Coleção pessoal de RodrigoGael

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Os Gentis foram gentis e não compareceram ao funeral do seu escravo lutador. Deixaram que após a morte, ele levasse consigo toda a dignidade que haviam tentado tirar-lhe.

Rodrigo Gael


Que venha o sol envolto em luz.
Os caminhos de espinhos, que sejam vencidos apesar dos atropelos.
Que a ânsia se transforme em brisa para que a alma viaje em paz.
E que o olhar atento às necessidades dos meus companheiros de jornada seja cuidadoso para não cair em julgamento ligeiro.
Que o medo do amanhecer se transforme apenas em uma nova forma de ver a vida acontecer.
Os abraços que se perderam sejam restituídos à vida.
E que, por fim, o ser assuma: é amando que se leva a vida; o resto é sempre consequência.

Rodrigo Gael


Os dias passam, pesam e ferem. A saudade é o teu rosto estampado dentro do meu peito, que se recusa a deixar-te. Tua lembrança continua em mim, intocável no mundo que construímos para nós dois. Então, um dia, quem sabe, conversaremos!

Rodrigo Gael

⁠Entreguei-me a todos de forma tão intensa e verdadeira que nem percebi que havia rasgos na rede de apoio.

Rodrigo Gael

Todos os domingos, pela manhã, lá estava ele, sentado na igreja, rezando com os outros fiéis e aprendendo os mandamentos de Deus. Todas as segundas-feiras, chegava ele ao trabalho, como se tivesse passado o final de semana com o demônio. Logo pela manhã, infernizava a todos e desestabilizava a harmonia entre os colegas.




A porta do café a abrigava. A pequena bíblia, em silêncio eloquente, suplicava por alimento para o corpo que a acolhia. Pois, em nosso mundo, a fome havia se sobreposto à fé.


Rodrigo Gael

⁠E lá estava ele sentado a mendigar, sempre com sua bíblia na mão.Enquanto do alto caía forte chuva, enviada, não sei se, para lavar a bíblia ou a alma, ou talvez para ambos, numa tentativa desesperada de purificar um mundo tão bizarro.

Rodrigo Gael

⁠Os fortes também tremem



Naquele dia quando saía, de repente quase sou abalroado por um transeunte

Espantado, parei e pasmei!

Diante o belo exposto a minha frente, senti-me diminuto

Tremi!

Numa sucessão de palavras desencontradas tentava que não percebesses o meu desnorte

Tu, desportista, belo e sedutor para brincar

O sorriso nunca negado embebecia meus olhos

Não te imaginei ser de lá

Também não conseguia imaginar, apenas admirar tanto fulgor

Foi quando - ao lá ir - para minha surpresa, me recebes com o teu sorriso

Aquele sorriso de quem parece querer dizer mais, e não dizemos

Nossa intimidade se torna maior e, melhor consegues olhar-me nos olhos

Não tenho dúvidas que sabes o que sinto

Ou será mais uma tolice do meu ingénuo coração?

Sinto-me abraçado e deixo que assim seja

Num olhar que abraça, nos buscamos

Reluto, digo ser utopia!

Não posso voltar ver-te

Vivo de certezas: como no amor tudo é incerto...

E se não der certo? E se der? E se...

Ok! Estou na fase em que se descobre que os fortes também tremem

⁠Há questões no contexto social que me levam a não compreender certa fé no religioso, divino, santo, sagrado ou seja lá o que for! Se por um lado, entendo que, por vezes, uma pessoa precisa de fé para se aguentar no abismo social em que é jogada, não consigo entender o miserável que continua agarrado a livros sagrados que defendem que é por aquilo que Deus ou deus quer que ele passe. Chega-me a fúria quando vejo outros defensores de Jesus, Deus ou seja quem for, abrigados do vento forte que se faz sentir, do frio, e com vários livros, todos os quais levam à salvação, alegam os vendedores. No entanto, diante do sem-abrigo, que ali estava mesmo à frente deles, foram incapazes de comprar um mísero pão para aquele que chamam de 'irmão em Cristo', deixando-o ali, mesmo à frente dos olhos, aquele filho da miséria.

