Coleção pessoal de RobertaCosta9
Me esquece na mesa de um bar, acompanhada de qualquer bebida e permita o meu afogar nas lamúrias da vida. Porque de melhor que faço é reclamar, o resto é me fazer de esquecida. Porque o mistério que transborda de mim, é energético para meus dias.
Quando escrevo, me aproximo de mim muito mais do que gostaria ou de que minha mente sã possa suportar.
Por isso me faço de louca e nuns versos soltos eu desabafo afetos que nem cheguei a vivenciar, só pra continuar alimentando histórias de um sonho antigo, particular.
Eu vagueio atrás da escuridão para me sentir completa em um vazio que jamais existiu para ser preenchido.
Eu poderia olhar nos seus olhos, ainda hoje, mesmo tão exausta dessas nossas ausências, e revelar que pertenço tanto a você como me pertenço nas manhãs silenciosas de domingo.
E é tudo tão luz
tão leve, tão breve.
E antes que se esquece
que eu me esqueça de sentir
e permitir que faça
assim meio sem graça,
parte de mim.
Você é aquele verso incompleto.
Você é aquela poesia infinita.
Você é meio reflexo de tudo.
Você é meio.
Meio a meio.
E se eu te escrever num verso
assim meio o inverso de você?
Saberia ao certo, se te desejo de perto
ou se apenas sonho em te ver?
Se te pertence amar,
a mim, pertence outros planos.
Quero essa tal liberdade
desse amor tirano, superficial engano.
Enquanto no verso
me inverso pra longe
de seus planos
evitando um retrocesso
na conquista dos meus planos.
E essa claridade que cega a gente é a oportunidade passando na nossa frente.
É a chance de pensarmos diferente.
Se vamos querer desistir de nós ou viver esse romance intensamente.
E onde cabe esse vazio em ti?
E onde se encaixa esse vazio em mim?
A gente se completa ou se causa danos?
Ela só queria procurar o que escrever e para quem escrever. Gostava de cartas e do cheiro do papel a se misturar com o cheiro da tinta de uma caneta qualquer, talvez de cor preta. Não tinha ausência de motivos, mas de motivação. Enquanto sentada na cadeira de sua escrivaninha e sim, ela tinha uma bem encaixada no canto de seu quarto, ela pensava em coisas perturbadoras, como a possível morte de seu gato ou de algum menino que ela gostara. Nada de tão significativo e importante agora, lhe passava pela cabeça e lhe inspirava. Mas mantendo a caneta em mão, de forma alguma, nem por um chamado de sua mãe, queria deixá-la cair sobre o papel sem que nada nele estivesse escrito. Percebendo, tardiamente, todo o seu desespero e vontade, ela escreve seu nome e em cima do mesmo, começa a distribuir rabiscos, tentando encontrar para os mesmos, um espaço em branco onde pudessem manchar com toda sua rebeldia expremida na mão de uma garota que tinha histórias para contar, mas que preferiu usar o papel e a caneta, para destilar sua raiva.
Nem se os sentimentos fossem comprados e garantidos pelo dinheiro, eu teria dinheiro pra comprar. Fiquei sabendo que o amor custa caro.
Facas ferem e pessoas também. A diferença é que uma você tem certeza que se te atingir, vai te machucar. A outra, não. É um risco.
Você diz algo que abre janelas de interpretações e as pessoas escolhem a pior pra poder distribuir rajadas de críticas e ignorâncias.
Berenice ice,
quem foi que disse?
O que visse,
Quem risse, ice
Berenice?
Ah que doidice
Nessa ceguice
Berenice