Coleção pessoal de Prijivus
a noite socorre os insones;
e recolhe a vegetação de pensamento.
Ainda é tarde para repetir,
mas o tempo não cobra nada.
hoje o dia passou entre
a porta e a janela
e a ciranda de telas continuou
entre as últimas súplicas
de quem já viveu o que
está por vir.
Devastado,
recolhe-se em orações
a Gaia e a Urano,
questionando o plano
e as ruidosas incursões
que cercam as ilusões
de sagrado e profano!
Não há plano,
o céu rasgado de vertigem
e a noite suportada
por teorias suspensivas
de tudo que ninguém
ouviu dizer, ouviu falar,
ousou ouvir... piada.
A imagem refletida
não reflete a ideia,
nem a vontade de ser
além do não-ser
estático cotidiano
que não revela senão
o perdão a se perder.
A janela borrada
enternece a noite
ressentida e polida.
O temporal ri
enquanto devasta
o sentimento deletério,
inexistente e falido.
Eu morri muitas vezes,
tantas que não sei precisar!
Morri nas noites insones,
no dialeto mais insular.
Morri nas músicas desertas
no chão de terra batida
na mesa de bar desenhada
no céu da boca da vida.
Morri no versos íntimos,
no angustiante scream,
na amazonas do iludir
Nas temeridades do clarim
Morri no medo de agonizar
Morri no desejo de existir!
Já ouvi do amor mil promessas
e compartilhei minhas esperanças
entre as penas de duras andanças
e as desgraças de vis remessas.
Promessas de fidedigna pureza,
tenros dias, cálidas madrugadas
Dores remotas, ledices abafadas,
toda mofina e nenhuma riqueza!
Hei vingar-me desse tal amor,
amando sem amor e sem glória.
Hei vingar-me de todo estupor
que é fruto da impoluta vitória
da esperança vazia de rancor,
amando sempre a cada história.