Coleção pessoal de shaieneluz
Seu nome
Devassável assim. Arrebatador. Sem questões. Meu coração palpitava pelo susto da descoberta. Tudo muito novo. E o sabor gostoso derretendo em meus lábios. Eu não queria respostas. Suas mãos deslizara pelo meu corpo quente. Sua voz abafada e musical susurrava detalhes límpidos do quanto me queria perto. E eu te arranhara. Te mordia. E dizia : me devore. E você correspondia as minhas expectativas. Delator o seu olhar. Clareza, carinho e casto. Ritmo e calma. Eu não queria separar minha boca da tua. E a tua boca se encaixara perfeitamente a minha. Olha onde eu fui encontrar o amor, do outro lado do muro, da cidade, da vida. Quis escrever teu nome na parede do meu quarto. Toda a minha proteção foi abalada ao ver o seu sorriso. Deverias ser preso por crime cupolso. Mas eu nem te denunciaria. Esse jeito você, esses sorrisos dispersos, essa sua barba bem feita. Tudo isso me ganha. Venho matendo cuidado, mas de fato, não me responsabilizo por minhas ações.Nem pelo romantismo tosco que você fez surgir em mim. É tudo tão anos 50. Que o medo não abafe a voz dos sentimentos que vem surgindo em nós. E que a coragem do cuidado invada cada milímetro do nosso corpo. Que a gente se preserve, e que nossos olhos nunca se percam de vista
Eu falando sobre o quanto te gosto, de novo.
Eu gosto do azul da sua boca. Ou quando naturalmente você olha pra mim tentando descobrir alguma coisa sobre mim que eu ainda nem se quer sei. Eu gosto da sua barba bem feita, e dos seus dentes alinhados de uma forma única e tua. Eu gosto da sua mão alisando a minha como se não fosse soltar nunca mais. Eu gosto da sua manha ao tocar uma melodia no violão, e de como você fica quando eu lhe digo algum elogio tão obvio que soa clichê. Eu parada olhando para você fico tão demodê.Eu gosto do jeito que põe o cabelo para trás e dos seus pêlos. E os arrepios que me causa quando encosta o teu corpo ao meu, ou quando senta a minha frente quase colando meu rosto no teu. Eu gosto do seu jeito de falar e dos apelidos que você me põe para mostrar o quão somos íntimos. Eu gosto das suas costas, e da maneira displicente que você fala de outras garotas que nada significam só para despertar um ciúme inadequado em mim. Eu gosto do tom da sua voz, e de como você me tem cada vez mais e nem imagina. Eu gosto de quase tudo em você. Mas o importante é que eu gosto de você.
Sua garota.
Então você me liga só para me contar o quanto o seu chefe é engraçado. E me manda torpedo se ao andar na rua topa com um pássaro diferente ou se come alguma coisa e lembra de mim. Essa é a sua mania doce de me encaixar em cada parte da sua vida. E eu rio por sentir surpresa que você me queira perto para ver tudo isso. Você me chama para viajar e escalar morros gingantes, tomar banho de cachoeira e sentar para fazer uma fogueira. Me apresenta para sua mãe que já pergunta com um tom atrevido e singelo se sou eu a garota da sua vida,agora. Me estremeço. É isso que eu sou, e você me diz quando me manda aquela música da sua banda preferida. Sou sua garota. Quando você roça a sua barba no meu ombro, e quando cheira a minha barriga com aroma de pitanga. Então você me diz que me quer por perto a vida toda. E eu aqui, querendo ser a sua garota, pra toda vida.
Fértil imaginação.
Não me culpe por eu sempre imaginar o melhor e mais bonito pra nós dois. As fotografias que tiraríamos num domingo vendo um filme qualquer , e o seu riso alto com as minhas piadas péssimas. Imaginação fértil, e coração com esperança de que eu um dia vá viver isso ao seu lado. Vivo criando imagens nossas. Você mais perto, e eu com sua camisa azul preferida. Claro que eu não te conto nada disso. Estamos caminhando ainda a alguma coisa que nem saberemos como vai terminar. Mas não vou negar, que naqueles filmes anos 90, eu vejo nós dois, e nas comédias românticas atuais também. Paro e penso no quanto eu queria viver tudo isso, ou parte disso com você. Não me culpe, mas você despertou em mim a ânsia de viagens, e de almoços em família. Eu gosto da forma que minha vida ficaria ao lado da tua. Bonito de ser ver, sentir. Eu gosto dessa sensação de que de manhãzinha você me ligara do outro lado e dirá que está com saudade do meu beijo, do meu corpo, de mim. Não me culpe por ver um futuro em meio ao nosso presente. É só a minha imaginação fértil dizendo que te quer sempre mais.
