Coleção pessoal de Savannarola
VAGA-LUME
A lombra homeopática
Em meus olhos vislumbrava
A escuridão envolta
A meu corpo que reluzia
Eu não sabia
Se era um infeliz sonhando
Com a felicidade
Ou se alegre pirilampo
Imerso nas quimeras humanas
ALGO AINDA MAIS ESTRANHO E INEXPLICÁVEL
Desde que as fábricas do Cinturão de Órion
Patentearam os rubik’s cube
Invenção barata feita pela raça
Do terceiro planeta de um sistema solar
De uma galáxia empoeirada
Ficou impossível para todos
Ter uma razão de existir
É bem verdade que ainda
Existiam as palavras-cruzadas
Mas não era a mesma coisa
Os governantes da terra ainda se organizaram
Para a partir de uma base em marte
Enviar uma missão de camelôs astronautas
Para comprar o objeto em Alnitaka
Mas foram barrados pelo alto custo da missão
E pelo questionamento de políticos socialistas
Que suspeitavam que os cubos seriam
Comercializados a preços absurdos
Priorizando uma minoria burguesa
Preocupado com o alto índice de suicídios
O presidente das galáxias tomou uma medida
Que obrigava as fábricas enviarem um cubo
À cada planeta do universo e que os deixassem
Aos cuidados das mais famosas instituições planetárias
As fábricas tiveram prejuízos
O que as levaram a comprar peças
De segunda para os motores de dobra
Das naves mercantis interestrelares
A nave que trazia o cubo ao planeta terra
Errou o calculo da dobra e foi para o passado
No planeta na cidade das sete colinas
Fizeram o primeiro contato com a instituição
Os homens de vermelho e chapéus engraçados
Não sabiam como tratar aquele assunto
Mas o entregador como todos os entregadores
Queria apenas cumprir seu dever
E deixou o objeto ali mesmo na porta embalado
Em plástico-bolha o que mais tarde seria
Uma febre mundial estourar aquelas bolhas
Que faziam barulho agradável aos sentidos
Os velhinhos de chapéus engraçados
Carregaram o objeto para dentro
E ali começou o maior de todos
Os desafios que tiveram em suas vidas
Anos a fio tentaram resolver
O enigma daquele cubo
Doutores foram levantados
Mestres questionados em oculto
Muitos ficaram loucos de pedra
Até que um dia para conter o frenesi
Dos que queriam resolver o cubo a qualquer custo
A instituição o colocou numa caixa e o trancou
Numa sala onde um único homem teria a chave
A sala ficou conhecida como a sala das lágrimas