Coleção pessoal de sandro_paschoal_nogueira

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⁠Eu sou o reflexo de mim mesmo...
Fragmentos de sonhos...
Um espelho quebrado...

O que fui, o que não fui, tudo isso sou...
Um mosaico de erros e acertos, em movimento...

A vida me moldou, com mãos de vento...
E eu me dei conta, de que sou frágil e flexível...

Aceito as curvas, os altos e baixos...
E aprendo a dançar, com os pés descalços...

No alento da existência, eu me encontro...
Alma flutuante, entre engano e desengano...

Mas ainda assim, eu sinto,
Que há uma luz, que me guia e me sustenta...
A rir, desnudo de sonhos não realizados...
No cais de onde nunca parto...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Vivo a vida, sem amarras...
Sinto o vento, sinto a liberdade...
No silêncio, encontro meu ser...
Vida introspectiva, momentos de saber...

Não quero perder a espontaneidade,
Deixar que a vida se torne rotineira.
Lanço olhar para o horizonte,
E vejo um mundo cheio de possibilidades...

São tantas as aventuras, tantos os sonhos...
São tantas as camadas, tantos os mistérios...

Coração alegre, alma livre.
Vivendo no abandono imposto...
Melhor assim...
Não sinto o pesar dos anos...

Sigo em frente, com liberdade e ousadia...
Porque a vida é um presente,
Um labirinto, cheio de desafios...

Mas não me perco, não me desvio...
Não me preocupo, não me atenho...
Possuidor de um coração contemplativo...
Nunca desisto...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Olhos de fogo, alma revolucionária...
Sorriso adormecido, sonho esquecido...

Cidade pequena, ruas desertas...
Sorriso desafiador, sonho libertário...
Murmúrios de revolta, línguas libertas...

Talvez eu não saiba quem sou...
Sob olhares de mim mesmo, sombras reveladas...

Talvez eu seja mais do que pareça...
Sob olhares de desdém, sorrio com ironia...
Respondo com coragem...
Quando o medo me desafia...

Silêncio que me envolve...
Aonde encontro a verdade...
Tudo que preciso, está dentro de mim...
Sem máscaras, sem cadeias...
Apenas ser, apenas existir...
Para encontrar-me, para ser livre"

Não preciso de nada, não quero mais...
Apenas eu, apenas vida..."

Sandro Paschoal Nogueira

⁠"Em Teus Olhos"

Em teus olhos, um universo se abre...
Um mundo onde me perco de paixão...
Sinto que estou vivo, em teu amor...
Vibrando meu coração...

A tua pele, um sol que me aquece,
O teu toque, um fogo que me consome.
Em teus braços, encontro meu refúgio,
E sinto que estou em casa, com você.

Rio profundo,
Que nos leva ao mar do infinito.
Duas almas, que se encontram,
E se perdem no amor, sem limite.

Em teus olhos, vejo o futuro,
Repleto de amor e luz.
Ao teu lado,
Para sempre,
O amor nos conduz...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Tenho sonhos de louco...
E o meu desejo canta
Sonoro e profundo...

Vejo tesouros sem conta...
Amarguras, de dor, de desenganos...
Amores cegos e profundos...

Guardei segredos...
E tive medo...

Porém dizes que não te quero…

E eu te pergunto...
A quem devo tudo o que fiz?

As poesias mais belas...
Apenas olhares receosos...
Como o silêncio dos mudos...

E logo a noite corre...
E os dias seguem de fato...
E arde-me o peito...
De amar-te e ti estar preso...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠E fere a vista...
E dum ou doutro...
Aonde agora quase sempre chego...
O indiferente...
O oposto...
O adversário...
O surdo-mudo...
O recalcado...
Grosso...
Mal educado...

Os mortos reclamam...
Enquanto batem os pratos...
Enrolam seus baseados...
Enchendo seus copos...

A melhor palavra...
É o silêncio...
As idéias...
Um sonho...
De um louco transloucado...
Onde se acenam somente os olhos...

Poderia beber a humildade...
Mas recuso o cálice sagrado...
Poderia comer com os porcos...
Mas sinto-me entendiado...

Prossigo meu caminho...
Desta obra a concluir...
Há vida...
Há murmúrios pelas praças...
Mas como nada vem de graça...
Batalho por existir...

E a triste e dúbia luz...
De quem tenta me ferir...
A Deus peço misericórdia...
Por assim esse coitado insistir...

Apenas magoa-me a saudade...
Do tempo em que habitava...
A transparência da inocência...
Em mim...
Roubada...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Imenso e fundo...
Desta meia vida...
Olhando o mundo...