Dance comigo
Olha, obviamente eu sou tudo isso que você vê enquanto conversamos. Claro que tem coisas sobre mim que nesses quase noventa dias de convivência não mostrei. Mas temos tempo. Você sempre me diz que teremos todo tempo do mundo. Mas quero que saiba mais sobre mim. Sobre o meu temperamento doce e algumas vezes impulsivo. Sobre os meus defeitos, lógicos. Estou longe de qualquer perfeição existente. Eu rio alto as vezes, e tenho uma mania de falar demais maior parte do tempo. Eu tenho medos encobertos, e raramente choro na frente das pessoas. Inclusive, se eu chorar na frente de alguém, é porque eu confio na mesma. Olha, eu tenho algumas feridas ainda abertas sobre assuntos que já me machucaram. Feridas essas que eu venho tentando curar sozinha, algumas vezes consigo, outras não. E quando eu ficar quieta, é porque há algo de errado. Realmente se preocupe com isso. Eu sou essa romantica toda que você vê e acha engraçado. Eu sou assim do fio do meu cabelo até o dedinho do pé, mas as vezes, eu não deixo transparecer tanto, depende muito da reciprocidade de tudo. Eu gosto de reciprocidade ou atenção em tudo que eu faço, mas somente se você sentir que deve fazer o mesmo. Por favor, não seja gentil comigo só pelo fato de eu sempre ser contigo. Quando quiser se resguardar, eu vou entender. Eu normalmente, sempre entendo. Olha, eu não sei como começar nada. Então inicie e eu sigo todo resto ao seu lado, se for essa a nossa escolha. Eu sou atrevida e sempre vou querer te arrancar sorrisos, mesmo que eu soe como palerma. Eu gosto que todas as pessoas ao meu redor fiquem contentes. Olha, eu não sou a menina mais bonita que já gostou de você, não sei cozinhar, não sei muita coisa que você, com certeza, já deve saber sobre o mundo. Mas de um jeito ou de outro, ficarei perto de você, observando-te na vida. Eu tenho tanta coisa em mente, tantos sonhos, que eu ainda não pudi lhe dizer. Mas não tenho pressa. Olha, não repara na minha lentidão em sentir ou perceber as coisas. E não se envergonhe a cada vez que eu lhe fizer um elogio. Não seja bobo. Eu gosto de ver o lado bom e ruim das pessoas. Sou uma analista de almas confessa. E eu não sei sentir ciúmes, então não ligue para os meus dramas, caso eu sinta, apenas sorria e se divirta com isso. Olha, eu também já errei, em algumas coisas. Eu não gosto muito de quando você fica distante de mim, mas eu sei respeitar tudo. Respeito é tudo. Eu nunca trai, e com certeza eu não perdoaria isso. Quem gosta age com cuidado. É nisso que eu acredito.Eu não fumo, e não gosto de bebidas. Mentiras me apavoram e me distanciam das pessoas. Eu canto no chuveiro, eu durmo de calcinha, e tenho aquele urso para fazer companhia. Eu tenho preguiça de tudo quase sempre, e eu as vezes, sou grossa quando fico extremamente magoada. Há muita coisa sobre mim que provavelmente você saberá ao decorrer do caminho, então vou parar de tentar explicar. Mas aceite essa chamada para dançar um bom samba e sorrirmos juntos. Dance comigo.
dorme bem
Vamos bagunçar o lençol da sua cama arrumadinha demais para o meu gosto. Chega de conversa e morde minha coxa, enquanto minha boca desliza pelo seu ombro quase másculo. Chega e vamos ver aquele filme colorido que eu nunca sei o nome, e que você se irrita por que eu sempre acho o ator principal o mais bonito e sempre falo disso em todos os filmes. Quero conversar com sua mãe sobre o que você foi e o que você vem se tornando, e com o seu pai? Vou rir das piadas que a gente ouviu de você durante esse tempo. Vamos na praia no domingo, enquanto a minha genitora prepara o seu prato favorito. Vamos viver alguma coisa pra recordar amanhã, vamos viver algo no presente. Ver seriados até as 23:00, para depois eu me virar e dizer : dorme bem, meu bem. E tu me beijar a testa enquanto bocejo me encaixando no seu abraço. Dorme bem. Amém!
