Coleção pessoal de SaninhaC
Eu sempre acreditei que o tão falado "chamado" pelo qual as pessoas religiosas tanto esperam, fosse algo como levar um tombo, cair e acordar uma outra pessoa.
Mas hoje creio que seja como caminhar por uma longa estrada, e durante o trajeto, vamos sentindo a necessidade de parar em determinados locais, e vamos nos encantando por algumas coisas, e deixando outras para trás.
Ao retornarmos, percebemos o que trouxemos, e o que abandonamos no caminho.
Chamado, para mim, é a percepção de quem estamos nos tornando, e daquilo que deixamos de ser.
Sonhos se constroem, pouco a pouco, passo a passo, dia após dia, partindo de desejos intensos que nascem da alma de cada um.
Amplie seus horizontes, creia nas suas buscas constantes, ouvindo o som do seu coração, a voz da razão e as certezas de que, os resultados virão em qualquer circunstância, local ou tempo.
As respostas chegarão dentro do tempo da Criação.
Para muitos, se permitir envelhecer é se desprezar.
E com essa visão buscam-se alternativas tecnológicas para distrair o tempo: procedimentos cirúrgicos, recursos usados para conservar ou restabelecer a pele, preenchimentos, aplicações de toxinas, etc.
Não sou contra que se tenham cuidados com a pele.
Quem não gostaria de retardar o envelhecimento ou mesmo evitá-lo?
A questão é até onde devemos ir nessa busca incessante pela eterna juventude?
Pelo excesso de vaidade, as mulheres estão envelhecendo fora dos padrões convencionais da chamada melhor idade. Podemos, sim, nos cuidar.
Afinal de contas, estamos em novos tempos, em que as mulheres se tornaram mais joviais, e muitas se vestem como suas filhas.
Porém, no que se refere aos exageros em busca da eterna juventude muitas mulheres preferem a ilusão de uma juventude inexistente, e não é incomum vermos faces totalmente descaracterizadas.
E o que elas enxergam no espelho não é a verdadeira manifestação da verdade.
A palavra dignidade ganhou uma nova conotação, nesse mundo onde a aparência física se tornou mais importante que a interior.
Se permitir envelhecer é, nos dias de hoje, perder a dignidade.
As indústrias do rejuvenescimento aliadas à pressão das mídias, que estão sempre nos impondo o modelo ideal do corpo feminino acabam por influenciar àquelas que não se sentem dentro do padrão estabelecido pela ditadura do corpo e/ou da eterna juventude.
A pergunta era: com que roupa eu vou?
Em tempos atuais é: com que cara, ou corpo eu vou?
Cada ruga, cada marca que o tempo constrói em nós me dão a certeza de que a vida nos esculpe com tamanha perfeição, apesar do tempo ser implacável e devastador.
Mas, em meio a toda essa mudança a vida teima em nos esculpir com uma nova versão.
É como se a vida nos dissesse: agora prova que é mais que um corpo violado pelo tempo.
Apresenta a sua alma.
Há quem diga que o tempo destrói o que temos de mais digno de admiração. Enquanto jovens, temos o poder dos atributos intrínsecos da juventude e talvez, por esse motivo, menosprezamos a grandeza da alma.
E depois?
O que fazer quando nada mais é possível para ocultar o envelhecimento inevitável?
Cada ruga, cada marca é uma história do que fomos e do que somos; é uma soma de cada vivência, cada experiência das quais não devemos ter vergonha e sim, orgulho.
Qualquer ser humano que nunca tenha conhecido Deus, tem a capacidade de se converter, se transformar, a partir do momento em que ele consiga senti-lo e enxergá-lo.
Não importa quem tenha sido esse homem, ou mesmo, o que tenha praticado contra Deus.
Esse homem pode alcançar a sua redenção.
A maioria de nós precisa aprender que nada sabe.
Precisa perder essa mania arrogante de se sobrepor aos outros como se tivesse o conhecimento pleno acerca dos mistérios do Universo, e da vida terrena.
Quando nos percebemos aprendizes, aí sim, estamos exercendo a nossa simplicidade.
Enquanto tantos se empolgam com aquilo que consideram grandioso, eu fico por aqui, peneirando as minúcias, as particularidades dessa simplicidade empolgante, das quais não abro mão por nada, pois não fora Deus a me incumbir dessa missão?
Onde você fincou aquela espada da qual seu destino dependeria?
Com ela você cravou as suas expectativas, suas esperanças e sonhos.
Sonhos se constroem, pouco a pouco, passo a passo, dia após dia, partindo de desejos intensos que nascem da alma de cada um.
Joguem fora seus medos, abram os seus corações para novos encontros, é claro que com todos os cuidados necessários, mas libertem as suas emoções, destrancando os receios infundados. Ouçam a voz que vem de dentro da alma e valorizem as suas intuições, contanto que as dúvidas sem procedências sejam reconhecidas pelos sons dos seus batimentos cardíacos.
Ou, quando a sua alma sussurra em seus sentidos: vai fundo, vale à pena tentar!
Vivemos num tempo onde os corações são trancados rigorosamente, as
pessoas se abstém da entrega total de seus sentimentos, renunciam seus desejos mais profanos e abdicam de uma vida amorosa de cumplicidade mútua a fim de evitarem decepções, desgostos e mágoas profundas.
O medo, nesses casos, é o mentor que rege e paralisa as ações daqueles que se sentem acorrentados pela incredulidade de um amor puro e capaz de transformar a vida em horas de alegria e satisfação.
Libertem os seus temores e se permitam a um envolvimento que possa ser proveitoso e preenchido de grandes oportunidades pelas quais estávamos esperando por toda nossa existência.