Coleção pessoal de RudiCaldeira
Mas os monstros da noite, a vagar
todos riram de mim e de Você
Eu por ser uma gota
e você, um inferno a apagar...
Teus dedos que me acariciaram
São agora agulhas envenenadas
Carrego comigo só nossas lembranças
Nas curvas solitárias dessa estrada.
Minha visão está embaçando
Pelo sangue que escorre em minhas mãos
A cada pulsação me distancio da vida
O vermelho vivo está morto pelo chão.
Por que nossos heróis não sofrem?
Por que não sermos nossos próprios heróis?
Dia a dia tudo se esvai....
Talvez eu tenha dificultado
Mas é tarde pra ‘talvez’
Fiz de tudo pra me destruir
até conseguir.
(Tudo se Esvai)
Sim eu sei que poderia ter tentado mais
mas você nem lembrava a garota que eu conheci
acostumou a cair...
Nem seus olhos erguia
enquanto a luz do sol se escondia
em seu coração.
Não vou dizer que me libertei
tentando te decifrar,
tentando te iluminar
muitas vezes em tua sombra chorei.
Acostumei a cair...
Nem meus olhos erguia
Enquanto a luz do sol se escondia
Em meu coração.
(Tentando te Decifrar)
Não vou dizer que me libertei
tentando te decifrar,
tentando te iluminar
muitas vezes em tua sombra chorei.
Acostumei a cair...
...E depois ainda pensava na existência,
mas podaram nossa liberdade
e castraram nossos sonhos.
Tola rebeldia (livre passagem a desordem)
que nos submete à longínqua cena de carências
adquirida em um túnel de mentiras.
Começamos a andar em círculos,
e então, nossos inúteis braços criaram asas,
e voamos, como pássaros,
em direção ao sol, até morrermos queimados.
(Rumo ao Sol)
(Gatos no Telhado)
As noites seguem sendo noite,
a vida pulsa no interior desta cidade
estou me prendendo a céu aberto, como gatos no telhado
Não sei se por medo da solidão ou insegurança de andar sozinho...
Tenho convulsões dentro de mim.
A alma grita: VIVE !!!!
O tédio tem sido meu companheiro, e eu já deitei sobre o comodismo
Conhecemos somente esta vida...
E, então, o que faço com esse gato preso no telhado, dentro de mim ?
Me de mais uma bebida, bem forte por favor, pra decidir se me iludo mais um pouco
ou se chuto o gato pra além das estrelas, perto do que se chama esperança
onde se possa ouvir o sussurro da liberdade, sem sofrimento, sem mágoas, sem dor...
Quando a chuva parar de confundir minhas lágrimas,
o que fazer com minha alma marcada ?
Quando minha alma recuperar o tom,
o que faço com a cicatriz deflagrada ?
Quando em sonho, teu corpo tocar em meu corpo
o que faço com minha alma acordada?
Quando a música tocar, aquele som me arranhar
o que faço então, com a noite arrasada?
Eu não queria ser só,
só queria ser parte, partícula de ti...
Gotículas tuas ainda nadam em mim
e não penso em te expelir agora...
Correto, concreto, decreto, não acato o coração;
Que grita, palpita, incita, por que quer você aqui.
(Partícula)