ficaí
Eu que sou mar, me apaixonei pelo fogo. Incompatibilidades sempre fez mais o meu gênio mesmo. A sensação de lutar por alguém me excita mesmo sendo talvez, um masoquismo. Nunca fui de ir contra as minhas verdades imbecis e abertas,e mentira não é um lugar que eu consiga morar por muito tempo. Essa vontade mútua de ir além, de morar num olhar, num corpo, numa vida, tem que ter algum sentido. Se foi a verdade que nos uniu, será que é ela que nos separará? - Fica a vida inteira comigo.- Eu quis gritar, mas mandei aquele torpedo dizendo que você é bonito de todos os modos. Não sei me despedir, então não vai. Só vem me contar as histórias mirabolantes de um quase cantor de rock, que eu vou rir de todas elas e dizer que eu torço para que aconteça. E eu me contradigo quando digo que vou partir e acabo ficando e ouvindo os seus desesperos de um amor que acabou mas você finge viver. Eu sou luta, você renuncia. Eu sou febre, você o frio. Ainda sim conseguimos ser tudo o que precisamos sem saber. Ficaí, fica aqui, fica sempre, mas com verdade. Não saí, não vai.
Re-nascer.
O nó na garganta, e a tempestade invadindo o corpo. Febril, paranoica, sedenta. Outra visita da quase morte aparece na ponta dos meus pés, ninguém sorri e a mulher que me pôs no mundo chorava no outro lado da linha com cada respiração enfraquecida que eu dara. - Ninguém precisa saber. Suspirei umas duas vezes para ela entender que eu poderia superar aquilo sem toda piedade humana a minha volta. Meu genitor, desesperado, tentava entender por que meu estado não cessava, chorava também. Odeio pessoas chorando a minha frente, sempre me sinto culpada por isso e não choro junto. A culpa nos torna covardes e insensatos. Esses rostos estranhos buscando por algo que lá fora ninguém mais preserva, a vida. Eles catam a vida no ar em que respiram, tentam resgata-la em meio a injeções, comprimidos e eu era uma deles agora. Caçando a vida como se ela pudesse me escapulir a qualquer momento. -Não sei brincar disso. Pensei e pedi para voltar para o lugar que eu nunca deveria ter saído, meu lar. Fiquei. Paralisada olhando aquele desespero de dor e luta em cada rosto que passou por mim naquele corredor branco e frio. Alguém acabou de ir dessa pra melhor - ouvir uma senhora de idade cochichar. Como assim uma vida foi interrompida enquanto eu ainda piscava os olhos? Me espantei. Vi meu pai juntando as mãos em forma de oração e falando qualquer coisa que eu não pudi ouvi enquanto olhara para o céu. Tive medo. Desmaiei. Uma hora depois, acordo em um sala e o único rosto familiar é o do meu pai, com olhos vermelhos, arregalados, e o meu corpo gelado respondia bem aqueles analgésicos, eu conseguia respirar lentamente. Eu não entendia nada, mas sentia medo. A vida é o instante afinal. A vida é muito mais do que a gente pensa, a gente é muito maior e mais forte do que a gente acredita que seja, e existe uma força divina poderosa nos protegendo. Uma luz clara invadiu os meus olhos, renasci.
último romance
Peguei aquelas mensagens e fui relendo aguando a saudade confusa que eu sinto quase sempre ou de vez em nunca. A gente tem que entender onde começa e onde termina tudo. E eu que não entendia, reparei. Naquele meio beijo, naquela meia verdade, naquele meio cheiro, naquela meia dor. Nada de meio, nem meio final. E tudo é, e tudo não é. Nunca fui aquele tipo que acerta o tiro, tenho um olhar vesgo, mas sei o que eu quero, disso eu sempre soube. E eu quis a ponto de não querer outra coisa. Quis muito ir fundo, ir onde ninguém foi. Mas minha engrenagem não funcionou. A gente não desiste, a gente só abre mão. Uma hora a coisa toda cansa de sofrer, cansa de doer, e a gente quer a calma da cura. Isso existe sim, eu li nos livros. Minha Vó sempre me disse para acreditar nos livros. A gente também não escolhe quem amar ora. A vida tem um jeito doido e minucioso de nos mostrar as coisas. Que quem perde tempo tentando entender, perde na verdade, o tempo de viver. E se eu pequei na vontade de ter um amor de verdade, agora me vejo pegando o barco e remando para um outro mar, meu bem. E a gente não sabe onde vai parar. Nunca sabemos. E explicar já não faz sentido, ao certo, uma vez. Chorei. Esmaguei aquela parte que despertou umas cinco vezes enquanto meu corpo agonizava por falta do que nunca foi. Por saudade de um beijo que eu nem se quer provei. Tudo e nada se misturavam enquanto eu via a porta sendo aberta e fechada na minha frente. Então é isso. Deixo ir. Não há forma mais sincera de guardar alguém dentro de si, do que deixa-la ir. Deixo sem culpa, sem rancor, sem ódio, só um pouco da óbvia dor que eu sempre soube que sentiria. Natural. Eu que não sei deixar ninguém sair da minha zona de proteção, estou deixando. Sem despedidas. Já que deixar ir é apenas uma metáfora para aquilo que não podemos mais tocar. E eu sou horrível em metáforas. Mas aprendi. Como tantas outras coisas que aprendi com você, moreno. Bonitas, grandes e puras. E ainda aprendo. Não acabou por aqui, só estamos abrindo outra porta e o que está por trás desta, espero que seja o melhor para nós.
