Coleção pessoal de samuelfortes
O Tédio e o Labirinto
O tédio é um labirinto silencioso,
Onde o tempo se arrasta, lento e espesso
Nas paredes do vazio, ecoam passos
De uma alma que busca, inquieta, o repouso
É espelho que reflete a inquietude
A vacuidade que invade a quietude
Mas, no fundo do abismo, há uma luz
Um convite à transcendência, uma cruz
Pois o tédio, mestre disfarçado
Nos leva ao cerne do não revelado
Nas profundezas do existir
A epifania que desvela o véu do precipício
"O tédio, esse silencioso labirinto da alma, é o espelho que reflete a inquietude do ser diante da vacuidade do tempo, convidando-nos a transcender a superficialidade e a buscar, nas profundezas do existir, os ecos de um sentido que nos escape à primeira vista."
O Arquétipo
É sorrindo
Que se passa a vida
E no caminhar
Que se encontra caminho
É no caminho
Que se encruzilham Rumos
É no destino
Que sou levado
No labirinto da existência
O riso floresce
Qual raio de sol
A cada passo
Uma bifurcação
No palco da vida
A dança se cumpre
Na fenda incerta
A alma persiste
Rumos se cruzam
Destinos se cumprem
No livro do tempo
Cada momento
É
Uma página escrita
No Real
O encanto
Da coisa
Sonhada
Viajar
À toda
No tempo
No espaço
Perceber
Em sua
Singeleza
Primitiva
O verdadeiro
Sentimento
Da
Existência
No real
A busca
Incessante
A miragem
Do oásis
No deserto
A fé
Naquilo
Que não se vê
A esperança
Que nos
Mantém vivos
No real
A dor
Alegria
O ódio
O amor
A vida
Em sua
Dualidade
No real
O medo
A coragem
A sombra
A luz
O eterno
Conflito
No real
A saudade
O presente
O passado
O futuro
A roda
Do tempo
No real
O sonho
A vigília
A fantasia
A realidade
A linha
Tênue
No real
O encontro
O desencontro
O abraço
O adeus
A dança
Da vida
No real
O silêncio
A palavra
O vazio
O infinito
O mistério
Da criação
No real
A busca
Continua
A miragem
Se afasta
A fé
Vacila
A esperança
Se esvai
No real
A dor
Aumenta
O ódio
Cresce
A vida
Se complica
No real
O medo
Paralisa
A sombra
Aterroriza
O conflito
Persiste
No real
A saudade
Aperta
O presente
Escorre
O passado
Assombra
No real
O sonho
Desaparece
A fantasia
Se desfaz
A linha
Se rompe
No real
O encontro
Se perde
O abraço
Se desfaz
A dança
Cessa
No real
O silêncio
Ensurdece
O vazio
Aterroriza
O mistério
Se aprofunda
No real
A busca
Se intensifica
A miragem
Se revela
A fé
Renasce
A esperança
Se reacende
No real
A dor
Diminui
O ódio
Se dissipa
A vida
Se simplifica
No real
O medo
Se enfrenta
A sombra
Se dissipa
O conflito
Se resolve
No real
A saudade
Se transforma
O presente
Se aproveita
O passado
Se aprende
No real
O sonho
Se reconstrói
A fantasia
Se reinventa
A linha
Se fortalece
No real
O encontro
Se realiza
O abraço
Se perpetua
A dança
Continua
No real
O silêncio
Se preenche
O vazio
Se completa
O mistério
Se desvenda
No real
A vida
Se revela
Em sua
Essência
Divina
Você & Sítio
Na quietude do sítio
Onde o tempo
Se curva
À melodia da natureza
A alma encontra
A sinfonia da terra
E o espírito se eleva
Na dança cósmica
De sua existência
"Na quietude do sítio, onde o tempo se curva à melodia da natureza, a alma encontra a sinfonia da terra e o espírito se eleva na dança cósmica da existência."
Metrô
Uma Odisséia Urbana
No ventre sombrio da terra, a multidão se acotovela
Corpos exaustos, almas inertes, a esperança que se revela
Nos rostos, a marca do cansaço, do tempo que se arrasta
E a melodia do silêncio que nos basta
Nos vagões, a solidão se agiganta
Cada um em seu canto, perdido em suas fantasias
Olhares vazios, palavras sussurradas
E a sensação de que a vida nos ignora e nos distancia
Nos túneis, a escuridão nos engole
E a voz do abandono ecoa
Somos sombras errantes, perdidas no labirinto
Buscando um fio de luz, uma razão, direções
Nas estações, o tempo se suspende
E a multidão se transforma em um mar de rostos
Em cada um, uma história, um drama
E a certeza de que a vida nos prega tantos gostos
Mas, no meio do caos, a esperança renasce
No metrô
A vida pulsa
E a poesia
Floresce
As Rodoviárias
No ventre de concreto e aço, a rodoviária se revela
Um portal para o labirinto do asfalto, onde o tempo se congela
Cacofonia de vozes, almas em trânsito, anseios e despedidas
Um microcosmo humano, onde a vida pulsa em batidas
Sob o teto, a luz, sombras inquietantes
Viajantes e fardos, histórias errantes.
