Coleção pessoal de samuelfortes
A mar
Rápido estado
Ancestral de um indivíduo
Que vem do vento
Um sossego, uma unção
Estado leve anuncio seu lugar
Leve estarei parado aqui
No seu lugar
E eu te espio da varanda
Indo embora
Mas você vem
Hoje a janela
Me ofereceu a paisagem
Ressuscitando formas
Era um sujeito
Realmente distraído
Na hora de dormir
Beijou o relógio, deu corda no gato
E
Enxotou o olhar pela varanda
Venha pra cá deixe de ser
Bem acanhado
Do seu ditado
Agitado
Cabelo ao vento
Do saculejo
Dessas roupas
No varal
A mar
De onde
Que tu tiras tantas ondas
De onde
Que tu tiras vai e vem
De onde
Que tu vens tão descolado
Prá onde vai só do seu jeito
Descansado
Volte amanhã bem de manhã
Aqui estarei
Prá ver de perto
Seu molejo
Arretado
Agitando o ar
No
Seu espaço confinado
Tomando a fresca
Tomo o ar
Quarando o corpo
Em alguns lugares estratégicos
Já foi mar
Voou por sobre as montanhas e cabeças
Fez dali seu Espinhaço
Passou por cima
Do seu mundo
Seu lugar
Busca
Bem de lá
De onde vem seu infinito
Se esperar
Possa estar marcado em horas
Rochas
E no nascer
De
Espectativas fulminantes
Lá vem o mar
Trazendo a fonte e o defronte
Cavalga ventos
E a voz do sussurrado
Ginetes pronto aparado
A cavalgar
Alados ventos
Sobe e desce das areias
Ao espairecer espalha
Espuma em seu olhar
Já sinto aqui
O seu perfume estrangeiro
Bebendo em tua boca
O perfume dos sorrisos
Que o vento forte acaba aqui
De me entregar
Assimétrica
Hoje,
Sonhei que existia
Mais um estágio
De relacionamento
Chamado significante
Ali, sentado na cadeira de balanço
Como um pêndulo
Silêncio de uma sala
E no silêncio
A sensação exata
Nascem ondas de amor
Que
Se desfazem
O silêncio corre lentamente
Na dura esquina
Estracalha a vidraça
E deu
De sonhar
Que sonhar
É coisa
Do absurdo
Possível
Cada um
No âmago
De sua
Singularidade
A longeva saudade
Guardou a felicidade
Quando se perdia
No andar em círculos
A estrada é um labirinto
Em
Todos os dias da semana
Na dúvida
Em um dia qualquer
Quanto menos alguém entende
Mais quero discordar
Em um aperto de mãos
Do inevitável intocável
Estrangeiro
Na natureza do visível
Sensatez individual
Passageiro
Que
Não passa por aqui
Eu me sinto passageiro
Eu me sinto um estrangeiro
Dei um passo
E
O mundo saiu do lugar
Dei um passo
E
Meu mundo sai do lugar
Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar
Afinal,
A melhor maneira de viajar
É sentir
Seja Como For & Venha Como Quiser
Sem pedir licença
Nem para tentar
Adentrou
Assustando a sombra
Daquele
Que não quer ver
Sem
Conferir o que é seu
No
Entusiasmo de maré calma
No balanço
De velejar
Os olhos
Perdidos no naufragar
De ondas cansadas
Atentado ao mar
Que chega à vista
Norte ou sul
Colorido nas luzes
À piscar
No sabor do vento
No exagero
Da vida eterna
Agora
Essa força contida
De nenhum ser
Aqui vou eu
Se é assim que se vai
Sem nenhum pudor
Sem medo qualquer
Sempre por amor
Sem desistir agora
Assim é o amor
Tece a verdadeira trama
Vive cada segundo
Como
Nunca o fez
No velho papel
De embrulho
Embaixo assinado
Ninguém
Sabe de quem
Sem medo qualquer
Seja como for
Seja por favor
Sempre à seu dispor
Venha como quiser
Volatilidade & Hominídeo
Em uma semana de 8 dias
Onde
Confundo a Sexta
Como um sábado passado
Não consigo distinguir
Um campo verde
De um dia em que a noite
Trouxe cinzas frias
No corredor de ferro
Um trilho de aço frio
Talvez
Um gosto de saliva quente
Do corpo de uma assanhada
Uma fumaça
De
Um navio distante
Para um novo horizonte
Um tijolo enquadrado
Perfeitamente
Parece por si só
O aluno na sala de aula
O conteúdo nativo
O sarcasmo velado
Nós somos apenas
Mais um tijolo
Encantado em um muro
Estampado na sala
O conforto frio
Para
A mudança
A destruição do cerne
À remontar
Nossas cinzas quentes
Para árvores
Na ancestralidade do Homem
Talvez de novo o mistério
Morasse em seus olhos fundos
Um desgosto incoercível
Com seios moços no colo
Que sentem a ida e a vinda
Ainda, não sejam bem vindos
Não deixem marcas visíveis
Qual perfil que ele gosta?