Não põe fé...
Ao que observa e recolhe...
Em busca do que sonha...
Ou no que pensa que é...

Nu...
Sem cárcere e sem véu...
Em que tudo é força e calma...
Por obra da misericórdia...
Agarra-se a Deus...

Vida...
Em pedaços repartida...
Entre chegadas e partidas...
As saudades abrem as feridas...

Amarras...
Loucuras...
Perto ou distante...
Reconhece e inventa...
Nas palavras que diz...
Sua ventura...

Onde é que dói este ferimento mortal?
Passa perto...
Passa longe...
Entre o bem e também o mal...

A luta é apenas uma espécie de regresso...
Um sopro...
Um alento...

A terra que não muda...
Dá a vida e devora...
Apenas segue...
Entre as perdidas horas...

E de súbito...

Na rua que segue, tropeça...
Ri da noite embebecido...
Afinal o ocorrido...
É apenas mais um tropeço...
Dos sonhos e enganos...
Do menino desconhecido...

Vê...
Que aida há pouco...
O vento limpara o céu anoitecido...
E assim no tempo de não sei quando...
Às estrelas confessa o teu tédio...
De ver o longe tão perto...
E não achar-se reconhecido...

É só um vagar...
Entre uma lágrima...
E um sorriso...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Mas olha, tal qual é...
Tudo de boa-fé...
Pregando olhos de fogo...
Adormeceu sorrindo…
Porém não acordou...

Madrugada gente que saiu...
Ninguem sabe ao certo o que aconteceu...
Como entrou, ninguém viu...

O que se diz...
Não pode ser bem verdade...
Mais vale o que supõe...
A vaidade...

Quando o primeiro me amou...
Muito me entreguei...
Até hoje assim sou...
Uns esqueci...
Outros nunca desapeguei...
Nunca consegui...

No murmúrio dos esgotos...
Das línguas leprosas...
De minha cidade pequena...
De fantasmas das óperas...
Talvez eu não valha nada...
Sob olhares maledicentes e invejosos...

Ah...O medo...
O medo come tudo...
Devora até o nosso sonho mais puro...

Toma para ti, de mim, o que quiseres...
Nada tenho mesmo...
Bebe do meu cântaro se tens sede...
Mas não me desprezes...

Tens fome?
Comes do meu pão...
Entrego-te a ti o que mais do mundo escondo:
É seu...
O meu coração...

Silêncio imposto...
Cujas máscaras escondem meu verdadeiro rosto...
Que grande bem me queira...
Para fazer-me adormecer sorrindo...
Seguindo meu estranho caminho...

Não digas nada a ninguém...
Que eu ando no mundo triste...
E que aqui apenas existo e só...
Noite escura tanto quanto eu...
Vivendo e sonhando...
Tendo apenas as estrelas...
Para disfarçar o breu...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Vivemos em um mundo caótico, cheio de inversão de valores, onde o certo passou a ser errado e o errado passou a ser certo.

⁠Como pode uma pessoa tão romântica viver tristonha e sozinha??

⁠Cada um toma as suas decisões, independente de serem elas assertivas ou mirabolantes.

⁠Entre tantas misérias...
Poucos buscam a Verdade...
A grande maioria apenas ora...
Contentando-se com o sorriso que chora...

Deslumbramento...
De rudes caminhos...
Murmúrios entre as sombras e os ninhos...
Enquanto os anos passam...
E a vida segue em desalinho...

Tudo na vida está em esquecer...
Ou não, o dia que passa...
Tua vitória está em saber que não é hoje...
Amanhã será?

Nos desafios do tempo...
Esmorece a esperança...
E na violência que chora...
Não te culpas, mas culpas as horas...

Mas se faz no seu cuidado...
O bem que apenas em sua alma retrata...
Sedento de justiça...
Justiça torta...
E malfadada...

E tendo passado a vida...
E tão pouco compreendido...
Onde se oculta o pavor...
De tão pouco ter aprendido...

Eco...
Vai o grito da cegueira...
Perseguindo a funesta sorte...
Fugindo da morte...

O coração já não sente...
As asas da fantasia...
Agora já perdida...
Busca nas esquinas...
Enganando-se todos os dias...

Mas não desisti da estranha jornada...
Imposta pela sua má vontade...
Não lhe depara o gozo...
Só chora saudades...

Alma de vácuo imenso e fundo...
E desta meia morte...
Continuas a olhar o mundo...
Platéia das cousas mortas...
De vento que sopra...

E responde sorrindo à cruel realidade...
Disfarçando a perdida mocidade...