O amor existe.
Não foi um livro que disse. Eu só vejo ele pairando no ar em meio a conversa de duas pessoas que estão sentadas com mãos entrelaçadas em um banco qualquer, numa praça qualquer, mas com o amor que só esses dedos entrelaçados e esses olhares focados e bobos sabem dizer. O amor existe. Ele não está só nos livros de Machado ou naqueles romances americanos que as livrarias se esgotam de vender,e é por isso que vendem tanto, por que as pessoas acreditam na sua existência, e querem acreditar, por que ele existe.O amor existe. Difícil topar com ele, óbvio. Mas acontece. Sem previsão de hora, data, mês, ano. As vezes quando menos se espera o amor invade qualquer sinal vital nosso e pronto. Somos refém do sentimento mais transformador do mundo. O amor existe mesmo sem existir ainda. O amor existe. Dolorido, nervoso,inquieto, bonito, avivado mas existe. Confuso, bruto, calmo,forte, quebradiço, mas existe. O amor é tudo isso que não vemos, é tudo isso tão grande que a nossa mão não consegue segurar, o amor é isso que existe e que um dia, sem motivo, começa habitar dentro da gente por alguém. O amor existe e é demodê.
nada é previsível
Encontros. É nisso que resume isso que eu e você temos e que não tem um nome. Nossos encontros cheios de conversas significativas, beijos calorosos e carinhos nos meus pés. Olha, eu não sei se sou alguém que seja bom para amar. Nunca me apaixonei, as vezes acho que não tenho essa capacidade bonita. O bom disso tudo é que você não liga pra isso, e nem eu. Não há o que ser evitado, e quando a gente ri fingindo que o mundo não existe do jeito que é, eu me animo porque existe alguém que pensa igualzinho a mim. A gente se conhece há tanto tempo, as vezes acho que não sei sobre você o que eu sempre quis saber, mas percebo que é você que não sabe nadinha de mim. E me sinto misteriosa, enquanto você me beija os olhos, os ombros a alma. Eu consigo ser eu por debaixo dos meus cabelos, dos meus medos e das minhas fantasias. Você desperta isso em mim, esse eufuísmo em querer ser eu mesma. Eu te mordo e você se comporta como se tivesse medo do que eu possa sentir, do que você possa sentir. Essa coisa de não querer ir além de onde podemos ir ainda vai nos levar longe, rapaz. Então por mais que eu mude conforme a estação de rádio, eu de vez em quando, vou pensar em você. Não dá pra arriscar muito com nós dois, mas é isso que eu gosto depois do seu cheiro de café com leite. Então fica até quando os nossos olharem continuarem se olhando com essa ternura e calma. Minha e tua, caetano
Dejavu
Abri os olhos e me vi em um lugar cercado de pessoas que riam, um cachorro que não sei a raça, não lembro. Parecem tão conhecidos e estranhos ao mesmo tempo. Dei me conta que havia alguém me chamando um nome que deveria ser meu, então me virei fintando-os, este era o meu nome. Eles riam e eu fingia entender tudo direito. Me senti num dejavu, mas só depois percebi onde estava, e reconheci finalmente todas aquelas pessoas alegres. Eu tinha sido atendida, voltei ao tempo.