Que não foi destruída
Por diversas
Gravidezes consecutivas?
No amargo da máscara
Na doce máscara menina
No imaginário deixar
Crescessem ventres
E
Não deixasse passar
Mais do que tristeza íntima
Pelo canto do olho
Tive uma visão fugaz
E virei para olhar
Mas
Já havia ido
O Grito
Toda felicidade
Numa vontade danada
De bem viver
Quem fala o que quer
Ouve
O que precisa ouvir
Se poeta foi
E és
De entre papéis
Quem sabe onde andará
Fui também
Tu és um estado
De
Espírito
Igual a Bahia
Aonde vai nossa atenção
É
Onde nossa energia flui
E
Não há beleza rara alguma
Sem
Algo de estranho nas proporções
São demais os perigos
Desta vida
E
Se ao luar
Que
Atua desvairado
Vem o espaço
Desvairado eloquente
Que esculpiste
No arder da lucidez
Das
Coisas frias
Chegamos
Onde passaremos à noite
Abrigados
Saber & Razão
O vazio não
Nos persegue
Com o seu hálito
E é na imensidão
Canto
Que se sente o timbre
O Homem
Ser de casca e rédeas longas
Não teria alcançado o possível
Se repetidas vezes
Não tivesse o impossível
A política
É como a perfuração
Lenta
De tábuas duras verdes
Aliás
Existe tanto paixão
Como perspectiva
Bons chutes
Precisam ser firmes
No chão em que se pisa
Primavera Acanhada
Rumores
Chegariam a mim
Deixarei que morra em mim
Pois nada te poderei dar
Senão
A mágoa de ver
Eternamente cansado
Distintos
Como passos
Na madrugada
Sol
De entardecer
Jardim
De estrelas
Chuvinha
Nos olhos
Marcas
Em lajedos lisos
Estruturas
Acanaladas
De
Um velho rio
acanhado
Na beira
Um dique
Um marginal rompido
Sem
Contestação estelar
Tropeçando em bico
Embicando à frente
Explosões
Primavera
A pleno
Sem eira
Nem beira
Balancear
De corpo
No entortar
De galhos firmes
Famigerados
São os insetos
Se mais
Houver
Nem preciso
É
Nasceste Aqui & A Moça Bonita
Momentos indivisíveis
Orquestrando arestas
Na incapacidade do ser
Intuitivamente restrito
Caçadora de divindades
Alçar de asas firmes
Lados opostos
Adornos e laços
Indigência na ausência
Sigilo subliminar
No entanto
Dentro do sol
Minha sombra se projeta
Na voz
A chave
Harmonia
Flutuante
Paisagem
Sonora
Satisfação
De espírito
Ordem
Beleza
Sua
Medida
Presença
Ausência
Momentos
De inspiração
Aonde quer que eu vá
Eu descubro
Que
Um poeta esteve por lá
Bem antes de mim
A Alternativa
A sociedade do paraíso
Reencontrar, criar
E por lá viver
Criar
A
Alternativa
Que seja contínua
Onde anda a Saudade
E os olhos
Que
A gente nem sempre vê
Que semeando vento
E na falta de escolha
Colhendo sempre tempestade
Combinando
Razão e emoções
Nos mesmos lugares
Na cama deitado
Na miragem perdida
Ver toda a terra girar
Ida estonteante
Que
Ganha apenas para juntar
Na volta inesgotável
De um eterno retorno
Se toca
Em que toca
Em se tocar
Entocado
Escondido nessa toca
Não sentia quem vinha
E
Quem se aproximava
Eu só sentia os passos
Um Estado
Estúpido
Criar o meu Estado
Estado de Espírito
A Imaginação Engavetada
Passaporte
Para
O futuro
Resquícios
De
Passado
Combinando
Razão
Emoções
Tipo
De nostalgia
Percorrendo
Espaços
Abstratos
Ressonâncias
Entre coisas
Experimentos
De história
Desafiando
Forças
Da natureza
Equilíbrio
Romper
Limites
Da
Imaginação
Menos é Mais
Quanto mais coisas eu vejo
Muito mais eu quero ver
Quanto mais coisas eu ouço
Muito mais eu quero ouvir.
