Coleção pessoal de ReSampaio
O brilho da noite
as cores —
das luzes,
das flores,
do céu,
a cor da noite,
proporciona
a quem interessa
um vislumbre
da dança diária
do jogo da vida
que renova,
livre
de tudo ao redor,
livre de quaisquer
sentimentos alheios,
mostra força,
mostra beleza,
mostra a que veio —
vive.
O som,
o cheiro,
como o que toca,
faz sentir —
uma noite
aquecida
pela chuva
deveria ser
momento
de contemplação
para todos os olhos —
alimento para Alma.
Luzes;
sombras;
obra material;
obra natural;
o contraste que
resume —
a vida e a busca
por manter-se…
Pela existência,
por ser visto — notado.
Perceber então,
por mais simples
que se faça o ato,
um desafio —
intricado.
Permitir o espírito
vibrar
na sintonia
das cores do crepúsculo—
e envolver-se
na sinfonia
da poesia,
do poente
no horizonte.
Vislumbrar o infinito
perceber que há —
mais a apreciar,
sentir,
inspirar e
viver
do que simplesmente
sobreviver
diariamente.
Feliz daquele
que entende
o momento —
e se põe a senti-lo.
A única certeza,
é a passagem,
torná-la incrivelmente
incrível, requer
profunda sensibilidade.
Compreender a grandeza
da sutilidade da vida,
não perder tempo
com banalidades
que ela mesma nos
proporciona —
cotidianamente.
Aquece,
ilumina,
colore,
alegra,
renova,
se guarda,
se reenergiza,
renasce!
Todos os dias,
o Sol pleno,
refaz seu ciclo
com o cuidado —
de trazer consigo
a beleza
de ser quem é:
Livre,
soberano,
desapegado,
constante,
sereno,
resiliente.
Não se abala —
pelo som dos trovões,
pelas luzes dos raios,
pelo cinza das nuvens,
pelo frio da chuva.
Ser Sol,
penso ser —
a forma mais autêntica,
de, simplesmente ser.
Alimentar a
construção —
do caminho,
da jornada,
do sonho.
Que, ao longo
do caminho,
cada encontro
proporcione
meios de alcançar
o que se deseja.
Que cada trecho
seja composto
de lembranças afáveis,
risadas entusiasmadas
e desejos tangíveis.
Que cada passo
deixe registros —
e seja influência
para quem
o caminho do bem
deseja construir.
A natureza
e o artificial —
ocupando
cada um
o seu espaço e,
se observamos
a partir da nossa
melhor ótica,
conseguimos
até encontrar beleza
no que pode
ser o início,
ou meio —
ou o que se aproxima
para o total caos.
Cabe,
a cada um encontrar
a melhor forma
de sobrevivera tudo —
e harmonizar.
O desconhecido
mostra-se atraente —
ou inspira temor?
Olhar através
do breu,
traz consolo
ou traz desespero?
No fundo d’Alma,
importa não
permitir o breu,
ao que restou,
resta apreciar.
Revela-se encanto
até mesmo em momentos
onde não se pode
a luz vislumbrar.
Onde estaria
maior motivação
para manter-se
emanando —
beleza,
vivacidade,
imponência
diante olhares que —
facilmente
desdenhariam como
momento de solidão,
quiçá abandono?
Fincar raizes,
manter-se sóbrio
em convicções
de que o externo,
o que cerca,
pouco importa —
diante sua essência.
Fitar o horizonte
aquiescer o infinito
de forma que —
toda sua plenitude
e serenidade
permeiem o íntimo
evocando a luz,
a iluminar pensamentos,
guiar passos e
elevar o espírito ao
mais profundo momento
de contemplação.
Quando foi a última vez permitiu-se parar, respirar, olhar e ver o que acontece todo dia de maneira tão única e bela?
Sempre há luz —
seja ao amanhecer,
ou ao perpassar
o entardecer, o anoitecer…
…sempre haverá.
Atravessar as manhãs —
as tardes,
até alcançar o anoitecer
e pôr-se a admirar —
há de ser o melhor existe,
nesta vida
que se precisa atravessar.
De onde se olha,
o que se escolhe ver?
Escolhas são
sem sombra de dúvida,
o que proporciona viver
plenamente,
ou lamentando o que se vive.
Um quadro —
resiste ao tempo
através de ruínas,
mostra-se resistente.
Traz beleza às sobras,
ou permite perceber
que sempre existiu beleza,
apenas não se permitiu sentir.
Agonizaa obra material
à espera de um olhar
que a salvedesse momento
de caos?
Ou esse momento
de caos
inspira gritos agonizantes?
Restaa quem recebe
a mensagem,
a esperança
de que tenha sido
o clamor
que desatou nós
e conduziu à liberdade.