O cheiro de café e saudade no ar
E a melodia melancólica de um violão a ecoar
Nos painéis, destinos se anunciam
Cidades distantes, sonhos que se adiam
Embarques e desembarques, abraços apertados
Lágrimas contidas, sorrisos forçados
Nos rostos, a marca da jornada
A esperança de um novo amanhã, a alma desnortada.
Corpos cansados, mentes em devaneio
Na rodoviária, a vida se revela em seu roteiro
Ônibus serpenteiam como feras famintas
Devorando quilômetros cruzando estradas infindas
No horizonte, o sol se põe, tingindo o céu de sangue
E a rodoviária se ilumina, como um farol que nunca se extingue
Em cada plataforma, um drama
Em cada rosto, uma epifania
A rodoviária, palco da existência
Onde a vida se mostra em sua essência
E eu, poeta peregrino contemplo este cenário
Eternizando em versos este itinerário
Na rodoviária, a alma humana se desnuda
E a poesia encontra sua musa
Mônica Em Puro Balanço
Mônica, farol que me guia na existência,
Em teu olhar, a luz que me alumia
Alma cativante, de essência e persistência
Em teu sorriso, a melodia que me extasia
Deusa de beleza ímpar, graça divina,
Em teu corpo, a perfeição que me encanta
Musa inspiradora, em ti a poesia se inclina
Em teu amor, o meu coração se acalma e se agiganta
Mulher de fibra, de garra e de audácia,
Em teu espírito, a força que me move
Em tuas palavras, a sabedoria que me sacia
Em teu abraço, o porto seguro que me envolve
Mônica, a flor que desabrocha em meu jardim
Em teu perfume, a doçura que me embriaga
Em teu amor, a mais bela canção que existe
Em tua presença, a alegria que me contagia
Mônica, a estrela que guia o meu caminho
Em teu brilho, a esperança que me acende.
Em teu coração, o amor que me define,
Em tua vida, a felicidade que me transcende.
O Entardecer
No zênite áureo, o sol, fulgurante brasa
No ocaso se esvai, em apoteose de luz
O dia fenece, a noite se anuncia
No crepúsculo vespertino, que seduz
Nuvens, nimbos de algodão, emolduram o céu
Pintadas de tons ígneos, de rubi e carmim
O astro rei, em êxtase de beleza
No horizonte se dissolve, em sublime fim
Sombras se alongam, em espectros da penumbra
Enquanto a lua, pálida, surge no arredores
O silêncio da noite, canção que acalma
Em contraste com o fragor do dia que se extinguiu
Pássaros
Em algazarra vespertina
Buscam abrigo em entre as vestes forragem em Camanducaia
A natureza se recolhe, em sono profundo
Sob o manto estrelado, infinito e multicor
O entardecer, enigma indecifrável
Momento de transição, de melancolia e paz
A esperança que renasce, jamais se desfaz
E se a nostalgia paira no ar
A certeza de um novo alvorecer nos conforta
O sol, em sua dança milenar
Promete um despertar, que a alma transporta
Noite adentro, o cosmos se revela
Em constelações que nos guiam na escuridão
O entardecer se cumpre, a vida segue
Em eterna busca por luz e razão
Não sei
Amuleto preto
Onde Deus guarda no escuro
Se meu caminho
Me perdia
Ou me encaminhava
Embotava a bota
E botava o chão
Brotado em rocha
De tanta graça
De leveza tanta
Que
Meu próprio suspiro
Me levanta
Exaustão de gozo
Que tal seja a regra
E longa é a vida
Que aguardo ansioso
O tempo nos parques
Gera o silêncio
Do piar dos pássaros
Das vistas destas araucárias
Na mesa
Do mundo
Meu imaginário
Sentam-se muitos
Desesperados
No corredor atento
No andar desatento
Sem um desalento
Sou todos eles
Nem razão
Tão pequena
Nem amplitude
Tão pura
A tua razão sensata
Se estendeis ao propor
A imitação
Pura do ser
No ascender de ir