Quanto mais coisas eu sei
Muito mais quero saber
Quanto mais coisas eu sinto
Muito mais quero sentir.
Quanto mais estrada eu ando
Mais estrada quero andar
Quanto mais vivo na vida
Muito mais quero viver.
Sempre mais sou viciado
Nesse muito mais querer.
O Horto Botânico
O poeta de olhar dormente
O orgasmagórico desce do espaço
Enquanto, poeta,
Vai pela rua
Obcecado
Observando a vida
Que
Ainda pulsa
Soneto da Imaginação
A imaginação
Origina a força para o voo
O cansaço faz dela
Seu repouso
Na estreita calada da noite
A espreitar o passar
De um tempo
Ali se passa o vento
Aqui se passa o tempo
Minha mente vai a lugares
Que você não iria
Nem com segurança
Armado
Meu desespero
É covarde
É que apesar de sombria
Caminha na escuridão
Escuta como dispara
De medo o meu coração.
Velejadores
Romper
Limites
Não esperar
Pelo
Lógico
No comum
Dos dias
O
Extraordinário
Há coisas
Que existem
Para serem
Sentidas
Entendidas
Ou não
Renascer
A cada manhã
O mundo é novo para mim
E nos finitos detalhes
Nascem e morrem
Os
Afetos e Desafetos
Designados e estigmatizados
Por
Padrões sem cores
Pode haver
Tempos mais belos
Mas
Este é o nosso
Criando e ofuscando
Nas lutas sem classes
É no desespero
Que aflora
A criatividade
Ainda é tempo
Mesmo
Que o tempo todo
Minha nudez
É
Absoluta
Numa perplexidade
De criança
Aniversário de Viçosa
Por outra
Pega estrada
Viaja
Caminha
Dentro
De si
Instigante
Sabor
De aventura
Vida doçura
Esperança nossa
Prece
Eita
Vida
Tão pouca
Para
Delírios
Assim
A Febre
Toda convicção
É uma prisão
E
Nenhum preço
É alto demais
Pelo privilégio
De ser si mesmo
De uma maneira
Ou de outra
Estamos equilibrados
Na borda
Do para sempre
Em uma mistura
Inflamável
De ignorância e poder
Onde o mundo real
É muito menor
Que
O da imaginação
Dez prás cinco
Dia
De sol
De sol
De
Meio-dia
Balanço
De cadeira
De palhinha
Palhinha
De cadeira
Ao
Meio-dia
Em dia
De sol
De sol
Do
Meio-dia
Sol
Que
É vida
Que é
Música
Que é...
É dia
Dia de sol
Sol
De balanço
De cadeira
De palhinha
Ao meio-dia
Mas
Com o frio da garoa
Da noite que passou
O cheiro do fogão a lenha
Que de aceso se apagou
A noite o fez negro
Fogo o avermelhou
A aurora nascente
Todo o amarelou
O agora que foi ontem
Tão distante aproximou
A linha móvel do horizonte
Atira para cima
Os ventos que vem de longe
Na nudez absoluta
Tanto em mim como ao mar
O Aproximar do Amanhecer
Olhou
Por cima
Do degrau
Da cancela
O terreiro
Com pedras
Onde
A sombra
Marca
Hora
O quintal
Com plantas
E árvores
Não
Se vê
Os fundos
Que
Imagina
Não tem
Limites
A vida será mais bem vivida
Quanto menos sentido tiver
Visto que
Criar a própria vida
É viver duas vezes