Mas porque voltei pra esse lugar e não para o momentos em que ficamos a sós pela primeira vez? Eu precisara concerta algo nesse momento, nesta hora em que estávamos cercados de pessoas que futuramente seriam meus amigos também. Não, não era isso que eu tinha que mudar. Era o quê então? Seus olhos pausavam em mim, nas minhas palavras, e eu caçava seus olhos como da primeira vez que estive nessa cena. Mas se eu voltei exatamente aqui, tinha que fazer algo diferente para você perpetuar. Não mexi em nada nesse instante. Riamos, um outro amigo tocava violão para nós, e você mexia nos seus pés, eu, no cãozinho que lá estara. Não era aqui que eu tinha que mudar algo, então deixei rolar. Não poderia perder uma oportunidade crucial que Deus, destino ou sei lá o quê tinha me dado. Fiquei quieta.
Depois estávamos em outro lugar, não me lembro a ordem das cenas. Mas ficávamos á sós, finalmente. E nossos olhos investigava o novo que a mim possua que a ti possua. Meus cabeços soltos pelo casaco que eu vestia, engraçado e você ria. Então percebi, era ali que eu tinha que ter entrado em ação. Seus olhos miravam os meus lábios, e eu parada, simulava não entender nada. Era nessa hora que eu devia ter chegado mais perto e ter lhe dado um beijo sem permissão. E então tu corresponderia porque era isso que querias também. Cega fui eu que não vi, não fiz, por medo de te perder pra sempre. Mas ao menos se eu te perdesse ali,a dor seria maus plausível ou não doeria do jeito que doeu depois dessa cena. Tentei mudar, reverter. Fui até você e quando o quase acontecia finalmente, acordei. Era um sonho e não uma surpresa da vida. Seria bom se pudéssemos mudar certas coisas né? Mas eu não podia.
Acordei e me posicionei na cama. Determinada a sair de mim. Ou pelo menos tomar meu café da manhã sem me arrepender de quando te perdi antes de ter.
" Sufoco".
Toca So damn lucky do Dave Matthews e eu sinto saudade. Tudo retraí a um passado bonito e difícil de esquecer. Não sinto dor, só saudade e sou uma tripa covarde que não consegue se mexer, só te ver de longe, parece mais saudável ou pelo menos eu consigo respirar. Me sinto capaz de te causar uma infelicidade bruta e se eu for arrancar a tua defesa, nem me aproximo. Não é justo eu destruir o pouco que sobrou. Se isso realmente aconteceu. Fica bem. Desculpa. Sempre falei melhor escrevendo do que por aquele aparelho telefônico. Eu baguncei tudo, em você, em mim. Agora eu entendo o termo usado na frase "encontrar para se perder", eu nunca estive tão dentro e fora de mim ao mesmo tempo.
Eu escrevo por etapa. Agora funciona assim meu organismo interno. Eu me escondo em meio aos meus livros novos que eu comprei para me proteger do vicio que é querer invadir a sua pele. Eu sinto uma falta que não é minha, e eu queria não existir por alguns instantes só para tentar entender o que é tudo isso. Mas o perigo se encontra no entendimento. Alguma coisa aperta minha garganta e eu não consigo gritar, não consigo chorar, não consigo correr. Eu gosto de correr. Eu gosto de tanta coisa que ninguém tem a mera ideia que é. Eu gosto dos meus vestidos florais que eu só uso quando quero me sentir tão eu mesma. Eu gosto quando as coisas funcionam fora da minha ordem imaginária e eu fico com o gosto de que a vida pode sim surpreender.
Eu gosto do mar, mesmo não sabendo nadar. Mas eu estou tão fora de mim por que agora, tem alguém dentro. Quieta vulnerabilidade. Não sei por que quando tá tudo dando certo demais, começa a tudo da errado de vez. A pressa é amiga do tempo, tenho certeza. A direção muda, e eu me apavoro o que é normal para um garota segura demais que vai dormir ao som de Radiohead por que tem medo de ouvir o coração acelerar enquanto sonha. Eu não sei funcionar mais. E existir tem sido difícil já que eu tenho passado dias e noites tentando adivinhar um futuro incerto e distante de mim. É o presente que eu não tenho conseguido viver.
" Abrigo."
No fim do dia a gente só quer se guardar em alguém.O ser humano é insuficiente por natureza.Por mais que neguemos vivemos a vida inteira numa busca incansável por um espirito que tope viver um amor pra toda vida. A gente só quer achar um abrigo, para ter que repousar todo o amor que temos para dar, mesmo que para isso seja preciso nos doer.