Da imaginação
No propósito
Da Imagem em ação
Enquanto
De manhã escureço
E
De dia tardo
Lá longe
É quando
E
Onde há Cansaço
É onde meu tempo é quando
Entre tantos
Um dia
Me descubro
Entretanto
Que
O tempo nos parques
Cisma no olhar cego dos lagos
Sei de um bom lugar
Onde compreender
Que tal amanhã
Quando você voltar
O Não Fazer Abstrato
Além de cada coisa
É coisando
Que
Se costura a vida
Tem dia
De cozer da vida
Em dia
De coser retalho
Onde não queres
Nada
Nada falta
Tecendo os sonhos
Mais humanos
Capaz de todos os enganos
Que é
Coisa
Do sertão
De veredas
Mais
Que serra
Cordilheira
Travessia
Com
Trenheira
Lá
Bem onde
Tudo fica
Bem alí
Região
Terra
De
Curraleiro
Sempre-viva
Tirijum
Tem
De tudo
Quanto há
Sobe serra
Desce serra
Mora aqui
Mora acolá
Paredão
Grotão
Mora onde
Que Deus
Deu
Mora onde
Que Deus
Dá
De
Gaitada
Espontânea
Molho
Do que
Juntá
É trem
Danado
De bão
E deixa
A vida
Levá
Da Eloquência à Loucura
Hoje
Um dia a menos
Saudade
Sentimento longínquo
Atração pelo inevitável
No
Atravessar de eixos
Vigor
Físico
Já
Não muito
Quando
Muito
Caminhá
Segue
Em frente
Vai
Bestano
Anda
Para
Para
Anda
Fantasias
Quando
Ainda
Do plausível
Ao provável
Até mesmo
O absurdo
Por vezes
Até
Distrai
Toca
Em frente
Assuntano
E deixa
Que
A vida
Vai
A mar
Rápido estado
Ancestral de um indivíduo
Que vem do vento
Um sossego, uma unção
Estado leve anuncio seu lugar
Leve estarei parado aqui
No seu lugar
E eu te espio da varanda
Indo embora
Mas você vem
Hoje a janela
Me ofereceu a paisagem
Ressuscitando formas
Era um sujeito
Realmente distraído
Na hora de dormir
Beijou o relógio, deu corda no gato
E
Enxotou o olhar pela varanda
Venha pra cá deixe de ser
Bem acanhado
Do seu ditado
Agitado
Cabelo ao vento
Do saculejo
Dessas roupas
No varal
A mar
De onde
Que tu tiras tantas ondas
De onde
Que tu tiras vai e vem
De onde
Que tu vens tão descolado
Prá onde vai só do seu jeito
Descansado
Volte amanhã bem de manhã
Aqui estarei
Prá ver de perto
Seu molejo
Arretado
Agitando o ar
No
Seu espaço confinado
Tomando a fresca
Tomo o ar
Quarando o corpo
Em alguns lugares estratégicos
Já foi mar
Voou por sobre as montanhas e cabeças
Fez dali seu Espinhaço
Passou por cima
Do seu mundo
Seu lugar
Busca
Bem de lá
De onde vem seu infinito
Se esperar
Possa estar marcado em horas
Rochas
E no nascer
De
Espectativas fulminantes
Lá vem o mar
Trazendo a fonte e o defronte
Cavalga ventos
E a voz do sussurrado
Ginetes pronto aparado
A cavalgar
Alados ventos
Sobe e desce das areias
Ao espairecer espalha
Espuma em seu olhar
Já sinto aqui
O seu perfume estrangeiro
Bebendo em tua boca
O perfume dos sorrisos
Que o vento forte acaba aqui
De me entregar
Assimétrica
Hoje,
Sonhei que existia
Mais um estágio
De relacionamento
Chamado significante
Ali, sentado na cadeira de balanço
Como um pêndulo
Silêncio de uma sala
E no silêncio
A sensação exata
Nascem ondas de amor
Que
Se desfazem
O silêncio corre lentamente
Na dura esquina
Estracalha a vidraça
E deu
De sonhar
Que sonhar
É coisa
Do absurdo
Possível
Cada um
No âmago
De sua
Singularidade
A longeva saudade
Guardou a felicidade
Quando se perdia
No andar em círculos
A estrada é um labirinto
Em
Todos os dias da semana
Na dúvida
Em um dia qualquer
Quanto menos alguém entende
Mais quero discordar
Em um aperto de mãos
Do inevitável intocável
Estrangeiro
Na natureza do visível
Sensatez individual
Passageiro
Que
Não passa por aqui
Eu me sinto passageiro
Eu me sinto um estrangeiro
Dei um passo
E
