Coleção pessoal de Sabrinamikarla
"Raio de sol"
Eu não sabia que esperar
Era tão bom para curar
Curar as feridas
Que me fizeram sangrar
Em noites perdidas
Na busca de acertar
Acertar um coração
Que realmente pudesse gostar
Gostar de quem eu posso ser
Em cada amanhecer
Em cada despertar
Foi assim que então,
Que refletindo durante os dias
Senti nos raios de sol
Uma nova alegria
Que espelhava em seus reflexos
Uma luz exorbitante
Aquecendo o meu corpo
Me mostrando o quanto sou gigante
Levando a força que carrego
Nessa vida de instantes
Esse raio, tinha nome,
Tinha forma de humano
Era um lindo menino
Com os olhos da cor do oceano
Com a pele feito as nuvens
Pintada com um tom de branco
Suave e Singelo
Com uma paz aconchegante
Ele não era um qualquer
Tinha um coração inexplicável
Dono de um sorriso lindo
De um carisma notável
E mesmo com a timidez
Sua pureza o fazia ser admirável
Aos olhos de quem vesse sua luz
Em cada raio de sol espelhado
Responsável de alegrar o dia
De uma donzela
com o coração machucado.
"Incertezas que ferem a alma"
Conquistar alguém
Exige tempo e leveza
Mas quando o assunto é amar
É preciso clareza
Para iluminar a mente
Daqueles que não sabem correr
Em busca da sua felicidade
Ao invés do seu próprio prazer
Deixando quem os inclui
Por uma vida que não flui
De um passado que já se foi
Na esperança de renascer
Num ponto de escuridão
Comandado pela frieza
A conexão fala baixo
Com medo da incerteza
De um velho coração
Sem amor e sutileza
Por expectativas em alguém
Pode ser até engraçado
Para aqueles que buscam um besta
Ao invés de um amor incansável
Onde a cura cicatriza
Uma dor incurável
Nas feridas de um peito
Quebrado em pedaços
"A dor de amar demais"
Entre cacos de vidro
Meu coração virou pedra
Fechando-se para o amor
Dessa vida incrédula
Onde a razão cega
Mas que os olhos de quem vê
O que realmente é amar
Quando o assunto é crescer
Diante das peças da vida
Aprendemos a lição
Que aquele que amamos
Nem sempre, merece atenção
Pois muitos nem apreciam
Nossa intensidade e emoção
Quando o assunto é fazer
Tudo e mais um pouco
Pro nosso coração
Devemos reconhecer
Só aquilo que nos dá força
Pra combater os dias cinzas
Dentro da nossa bolha
Essa que nos faz sentir
As dores de um peito
Em busca de poder suprir
As expectativas do desejo
Que é amar alguém
Com carinho e sem medo
Na ilusão de sentir
Tudo se enaltece
No vasto amor
Que me sufoca minha mente
Usando-a não só de escudo
Mas como um velho tapete
Empoeirado e largado
Cheio de enfeites
Nesse mundo indigente
Onde sentir dor
E sangrar por amor
virou um "clichê" sem valor
Tornando tudo que era cura
No que hoje nos faz ter pavor.
"Ilusões"
Luzes no fim do túnel
Não se passam de ficção
Quando o assunto é o amor
Tudo se torna uma ilusão
Sentir sem ser
Não é ter valor
Chorar sem viver
É não saber ter dor
Dor em um peito
Repleto de rancor
Dono de um coração partido
Sozinho e sem cor
Lacrimejar os olhos
Não é o bastante para amar
Aquele que nos mostra
Que a verdade não tem lar
Ter consideração por alguém
Não é sinônimo de gostar
Mas saber entender
O que é valorizar
Afinal, pessoas incríveis
São de difíceis de achar
Nesse mundo de ilusões
Onde o amor é se sexualizar.
"O peso da culpa"
No fundo do poço
Me encontro num relento
Onde almas vivem sozinhas
Em um longo periodo de tempo
Se o mundo transbordase
No desespero da ilusão
Sangrariamos os olhos
Em busca de compaixão
Vivendo uma vida angustiante
Lotada de opressão
Tornamos o horizonte
Um ponto sem informação
Onde o luto cobra a vida
Dando lições e sermão
Na busca por perfeição
Enaltecemos o ego
De almas feridas
Cobertas por furos de prego
Estes que pregam o vazio
Como uma martelada de dor
Numa moldura de um quadro
Velho e sem cor
"O Tempo"
Em uma janela temporária
Eu me vi a repensar
Sobre um mundo cruel
Que ainda não sei como lidar
Achar um caminho sem resposta
Nele é pura indignação
Dar no mesmo a meia volta
É um tempo, uma missão.
Sentir-se frágil e debilitado
Neste, é só apenas uma junção
Das dores de um peito,
Onde habita aflição.
Num calendário deplorável
Vemos meses de exploração
De uma vida angustiante
Chamada solidão
Dos dias singelos e nostálgicos
Busquei no mundo a gratidão
Nos altos e baixos
Mostrei força e superação
E para quem duvidou de mim
Entreguei minha dedicação
Em tudo que eu queria
Para decifrar meu coração.
