, não sufoca e se desatar você o refaz de outra forma, podendo até ficar mais bonito, mais ‘jeitoso’!
Cuidado: nem todo amarrado desajeitado é laço; nem tudo é sinal de amor! Para ser ‘perfeito’ não precisa ser ‘certinho’!
Engraçado, agora parecemos dois estranhos. Aquele amor ficou parado ali mesmo, no meio da estrada, de bagagem pesada, só com a roupa do corpo, sem saber que rumo seguir, sem mim, sem você, sem carona, sem atalhos nem mapas. O nosso amor vaga: com sede, com fome, com lágrimas. E espera, espera um dia a nossa volta, espera que um dia, feito criança, o carreguemos no colo e brinque e sorria como era de costume fazer nos piqueniques de domingo.
O tempo passa, o vento passa, a paisagem passa, o amor não passa. Ele fica! Caminha a passos lentos e exaustos, as malas pesadas de recordações já puíram, arrebentaram e ficaram pra trás. Os olhos cansados já não enxergam a longas distâncias, já não me reconheceriam, nem reconheceriam você. Nosso amor é uma moldura sem retrato em busca dos rostos que antes ali sorriam! É um vão eterno entre mim e você.
O amor envelhece, a memória desgasta, as lembranças se vão, os sentidos enfraquecem, mas lá no fundo tem uma coisa que ainda queima, e arde, e dói! Aí acontece que o amor não espera mais por mim nem por você, espera por alguém, qualquer alguém que o leve e cuide e guie e queira bem.
O amor não passa, não acaba, adormece. Se vai aos poucos na esperança de um dia saber como voltar!
Tá, então pode vir! Talvez ande mesmo precisando de alguém que ponha meus pés no chão, que me coloque no colo e converse bobagens de vez em quando. Alguém que não tente me mudar, mas goste do jeito que sou. Talvez ande precisando de abraços largos, menos palavras e mais sorrisos. De vez em quando é bom ter alguém pra contar estrelas.
Pode vir, mas vem devagar, vem pela porta dos fundos, de mansinho e sem pressa. Não me tire o ar, me traga fôlego! Não falte, nem transborde! Não me venha com metades nem meias vontades, me venha inteiro e incompleto! Venha, apenas. Talvez precise de alguém que chegue, sem medo de partir.
Tem horas que a gente precisa mesmo é da calmaria... E eu cansei de dar passos largos, agora vou só no ‘miudinho’. Minha única pressa é de ir devagar.
Não. Definitivamente não tenho talento pra meios. Não gosto de nada mais ou menos e, quando tendo a ficar no meio-termo, isso me irrita! Não sinto mais ou menos, não quero mais ou menos, não consigo viver uma meia vida ou uma meia alegria! Só sinto se for muito, se for grande. Só vivo se for tudo ou nada! Só conheço o 8 e o 80, entre isso não me satisfaz!
Também nunca tive talento pra dúvidas, prefiro as coisas certas, mesmo que sejam erradas! Não quero me limitar a viver mais ou menos. Que é isso? A vida é uma só e é agora! O tempo avança num desatino incontrolável, não é tempo de se querer pouco!
Quero sempre o pote cheio, não precisa transbordar, mas que seja cheio! Cheio de mínimos detalhes. Sabe, aquelas coisinhas pequenas que transformam a vida em grande e que se traduzem num sorriso!? Quero o vento, o pôr-do-sol, o cheirinho de chuva, as estrelas...
Não dá pra ter um meio amigo, um meio namorado, um meio pai ou uma meia mãe! A metade até agrada, mas nunca satisfaz! Quero os sentimentos inteiros, quero sinceridade e sorrisos. Mas aqueles sorrisos verdadeiros, aqueles mágicos que terminam com um brilho nos olhos. Não quero a falsa ilusão do mais ou menos, não mesmo! Não quero um sorriso amarelo, palavras falsas e olhares distantes.
Sou egoísta e teimosa: quero tudo ou nada!