O mundo saiu do lugar
Dei um passo
E
Meu mundo sai do lugar
Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar
Afinal,
A melhor maneira de viajar
É sentir
Seja Como For & Venha Como Quiser
Sem pedir licença
Nem para tentar
Adentrou
Assustando a sombra
Daquele
Que não quer ver
Sem
Conferir o que é seu
No
Entusiasmo de maré calma
No balanço
De velejar
Os olhos
Perdidos no naufragar
De ondas cansadas
Atentado ao mar
Que chega à vista
Norte ou sul
Colorido nas luzes
À piscar
No sabor do vento
No exagero
Da vida eterna
Agora
Essa força contida
De nenhum ser
Aqui vou eu
Se é assim que se vai
Sem nenhum pudor
Sem medo qualquer
Sempre por amor
Sem desistir agora
Assim é o amor
Tece a verdadeira trama
Vive cada segundo
Como
Nunca o fez
No velho papel
De embrulho
Embaixo assinado
Ninguém
Sabe de quem
Sem medo qualquer
Seja como for
Seja por favor
Sempre à seu dispor
Venha como quiser
Volatilidade & Hominídeo
Em uma semana de 8 dias
Onde
Confundo a Sexta
Como um sábado passado
Não consigo distinguir
Um campo verde
De um dia em que a noite
Trouxe cinzas frias
No corredor de ferro
Um trilho de aço frio
Talvez
Um gosto de saliva quente
Do corpo de uma assanhada
Uma fumaça
De
Um navio distante
Para um novo horizonte
Um tijolo enquadrado
Perfeitamente
Parece por si só
O aluno na sala de aula
O conteúdo nativo
O sarcasmo velado
Nós somos apenas
Mais um tijolo
Encantado em um muro
Estampado na sala
O conforto frio
Para
A mudança
A destruição do cerne
À remontar
Nossas cinzas quentes
Para árvores
Na ancestralidade do Homem
Talvez de novo o mistério
Morasse em seus olhos fundos
Um desgosto incoercível
Com seios moços no colo
Que sentem a ida e a vinda
Ainda, não sejam bem vindos
Não deixem marcas visíveis
Qual perfil que ele gosta?
Que não foi destruída
Por diversas
Gravidezes consecutivas?
No amargo da máscara
Na doce máscara menina
No imaginário deixar
Crescessem ventres
E
Não deixasse passar
Mais do que tristeza íntima
Pelo canto do olho
Tive uma visão fugaz
E virei para olhar
Mas
Já havia ido
O Grito
Toda felicidade
Numa vontade danada
De bem viver
Quem fala o que quer
Ouve
O que precisa ouvir
Se poeta foi
E és
De entre papéis
Quem sabe onde andará
Fui também
Tu és um estado
De
Espírito
Igual a Bahia
Aonde vai nossa atenção
É
Onde nossa energia flui
E
Não há beleza rara alguma
Sem
Algo de estranho nas proporções
São demais os perigos
Desta vida
E
Se ao luar
Que
Atua desvairado
Vem o espaço
Desvairado eloquente
Que esculpiste
No arder da lucidez
Das
Coisas frias
Chegamos
Onde passaremos à noite
Abrigados
Saber & Razão
O vazio não
Nos persegue
Com o seu hálito
E é na imensidão
Canto
Que se sente o timbre
O Homem
Ser de casca e rédeas longas
Não teria alcançado o possível
Se repetidas vezes
Não tivesse o impossível
A política
É como a perfuração
Lenta
De tábuas duras verdes
Aliás
Existe tanto paixão
Como perspectiva
Bons chutes
Precisam ser firmes
No chão em que se pisa
Primavera Acanhada
Rumores
Chegariam a mim
Deixarei que morra em mim
Pois nada te poderei dar
Senão
A mágoa de ver
Eternamente cansado
Distintos
Como passos
Na madrugada
Sol
De entardecer
Jardim
De estrelas
Chuvinha
Nos olhos
Marcas
Em lajedos lisos
Estruturas
Acanaladas
De
Um velho rio
acanhado
Na beira
Um dique
Um marginal rompido
Sem
Contestação estelar
Tropeçando em bico
Embicando à frente
Explosões
Primavera
A pleno
Sem eira
Nem beira
Balancear
De corpo
No entortar
De galhos firmes
Famigerados
São os insetos
Se mais
Houver
Nem preciso
É