Coleção pessoal de sanferadich

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Ler é ter a palavra como sua e tirar proveito da sua essência, escrever é tomar posse da palavra e se aproveitar de sua existência.

É tempo

De tempo em tempo
As folhas varridas
Desnudam a arvore da vida
Os galhos aguardam atentos
Como sombras erguidas
Frágeis, porém destemidas
É chegado o momento
Da arvore estremecida
Pelos murmúrios da brisa
Pesada de frutos pendendo
Folhas e flores renascidas
Curvar-se agradecida.

AS VIAS DA VIDA

Revista a vida vivida
Não sinto-me em dívida
A palavra que fica é dúvida
Revejo conceitos

Deveras vida vivida
Na longa via da vida
Quanto mais percorrida
Cai por terra preconceitos

Incertezas é o que fica
E a paz em contrapartida.
Vida bendita não esclarecida
Às vias de fato... Satisfeita.

Olhar para o outro

Com olhar de atenção
Olho o outro e sua intenção,
Meus olhos se desnudam
E as coisas mudam.

No lugar do outro
A verdade perde a razão
Cada pessoa, cada coração,

Os olhares se encontram
As coisas se transformam
Ao olhar para o outro

No sentir da comoção
Uma profunda realização
Todas as mentes clareiam
E as pessoas se abraçam

Nós, não os outros...

De repente, vejo a multidão
Será tudo uma grande ilusão?
Nessa hora, meus olhos registram
Que as pessoas não se olham.

Eu e os outros...

O verbo flor - RENATO ROCHA (1981)

O verbo flor
é conjugável
por quase todas
as pessoas
em certos tempos
definidos
a saber:
quase nunca no outono
no inverno quase não
quase sempre no verão
e demais na primavera
que no coração
poderá durar
e ser eterna
quando o verbo conjugar:
quando eu flor
quando tu flores
quando ele flor
e você flor
quando nós
quando todo o mundo flor.
(Renato Rocha. Adivinha o que é. São Paulo: Ariola, 1981. MPB4.)O verbo flor

O Chorinho de Odeon

O leãozinho embaraçado
Ao invés de rugir soltava uma canção.
Engolia a seco o seu som engraçado
Pedia desculpas: - foi sem intenção.
...
Cadê aquele rugido tenebroso?
Só se ouvia um som baixinho e choroso
E ainda fora do tom. Era o chorinho de Odeon.
Não fazia sentido aquele leão choramingão
...
Cresceu o leão e ganhou um violão, ensaiou tom por tom.
E não parou mais Odeon. Mas não é que ficou bom!
Ora, Ora, o que importa, o som era muito bom.
Não interessa a resposta, era bom e era o seu dom.
...
Todos paravam pra soltar rojão, ao ouvir o chorinho de Odeon.
Sem hora para acabar, juntos cantavam o bordão?
...
Mais uma vez! Rugi outra vez!
Essa é a canção! Esse é o som!
Mais uma vez! Rugi outra vez!
É muito bom, o chorinho de Odeon!

Quem será o animal?
....
Na Torre de Babel animal
Não há confusão, vence a união.
O importante é a comunicação
Ela é pura energia universal
...
Somos sempre desafiados,
Anseiam por nos fazer entender.
O que será que querem nos dizer?
Com os sinais e sons articulados
...
Cai na real! A prova é cabal que o homem anda mal
Olha bem a ironia, quem será o animal?
...
Uma grande fauna literária
Fazem chamadas à ação,
Aguardam nossa compreensão
Tem muita situação arbitrária
...
O que vale é a boa intensão
Não contrariar a natureza.
Poder progredir sem que pereça
Pare! Pare! Com a alienação
...
Cai na real! A prova é cabal que o homem anda mal
Olha bem a ironia, quem será o animal?
...
Para o animal em extinção
Cada um receberá o que merece
Qual será o galardão?
Daquele que ir contra a criação.
...
Cai na real! A prova é cabal que o homem anda mal
Olha bem a ironia, quem será o animal?