"Minhas recordações"
Aos olhos de um poeta
Ao amor de Deus
Eu descubro o mundo
E o brilho que só ele me deu
Das extensões da vida
Ao amanhecer do céu
Só és tu ô menina
A flor desenhada em meu papel
De flores em jardins
Tu fostes a que prospera-se
E com seu brilho
Sua incapacidade mataste
Em meio de chuva e sol
Seguinte em frente
Onde achou o amor
Que sempre se teve presente
Da vida banhada de flores,
Herdastes mil cores
Do tempo perdido
Mostrou seu sorriso
E no fim se tudo,
Manter-se segura
Sem mais ninguém
Somente com ternura.
"Alma amarga"
Alimentar o pensamento
Nos trás equilíbrio e leveza,
Mas remeter o passado
Nos faz sentir fraqueza.
Almas gêmeas existem?
Ainda não temos certeza
Talvez sim, talvez não...
Só precisamos enxergar com clareza.
Jardim sem flores;
Doce sem docura;
Amor sem amores;
Vida de amargura;
Conexão sem Wi-Fi;
Carregador sem cabo;
Vendas para olhos
Que um dia já enxergaram...
Sonhos que não vividos;
Amores que foram esquecidos;
Finais felizes que talvez
Tenham ou não existido.
Nesse mundo gigante
A alma amarga
É vestida de sigilo,
Sendo um como um precipício
Numa vida sem estilo.
"Amar"
Amar é nadar e nadar
E não sair do lugar
É viver sem ar,
Com dor e sem lar.
Amar é viver-se longe
E ao mesmo tempo perto.
É como sarar feridas,
Em meio a muitos pregos.
É fazer um estrago por inteiro,
E ao mesmo tempo ter medo
De perder e de ganhar
Uma pessoa espetacular.
É uma paz desconhecida
Uma loucura sem medidas
Onde a complicação, só complica
Numa ligação não correspondida.
Amar é ir ao mar
Sem ter mar
É um sentimento sem sentido
Uma omissão do infinito.
Onde lembranças são só momentos
Dos quais já tenho esquecido
Servindo como escudo
Para o meu coração abatido.
"Sob as estrelas"
Caminhando em linha reta
Olho para um céu brilhante
Repleto de estrelas
E constelações gigantes.
Em cima do monte
Observo a paisagem
Casas, luzes e prédios
Pareciam miragens.
Anoiteci vendo o fim do dia
Sob a luz das estrelas
Dando bem vindo a lua
Que brilhava com clareza.
Ela era como um cristal,
Linda e radiante.
Pintada com um tom de branco,
Singelo e aconchegante.
Foi assim então
Que me senti inspirada.
Planejando pouco a pouco,
Uma nova caminhada.
Debaixo daqueles pontos de luz
Que os meus olhos iluminava
Buscando sarar a dor
Da vida sem cor
Que o mundo me passava.
"Vozes negras"
Em meio raízes secas
Luto contra a censura
Em busca da voz que cala
Minha sede de amargura
Vozes que comprometem
Minha cultura e direitos
Lembrando-me a cada dia
Da minha luta por respeito
Minha cor não precisar ser clara
Pra esclarecer minha história
A qual desde muito tempo
Luta por igualdade
Clamando por justiça
Nessa opressora sociedade
Esta que trás minha dignidade
Em imagens de mãos calejadas
Marcada pela injustiça
Da escravidão passada
Negros ou brancos
Pardos ou vermelhos
A com não importa
Quando o assunto é preconceito
Somos filhos da África
Com os olhos de pérola
Com um sorriso de sangue
Marcado pela exploração severa
Somos seres de raça
Em busca de esperança
Nessa vida de desigualdade
Sem amor, valor e mudança.
"Espaconave"
Como uma astronauta,
Viajo para o espaço
Em busca da saudade
Que me dói em cada passo.
Saudade que tenho de mim
E do meu sorriso raro
Que me tirava de qualquer dia ruim
Deixando toda tristeza de lado.
Aquela que deixaste aqui dentro
Formando um buraco
No fundo de meu peito
Rasgado em pedaços
Durante essa viagem ao mundo,
Pretendo me rencontrar.
Mas se demorar acontecer,
Sei que um dia chegarei lá
Relembrando de todo sofrimento
Que você me fez passar,
Tornando-o combustível
Para cada dia mais me amar.
Nem que seja em outro mundo,
Um dia você vai pagar...
Por todas as feridas
Que em meu coração fez sangrar.
Ofuscando minha luz
Calando minha voz
Na minha vez de brilhar.
Não tenho e nem quero
Nenhum pouco de sua atenção
Afinal não me vale nada
A não ser como uma velha ilusão
Do que fostes pra mim
Antes da decepção.
Lembrando-me dos dias de pavor
Que me impediste ser flor
Em meu jardim de esplendor
Regado com cor e amor.
Foi nessa velha espaconave
Quebrada e incolor
Que fiz minha essência
Questionar o meu valor
Tornando minha vida
Em um cenário de terror.
Estressando não só a mim,
Mas todos que me avisou
Que eras uma grande farsa
Fantasiada de "amor".