Perdido estás...
Sob estranho véu...
Pedindo aos céus...
Um novo amanhã...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Sem lembranças...
Perdida todas esperanças...
Passando muitos dias...
Desconhecendo se vê...

E, contudo, com sua fé...
Com tudo que mudou...
Com que passa e já passou...
Sem muito cuidados...
Alheio ao desejo...
De não ver-se magoado...

E vaga ainda...
No interior da carne...
Vida sem gosto...
Corpo sem dono...
Amor sem fruto...
Devaneio...

E no abrir dos olhos...
Sentindo o toque...
Cansado da caridade...
Sem rodeios...
Esquece o freios...
Levando a vida como um sorteio...

Rasga...
Toca...
Hesita...
Se refestela na sarjeta...
Perdido...
Nas noites malditas..

Distantemente uma alegria foi...
Entre os quais...
Se deita...
Com qualquer um...
Que de si se aproveita...

Na perda tal..
Não sente o mal...
Que se sujeita...

Não se condena...
Na desventura que lhe assola..
Só diz que o amor lhe guia...
Como convém...

Triste...
Sem ninguém contradizer...
Já que todos...
Tão próximos...
Disfarçando o sofrer...
Mentem para sobreviver...
Vivendo tão igual..
Apenas rindo, disfarçando, suportando...
O próprio mal...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠No cetim negro das noites...
Os anjos só vem quando chamamos...

Breve é o coração acalentado pela inocência...
Que sonha e anseia...
Por viver e muito amar...

Ninguém sabe o que vai
por este mundo...
Com destino certo e sem destino aos tombos...
Cai o pó em dias assolados...
Enquanto o vento faz um rumor frio e alto...

E nada tem sentido...
Em nada que se queira ter...
Tudo são apenas momentos...
Não há nada a compreender...
Deixo que em minhas mãos cresçam os sonhos...
É o que posso fazer...

Haverá coisa que se lhe compare...
No mistério da inocência a perder?
Em vão já procurei me restituir...
O que duramente perdi...

Não sou mais que uma brisa...
Se vejo coisas que nunca antes tinha visto...
Coisas que sempre soube mas que nunca quis olhar...

Mas como se fosse o milagre pedido...
Nos destinos que não desvendo...
Os anjos me tem atendido...
Ensinando-me a sonhar...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Como queiras amor...
Como queiras...
Entrego a ti todo o meu abandono...
Tudo quanto espero...
Tudo quanto sonho e desejo...
Toda minha loucura...
Todo meu desespero...

A chama estremece...
No momento em que os deuses invejam e concedem...
A ventura e o castigo...
Por tudo que vivemos e sentimos...

Ao amor que tomou posse...
De coração que já não mais sossega...
Há um fogo que devora…
Que me devora a mim...
Rendido pela paixão...
Tendo começo...
Não tendo fim...

A paixão traz a dor...
Quem é que se acalma nessa estranha brincadeira de gato e rato?
Nesses pensamentos e gestos todos emaranhados?

O teu tempo ao meu se seguirá...
Encontrarás aqui o amor tranquilo?
Tão triste estou na noite escura...
Sem levar nos olhos meus...
O teu derradeiro olhar...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Quem é amado deve...
Quem ama pede...

A lua se insinua...
Entre vielas escuras...
Há fogo que devora...
Que mata e que dá...

Arde a cabeça...
Enquanto o olhar vaga...
Nem entre as estrelas encontras...
O que procuras...

Só porque houve outrora...
No presente indeciso vives agora...
Será que haverá o futuro,
Do que necessitas e sonhas ?

Procura o ar onde a respiração é doce...
E canta para afugentar a tristeza...
Porque és do tamanho que vês...
Porque sentes a falta do que não tens...

Vaga..
Longe de todo céu...
E no inferno onde abitas nada encontra...
O verme da agonia te devora...
Onde estás afinal,
Nessas horas mortas?

O nevoeiro é tão grande...
E o final não encontras...
Sim...
Tu bem sabes...
Tendes total culpa...

Entre o temor e o espanto...
Reconhece o amor perdido...
Peito endurecido...
Por mostrar-se soberbo e presumido...
Feristes e não percebeste o real sentido...

Tendo o teu erro algum desconto...
Saberia que sendo amado deve...
E que amando...
Deveria ter pouco pedido...

Agora buscas a noite escura...
Cujo medo te afigura...
Tão certa desaventura...
De vagas esperanças...
Nem mesmo te ajuda a lua...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Com dura e branda cadeia...
Já esqueci-me de quem eu fui...
E nesta incessante lida...
Já nem sei quem ou o quê serei...

Com o mal, e com o bem...
Já não me dá beijos qualquer passageiro...
Entre o que vai e o que vem...
Entre lágrimas, um sorriso faceiro...

