Coleção pessoal de RodrigoDecimo
E o Vazio aperta, pergunto-me porque este vazio me corrói tanto... Como se fosse preenchido por Ácido Sulfúrico me consumindo de dentro pra fora.
A vida passa diante dos meus olhos e eu não consigo toca-la porque o véu da ilusão me deixe sem direção, vagando... Procurando um sentido.
Iludido pelo que nunca ouvi, nem mesmo senti, como pode eu lamentar tanto assim?!
Enxergar além do limite e perceber que foi um erro, mas quem sabe... Um erro necessário.
Descobrir que o mais difícil é vagar-se no teu próprio Eu, labirinto que emana Luz Luciférica e libertadora real do verdadeiro sentido, a Evolução!
Para ousar, precisamos saber. Para querer, precisamos ousar.
Precisamos querer para possuir império. Para reinar, precisamos manter silêncio.
- Desvendas-me ou devoro-te?
E não se desvendou. Foi devorado. Incapaz de se desconstruir, incapaz de peregrinar no seu interior, de desvendar as suas quimeras, foi devorado pela esfinge. Agora, jaz aos seus pés, sem nunca conseguir misturar a infância, o tempo, sem nunca ter sido sobressaltado consigo mesmo, pelos seus tédios, sem nunca se ter devorado a ele próprio.
Morreu numa contemplação permanente das vidas alheias, na monotonia de si mesmo, na constância das horas sem insistências metafísicas, morreu sem nunca se ver ao espelho em esgares de libertação. Viveu numa felicidade indefinida, uma felicidade de abstenção, viveu na vã glória de se deixar arrastar pelo destino.
Vivemos presos no passado, corrompendo nossas expectativas
e morrendo cada dia.
Esperando que algo der certo, que tudo mude,
Que não percamos a intensidade de viver e de sorrir.
Rindo às vezes, recordando os bons momentos de sorrisos e conversas agradáveis...
Imaginando o futuro com brilhos estelares nos olhos, e alegria infindável,
Passando as noites com os amigos bebendo e discutindo politica e religião
ou até mesmo coisas do coração.
Ah como tudo seria se o destino não fosse tão traiçoeiro?
A cada dia que passa a solidão te deixa cada vez mais louco, e ainda mais irreconhecível até pra si mesmo,
quando a insegurança aperta e você não sabe nem o que fazer, se culpando achando que provocou todas as frustrações vivídas.
E aquele vinho barato?! Hum, lhe faz ter prazer e até mesmo um conforto, um sopro de alegria ou tristeza nos momentos de embriaguez.
A dúvida é sinal de sanidade, mas ter dúvidas é tão desconfortável... A curiosidade é amiga da dúvida e inimiga da certeza, tudo relativamente fora da compreensão humana.
Então você vaga, buscando algo com essência estranha que preencha o seu Eu, lhe dando esperança e fé em si mesmo.
Anotei dentro de mim, pra não cometer os mesmos erros e desenganos. Essa placa não tem números, apenas letras, que formam um nome...lindo nome por sinal. Percebo então que não há culpados e que nessa tentativa ávida de amar certo, acabei amando errado...