TORRE DE BABEL ANIMAL
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A lenda do arco-íris

Conta a lenda, que no principio moravam apenas crianças e animais no mundo, naquele tempo as cores existiam, mas não estavam nas coisas. Assim, o planeta ficava cada vez mais cinzento e frio e a tristeza tomava conta do lugar.
No pequeno planeta sem cor moravam crianças que sonhavam com o mundo colorido. Elas ouviram falar das cores e conheciam seus nomes, só que não sabiam como colorir seu mundo. Seus nomes eram iguais aos das cores, tamanha era a vontade de ver um dia seu querido planeta todo colorido.
No entanto, morava ali, uma menina chamada Rosa, que era muito sonhadora, pulava e cantarolava o tempo todo afirmando que aquele mundo era colorido. Admirava tudo e conversava com os pássaros, flores e borboletas.
– Que céu maravilhoso, todo azul com esse sol dourado.
– Olá borboleta amarela! Tudo bem? – Como vai linda flor? Que vermelho radiante.
– Oi papagaio Taco, que verde fantástico!
Os outros amiguinhos de Rosa sabiam que as cores existiam, mas as cores não estavam nas coisas. As cores deveriam estar dormindo em algum lugar escondidas. Os pássaros, as borboletas, o céu, o mar, as flores, os peixes, nada para eles tinha cor. Rosa, inconformada, às vezes perdia a paciência e dizia:
– Por que só eu vejo as cores? Ah! Deixa pra lá. – e saía mais uma vez pulando e cantarolando... ♪♫♫♪ Lá la lá lá lá... Lá la lá lá lá lá ♪♫ ♪...Os amigos de Rosa não acreditavam nela, achavam que era tudo mentira, só para provocá-los.Os dias se passaram e Rosa continuava vendo as cores.
– Só o meu planeta tem coor...Lá La la lá á ♪♫♫♪.- provocou.
Verdinho muito zangado gritou:
– Eu em Rosa! Pare já com isso, sua mentirosa!
Azul, que estava por perto levou um grande susto com a atitude de verdinho:
– Que grito é esse? Eu em Verdinho! - e deu gargalhada.
Verdinho achou muito engraçado o susto que Azul levou e começou a dar risadas também repetindo a mesma frase.
– Eu em Azul!
Todas as crianças que estavam por perto começaram a dar gargalhadas repetindo a mesma frase de Verdinho com os nomes dos outros amiguinhos.
– Eu em Amarelo!
– Eu em violeta!
– Eu em Vermelho!
– Eu em Lilás!
E assim por diante. Foi um tal de “Eu em” pra lá e “Eu em" pra cá de todas as cores em meio a muitas risadas que rompiam como pipocas. Foi tão contagiante a corrente que se formou de nome de cores e de gargalhadas, que as cores despertaram e começaram a explodir, espocar sem parar e voltaram para as coisas colorindo todo o planeta sem cor.
- Eureca! Era isso que faltava, a autêntica alegria das crianças! - concluiu Verdinho.
A alegria das crianças fez todas as cores se revelarem... Rosa, vermelho, laranja, amarelo, verde, violeta, preto, branco e mais cores se misturavam e novas cores surgiam.
E tudo ficou colorido! Como puro encanto e magia, os pássaros, as borboletas, o céu, o mar, a floresta, as flores, os animais, a cachoeira, as nuvens...Tudo renasceu!
Rosa olhava espantada para toda aquela festa e disse:
– "Eu em rosa!" De repente, uma faixa colorida desapontou no céu, como se Rosa tivesse dito a palavra mágica. Nunca ninguém havia visto algo tão espetacular. Deram o nome de Arco-íris a esse fenômeno.
- O Arco-íris nasceu da verdadeira alegria das crianças! - disse Rosa feliz.
Com isso, o pequeno planeta passou a se chamar Arco-íris. As crianças que viviam ali descobriram que ser feliz era o que faltava para o mundo ficar colorido e que eles tinham o poder de serem artistas de seu próprio mundo.
– E VOCÊ AÍ! "EU EM ROSA!"