Será que o tal Deus lhes punirá por ver a miséria à frente e nada fazerem, ou será que a miséria deles é ainda maior que a do sem-abrigo? Aposto na segunda hipótese! Como é possível que os 'irmãos em Cristo' não matem a fome de quem, talvez, o Deus que servem tenha colocado ali para que vissem e se mostrassem generosos? Começo a perceber que, também a generosidade, para algumas pessoas, também tem preço. Todavia, também ele, o sem-abrigo, continua lá, agarrado à bíblia. Talvez seja, para ele, o único consolo para o momento deveras penoso para qualquer ser vivo. Já para os que se apregoam 'filhos de Jeová', deu mais jeito sacudir a poeira dos pés e continuar a conversa amistosa, com sorrisos e tudo, que estava a ter com a suposta 'irmã em Cristo'.

Enojado, não pude deixar de entrar no café, comprar o pão com fortalecimento de leite e café e servir irmãmente ao sem-abrigo, sem questionar a bíblia, embora a vontade fosse enorme. Mas há que respeitar a fé, não consigo é respeitar aquele que vende a palavra do tal Deus e não tem olhos de ver o sofrimento de alguém que está ali exposto na montra da vida, e mesmo à frente. A pedir ao Universo alguma coisa, pediria que o sem-abrigo perdoasse o miserável que, mesmo a vê-lo com fome, ainda assim preferiu ficar agarrado aos livros santos e à palavra divina, que, muito provavelmente só o Iluminado possui. É este o mundo que criamos, ainda vamos a tempo de mudar?"

Sinto que os valores morais da sociedade contemporânea estão em declínio. O excesso de valorização do capital financeiro influencia a ética de algumas pessoas, que, ao serem confrontadas com a possibilidade de ganhos financeiros, tendem a priorizar o lucro e a se afastar de seus princípios.
Rodrigo Gael

⁠A luta por um cargo não deveria ser imoral. Como é possível uma sociedade saudável se deparar com a necessidade de escolher entre uma mulher de reputação ilibada e um candidato criminoso, já condenado pela Justiça e com inúmeros processos em andamento? Grande parte do eleitorado de alguns países, assim como seus políticos, deveria demonstrar mais discernimento e menos hipocrisia.

Fica evidente que para muitas pessoas, o valor material sobrepõe-se aos princípios morais. É como se a reputação e o bom nome nada valessem, sendo o dinheiro o único fator relevante. Essa realidade nada mais revela do que a decadência dos valores morais em nossas sociedades.

Aprenda com os erros dos outros. Você não consegue viver tempo suficiente para cometer todos por si mesmo.


A mesma pessoa que te beijou no passado, amanhã, poderá te esbofetear com as mãos pesadas da traição.
Rodrigo Gael


Há quem se alimente de pedaços de sonhos — alguns, até utópicos! Qual o mal nisso?
A utopia também pode ser importante para manter viva a esperança de recuperação do indivíduo em tribulação.


Rodrigo Gael


Fui comprar um anzol para pescar uma minhoca. O peixe, chateado com a concorrência, avançou rápido e comeu minha isca. Surpreso, acabei engolindo o anzol! Que pescaria super fixe! Algum pescador quer me acompanhar?
Rodrigo Gael

Existem olhares que são verdadeiros abismos!
Rodrigo Gael⁠

⁠O mundo está tão abandalhado, que às vezes me sinto como um velho desalinhado no meio do salão.
Rodrigo Gael

⁠Existem seres tão atolados no vício do dinheiro que nem se dão conta de que já andam a viver na miséria faz tempo.

Rodrigo Gael

⁠Diz Tupi: Ontem, enquanto choravas, resolvi velejar
Responde Tupã: - Fizestes bem! Tantas eram as águas que até um lago navegável surgiu.

(Rodrigo Gael)

⁠Diz, Tupã: És demasiado forte para atropelar uma formiga. Responde Tupi: Mas não vou atropelar, apenas vamos confabular.

(Rodrigo Gael)