Eu não quero nada extravagante, nada extraordinário, nada que me tire o fôlego. Quero a calmaria depois da tempestade, quero coisas duradouras. Quero a tranqüilidade de um amor sereno. Não quero mais fogos de artifício, não quero nada que se apague nessa efemeridade das coisas. Quero tudo na paz, quero tudo no seu devido lugar. Não quero que transborde nem que falte, só quero a medida certa, tudo no limite. Porque depois de um certo tempo a gente vê que tudo que falta o fôlego no fim traz excesso de lágrima e eu me prefiro desmanchando em sorrisos.
Trago no bolso sonhos possíveis. Descartei o peso da expectativa. Me sinto mais leve, sorrindo por tudo, chorando por nada. Talvez esteja letra de Renato Russo "acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto" e se pra alguns "o que é demais nunca é o bastante", descobri meu muito ao alcance dos olhos. Não tenho roupa adequada para aparições em grande estilo. Minha alma mal vestida aprendeu a achar graça na simplicidade. Eu quero pôr do sol acompanhada, bagunça de amigos de madrugada, quero foto despenteada, quero andar com calma. Correria pra quê? A estrada sempre vai estar ali me esperando. Você pode até me chamar de limitada, mas a paz que habita em mim, não escuta suas palavras!
Porque nem sempre o que você precisa é o melhor para você. Nem sempre a vida te traz caminhos fáceis. As escolhas são difíceis.
Nem sempre estar triste é ruim. Às vezes é preciso abraçar a tristeza como se fosse uma velha amiga, aquela amiga que aparece quando precisa de você, precisa do seu colo. Aconselhe, pondere, depois, sutilmente, mande-a embora, descanse, reflita. Tire dos seus medos as melhores lições de coragem!
O Sol se vai, mas ele volta... Espere!
Sempre vale a pena!
Não sou uma mulher completa!
A idéia do completo me traz uma sensação de finitude e, particularmente, não gosto de fins. Eles não existem, são apenas desculpas!
Todo suposto fim é sempre um novo começo. Começo de novos tempos, nova vida e de novos sonhos.
E comecei a sentir uma leveza estranha... Tímida inquietude, estranhamente leve. Uma paz que tira o sono, um sono que rouba a paz! Calmaria que me agita e um agito que me acalma... Algo oscilando entre os pólos.
De repente passei a ter pressa... pressa de ir devagar!
E de repente te aparece alguém (assim mesmo, do nada, sem mais nem menos, sem avisar, sem pedir licença, sem ao menos perguntar qual a porta de entrada):
- Vem cá, me deixa colorir sua vida!?
- Mas, como assim, colorir!?
- Me deixa pintar teu céu de azul bem claro, fazer o pôr-do-sol do jeito que você gosta, me deixa fazer um arco-íris, desenhar uma companhia nas suas noites de inverno, aliás, me deixa ser sua companhia! Vem cá, baixa essa guarda, mulher! Fecha os olhos, eu seguro sua mão, te ensino a fazer da vida uma arte!
A verdade é que sou muito intensa, vivo sempre nas extremidades... Quando gosto, gosto mesmo. Quando não, não há nada o que fazer! Por um lado é bom: odeio meios termos! No meu dicionário não existe o quase... E já me perguntei várias vezes se isso é uma qualidade ou um defeito. Nunca descobri! Na verdade, cansei! Não quero mais saber, a vida me leva da forma que sou!
Às vezes, mesmo sem perceber, você acaba superexigindo demais das pessoas, chega até a ser um pleonasmo, mas é assim que acontece. Você exige amor, exige carinho, atenção... Por um minuto queremos que todos sejam perfeitos, mas esquecemos que somos todos seres humanos, reles seres falhos com vícios e defeitos! Esquecemos também de olhar para nós mesmos; será que estes sentimentos, por nós tão cobrados, não estão em falta dentro de nós mesmos? Primeiro você deve cultivar dentro de si o amor, o carinho, a atenção de que você necessita para, só então, ter serenidade suficiente para entender que sentimentos não se exigem: são puros, simples, sinceros, verdadeiros e nos completam!