A onça vai beber água!
...
Tá na hora de a onça beber água!
É agora! Ela vai aparecer
Tá na hora do vamos ver
A onça distraída não resolve nada.
__________
Agora é decisivo
Tá tenso, tá difícil,
Mas não é impossível
__________
Quem faz a hora é você
De ter seu lugar no mundo
Não dar vez ao vagabundo
É o momento de o sol nascer
__________
Agora é decisivo
Tá tenso, tá difícil,
Mas não é impossível.
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O tempo não é da Onça
Temos direito a água dessa fonte
Porque só bebem os amigos da onça.
De repente eles surgem aos montes
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Agora é decisivo
Tá tenso, tá difícil,
Mas não é impossível
___________
Cutucar a onça.. tampouco.
A onça é predadora
Todo cuidado é muito pouco
A onça tá com sede. A hora é agora!
______________
Agora é decisivo
Tá tenso, tá difícil,
Mas não é impossível


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A lenda da estrela cadente
Uma estrela no céu sentia-se solitária e pôs-se a voar, olhou para o mar e viu outra estrela nas ondas a nadar, ela estava muito só. Era a estrela do mar. As duas estrelas se olharam, se encantaram e Juntas nadaram. As duas estrelas apaixonadas ao darem o primeiro beijo transformaram-se em estrela cadente e puseram-se a voar. O amor era tão grande que viraram uma só. Um rastro luminoso como um risco no céu apareceu abrilhantando a doce união daquelas estrelas. É por isso que de vez em quando uma estrela cadente risca os céus. Isso acontece sempre quando uma delas desce a Terra em busca de seu grande amor, a estrela do mar, que depois é levada para viver para sempre no céu. Muitos casais ficam olhando atentamente para o céu tentando ver alguma estrela cadente para que seu amor brilhe eternamente!!!. Se por um acaso a vires, faça um pedido como faz tanta gente que ele se realizará.


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“Ser escritor é escrever pelo simples prazer de escrever, dar tudo de si e ainda assim, agradecer. Ser escritor é sê-lo na boca do povo.”

Venustos ventos

Vem vento, vem...
O vento sutil sopra a água suavemente
Ondulando o lago parado que reflete o sol e a criação.
A brisa balança os alecrins, ali nascidos, Loiros e elegantes.
Vai vento, vai...
Em bando, os passarinhos amarelos pousam delicadamente,
A natureza plena, à vontade, em completa discrição.
Confundem-se as imagens douradas reluzentes.
O vento vai e vem...
Furtivos encontros acontecem livremente
Não há nenhuma necessidade de explicação
Aos olhos que brilham ao assistir o espetáculo constante
Venustos ventos

Desesperada

Nesse mundo desvairado
Minha mente anda a mil
Estou mais que contrariada
Necessito de alguém gentil

Essa febre meio pirada
Preciso de um antifebril
E da Vida um longo atestado
Afogada na imensidão ardil

Sinto-me desconsolada
Nesse mundo varonil
Verso ato desesperado
Sonho de um coração senil

NETO

Neto, pessoinha mais linda que existe.
Dá sentido a vida, preenche o coração,
A estrela mais brilhante da constelação
Suave lembrança no pensamento persiste
E percebo sua existência como uma oração
No encontro que brilham os olhos felizes
Num abraço carinhoso repleto de emoção
E o sentimento de imensurável gratidão

Sapo verde eres tu?
"Alabim, Alaba, Alabim bom ba!
sapo verde eres tu,
"Alabim, Alaba, Alabim bom ba!
sapo verde, sapo verde,
sapo verde eres tu"!
Sara Sara Ha! Ha! Ha!"

O sol assiste silenciosamente o espetáculo do abraço entre o mar e o céu sem necessidade de nenhuma explicação.

“Creio que, uma cultura não prevaleça sobre outra, simplesmente,são maneiras diferentes de explicar o sentir e o existir na relação com a natureza e o outro, para então situar-se no mundo”.

Quem verdadeiramente quer, cria oportunidades, onde sequer existem possibilidades concisas.

O que se lê nos olhos está escrito no coração

"Cada vez que é anulado um sonho morre uma fada"