A luz do dia perfura rochas. Chovem brisas na primavera.
Vaga tristeza no lume. Vaga, vaga-lume. Só.
Eu coleciono esquecimento. Meu abraço é em branco e preto.
Minha dor é cheia de estrelas no que há de mais humano em mim.
O teu amor é como a semente vivendo no escuro da flor e do aroma oculto.
Vamos vivendo nossas delicadezas, nossas vãs insanidades, que a vida é um poema e disso não nos podemos esquecer.
Tive uma escolha entre os dedos. Acordo e o que vejo é o teu sorriso de outrora.
Ao despencar-se a alegria, a terna saudade eterna.
Entre nós uma lágrima suspensa: equívoco tardio de uma silenciosa dor.
Tudo fala. Nada dizemos. O azul desenha memórias definitivas em nós.
Fala-me um pouco da vida, da aventura. Fala-me um pouco de ti, mais nada.
Olham-me com o silêncio de um mar sem ondas teus olhos de outrora.
A cada leitura desvelo um mistério, um entrelinhas. E outro... E mais outro...
Ler é sempre uma descoberta que não tem fim.
Apenas uma pessoa de fé pode render-se.
Eu sempre acreditei que houvesse poesia em teus dedos.
Equilibrar-se é ainda quase cair.
Sejamos asas, na arte do viver.
Viver é assim como a voz: a gente devia cantar com a alma.
As pétalas desejam o som do vento, apesar dos espinhos.
Todas as histórias do mundo, em todas as vidas que passam, já estão prontas. Apenas esperam por nascer.
No infinito ficou ancorado o absurdo!