Anjos ou deuses, sempre nós tivemos...
Nossa vontade é o nosso pensamento...
Tão pouco me agrada...
O ardor do inferno...
Ou a paz do céu verdadeiro...

Se eu fosse tão feliz...
De viva voz eu diria:
Que pouco ou muito é dito...
Mas é certo tudo terminar um dia...

Há fogo que devora…
Há frio que abraça...
Há amor que entre nós volteia...
E também o descaso que se semeia...

Eu te abençôo...
Não desejando amaldiçoar...
Mas se o faço...
Não permito ninguém me julgar...

O coração que vive ainda...
E pulsa e quer pulsar...
Ainda sonha...
Em sua metade encontrar...

Oh...
Pudesse durar sempre...
As venturas por quais passei...
Mas compreendo que assim o mundo não seria o que é...
Só lamento por quem tolamente me entreguei...

Tive soluços, febre, e absurdos desejos...
De nada me arrependo...
Mas quisera eu...
Poder voltar no tempo...

Façamos nossa vida um dia...
Que há noite antes e após...
O pouco que duramos...
Ninguém sabe o que vai por esse mundo...
Na eternidade - não é mais que poucos segundos...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠O que não daria eu...
Num dia sem data...
A sentar-me em uma mesa...
Com aqueles que um dia me amaram...

Hoje tenho os lábios secos...
Os olhos marejados...
E arde-me a cabeça...
Do tempo passado...

O presente é todo o passado...
E também é todo o futuro...
Prossegue a música...
Entra mais na alma da alma...
E a lembrança é que entristece...
Essa terra de ninguém...

Espreito então pelas janelas de outrora...
Coisas que sempre soube mas que nunca quis olhar...
Tal a sorte às cegas...
Da nossa existência...

Ter e não perceber o valor que tem...
Perder e então compreender...
Feliz é aquele...
Que sabendo o que tem...
Ama e não se enlouquece...
Quando tudo se vai...
E nada mais vem...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠De tudo houve um começo...
De asas abertas...
Alguém que nunca voou...

Rios que perdi sem os ver chegar ao mar…
Tudo o que guardo...
São muitas palavras de ilusão...

Quando eu sonhava de amor...
Quando em sonhos me perdi...
Eternamente em fuga como as ondas dos mares...
A ti mostrei o meu olhar...

Mas serei sempre o que sou...
Meu destino esconde-se entre a bruma...
Achando sem nunca achar o que procuro...
Onde tenho a alma...
Mãos alheias não tomam...

O amor eterno que te ouvi jurar?...
Diga-me, agora, onde está...

Mãos de renúncia que não puderam me entender...
Este abandono custa...
Poque estou contigo e tu não...

Mas não sei trocar a minha sorte...
Quando o que há é só o agora...
Como existir no esquecimento?
Fugindo com o vento sem ter onde pousar?

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Perfumes de pecado...
Oras eu os sei...
Minha prisão de viver...
Inúteis as noites da minha rua…
Sem antes conhecer você ...

Rituais que previ...
Pleno de desejo e de ciúme...
Abismo do seu ser.
Sou saudade do longe donde vim...
Sou esperança por estar junto a ti...

No caminho da vida...
Fui outro, e, outro sendo...
Outro serei...
Tenho fantasmas não tão educados...
Que não sei eu...
Se são casados com o diabo...

Perguntaste-me outro dia
Enquanto olhava-me admirado...
Se a vida me comprazia...
Se eu desejava mudar meu fado...

Menti naquela hora...
E disse que não sabia...
Que te importa afinal...
O bem que me acalenta...
Ou que me fustiga o mal ?

De olhos vagos e perdidos...
Nos olhamos sem nos ver...
Quase tudo passa...
E tão pouco fica...
Dê-me alívio às minhas feridas...

De que são feitos os dias...
Pequenos desejos...
Ou mágoas sombrias?

O bem que nunca fora...
É o mal que se avizinha...
Mas enfim no que me é guardado...
São meus sonhos conturbados...
Alguns se perderam...
Outros na sarjeta foram jogados...

Anda, vem...
Nem todo prazer é pecado...
Da vida não tenho muitos jeitos...
Só saudades e embaraços...
Junto ao teu peito...
Me perco e me esqueço...

Olhando todos os céus...
Choram em mim os seus presságios...
O maior sonho que acalento...
É por ti ser amado...

Tudo que sou, sou prelúdio...
O resto foi o que eu não quis...
Como se o tempo fosse um sentimento...
Entre os teus braços enlaçar-me mais...

Sandro Paschoal Nogueira