Ser feliz não é agarrar-se a uma realidade como sendo esta sua única forma de vida. Os ciclos se fazem e se refazem e essa é a lei natural das coisas. O tempo passa, mas não levamos os momentos conosco, quando percebemos já viraram lembranças, sejam elas boas ou ruins.
É preciso saber viver cada dia com a certeza de que amanhã vai ser muito melhor, que vai ser sempre melhor... É preciso organizar a bagunça da cabeça e, principalmente, do coração. Jogar fora as mágoas e guardar o passado com carinho numa caixinha para ser somente aberta nos momentos nostálgicos!
As lembranças fazem parte da vida e o passado é apenas uma foto emoldurada. Não faça dessa foto um espelho, não repita seus erros, tire deles as melhores lições.
A felicidade não tem fórmula, não tem segredo e nem definição, tem cheiros e cores para cada pessoa, principalmente cheiros! O caminho até ela é complexo, um caminho de escolhas, renúncias e desafios que pode e deve ser percorrido serenamente até o fim. Essa, na verdade, é a beleza da vida: sorrir, chorar, cair, levantar, errar, aprender e seguir simplesmente vivendo!
Descomplique! Tudo fica mais fácil!
Mas acontece que às vezes os sentimentos se embaralham aqui dentro. Ou por cansaço ou porque tudo tem seu tempo.
Situações adversas que se embolam, se enroscam e se misturam num emaranhado de idéias e sensações indecifráveis e indescritíveis.
Difícil entender o mundo dos sentimentos. Melhor não entender, melhor sentir... Sentir como se sente a brisa leve que toca o rosto carinhosamente no fim da tarde, sentir como se aquele momento fosse único e a noite não fosse chegar!
Sentir, apenas, sentir ...
Nem tente me entender. Tenho motivos, mas não tenho explicação!
Eu sou várias em uma só, estou à mercê das sensações que me ocorrem, meu combustível é a emoção!
Sou delicada. É, sou!
Na verdade, um poço de delicadeza um tanto enrustido numa personalidade meio conturbada e excêntrica. A delicadeza não é sinônimo de fragilidade, muito menos de perfeição. Ser delicado não é viver numa redoma poupando-se sempre.
Ei! Pode tocar, pode sentir. Mas, cuidado! Também sei ferir. Tenho sérios problemas no uso das palavras, elas sempre saem assim: desconexas e cortantes. Então não há amor em mim? Há! Há sim, muito amor... transbordo de amor!
Mas essa sou eu, uma mistura de faces que se fazem e se refazem conforme a melodia... Veja através de meus olhos a minha alma, essa sou eu!
Difícil relembrar, é como magoar uma ferida ainda aberta! Recordações dolorosas ainda vívidas e vividas intensamente em um momento mágico na vida, momento que não volta mais, tempos perfeitos demais pra serem repetidos.
Ah, o tempo... Tempo, senhor de tudo. Tempo que nos ergue e tempo que nos desgraça, tempo que acaba com o encanto de um lindo amor!
Como diz Briza: ‘ A vida é uma gambiarra!’ E, pensando bem, é mesmo! Um rolo de emendas que a qualquer momento podem se romper. Mas é importante saber viver cada momento, curtir cada pessoa, uma hora ou outra já estamos em outro lugar, embalados em outro ritmo ou em outros braços... Às vezes pegamos o trem de volta, ou seguimos em frente, nunca se sabe o que a mão do destino nos reserva. O bom mesmo é seguir, seguir sempre e não voltar atrás, reviver só se for na memória... não deixar que as mágoas inundem a alma!
Distribua amor e encontre amores. Deixe seu coração livre, limpo e puro para que ele saiba pousar e repousar no colo daquele que vai aquecer pra sempre suas infinitas noites de inverno!