Coleção pessoal de RenataCapitu

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Todos nós queremos uma nova história. Um recomeço, uma nova chance. Não quero ser generalista, quem sabe já até sendo, mas quem nunca deitou e pensou como seria bom se pudéssemos voltar no tempo? O que faríamos diferente? Quantas pessoas não deixaríamos partir por simples orgulho e outras colocaríamos para fora imediatamente? Só que adiamos e isso não tornou nossa vida melhor. Quantas vezes negamos a nós mesmos a felicidade, nos ferimos, Nos privamos. O momento mais sensível para mim é quando vou deitar. Penso em tudo todos os dia, porém, pouco importa pensar em tudo e nada mudar. Pensar faz refletir algumas vezes, levar em consideração, mas atitude...É uma outra história. Que possamos nos deitar e pensar sim em tudo, em alguns ou algumas pessoas, mas que acima de todos esses pensamentos, possamos ter o desejo e a atitude de mudarmos o que for necessário. Nem sempre a mudança precisa ser radical. Um sorriso com mais frequência, um abraço inesperado na pessoa tão querida por nós, um olhar diferente e muito mais valorizado para nós mesmos. Merecemos isso. Merecemos pensar em tudo, inclusive em nós. Na correria do cotidiano, pensamos em como agradar, nas tarefas a serem cumpridas, em todo "sim" que devemos dizer simplesmente para não causar problema. Acabamos por nos anularmos algumas vezes. Tem momentos que acho que nos falta rebeldia. Dizer NÃO quando realmente essa tem de ser a palavra, aceitar elogios sem achar que não merecemos, permitir ser quem de fato somos. Não sei vocês, mas eu ao deitar reparei que penso em tudo, menos no que é importante e vital para mim. Deixei a rotina ditar o ritmo. Todavia, a vida nos pertence e somente nós podemos conduzi-la para a estrada que nos fará felizes. Não merecemos menos que isso. Um dia inteiro de cobranças, filhos, maridos, relacionamentos inacabados, situações mal resolvidas...Até quando teremos medo de sermos nós mesmos? Pagaremos um alto preço? Certamente, mas provavelmente não será menor do que dormirmos preocupados e fadados a cumprir regras. A saber que de segunda a sexta nossos dias serão cópias um dos outros. Não! Nós podemos fazer diferente. Quem sabe não de repente, mas aos poucos. Que ao deitarmos ou acordarmos possamos nos olhar no espelho e reconhecermos nesse reflexo de nós mesmos alguém que SIM, merece ser feliz e se isso vai incomodar alguém, por que se preocupar? No fundo, no fundo, quantas pessoas de fato se preocupam com o que vai ou não nos incomodar?
Que tal usarmos todas as palavras que rodeiam a mente de nós pensadores da madrugada para refletirmos o quanto temos sido felizes ou infelizes. Tem gente que se acostuma com a infelicidade e tudo para ela é indiferente. Tem uma frase que eu amo "A vida é muito curta para ser insignificante". Que tal pensarmos nisso em em meio aos mais diversos pensamentos que flutuam em nossa mente? Ousar ser feliz pode doer, mas aposto que cura!

Falta coragem pra dizer. Dá medo, vergonha. Dá frio na barriga dizer que sem você a vida seria tão sem graça!

É, quem sabe ela é um pouco de tudo por aí que dizem. Quem sabe existe mimo, egoísmo, futilidade, imediatismo em seu comportamento. Quem sabe exista nela uma pessoa inflexível? Quem poderá dizer que os outros, estes que falam, estão errados? Dentro desse turbilhão de defeitos que a atribuem, existe algo muito bom. Existe generosidade e pode até não parecer, porque afinal, as pessoas exigem demais, mas há nela algo de tão solitário que é sempre capaz de ouvir, conversar e deixar o coração falar de novo. Essas "bobagens" cometidas a torna vítima e carrasca de si mesma. No final das contas as referências se perdem diante de tanta informação. Dela só sei que vive num mundo de perfeitos e humanos o suficiente para justificarem seus erros, mesquinharias, gestos estúpidos baseados numa única ou duas palavras: Ou te magoei sem querer por te amar demais ou também sou de carne e osso.
Dela ainda sei que acumula muito mais do que demonstra. Dela o que sei, é que talvez não dure tanto assim. Coração também cansa. Corpo também fica exausto e a fala quando decide emudecer, ninguém sabe o que será.

Pensam que nós olhamos para o nada, porém vemos muito nesse suposto vazio. Sentimos intensamente nessa quietude que só pertence a nós. A contemplação das coisas e das pessoas, e a observação minuciosa de todas elas é o nosso escape.

Tem hora que a força diminui de tal maneira que dá vontade de deixar a maré levar, o barco afundar. Mas passa. Tomamos o controle e nada vai nos desviar do caminho que queremos chegar. Nada. Nem ninguém.

Os que sonham sabem que há um livro a ser aberto, com histórias maravilhosas sobre cada um de nós. Nós que sonhamos sabemos o quanto é penoso ir de encontro ao livro. A estrada é cheia de pedras enormes, caminhos falsos, labirintos gigantescos. Faz frio, dá fome, dá vontade de desistir, de chorar. Mas não podemos! Temos um sonho na bagagem que fica dentro de nós, escondido num brilho de um olhar, num sorriso tímido, mas que toda noite é revelado e venerado antes de dormirmos. É isso que nos alimenta e é nessa firmeza que encontraremos o livro com as melhores histórias que ainda vamos viver.

Cada dia que passa percebo que sei menos da vida, das pessoas e das coisas. Dia após dia desconheço um pouco de tudo. Percebo-me num mundo cheio de teorias, receitas de felicidade, comportamentos ideais. Tudo parece-me aos olhos dos outros tão justificável. Ofender, magoar, ferir tem prazo de validade para passar. Nesse mundo onde tudo é para ontem, não temos nem mais tempo de curarmos a nossa própria dor no tempo que for. O mundo e quando falo o "mundo" falo na verdade das pessoas. Nos exigem tanto. Quanto cansaço de tudo isso! Queria muitas vezes o isolamento, porque quase toda gente que eu converso sabe de tudo e eu ali, pura ouvinte sem concordar com nada. Atrevo-me a dizer meu ponto de vista? Nem sempre. Quando o faço, de nada adianta, pois as pessoas estão cada vez melhores em seus argumentos egoístas, daí desisto. Quando não o faço, penso em como as pessoas são tão cheias de si. Questiono-me frequentemente: Será que é assim mesmo? Será que todos ou a maioria estão certos? Será que sou errada em tudo? Será que nada tenho de bom ou tudo faço de errado? Apesar de todos os meus defeitos que não procuro justificar, pois odeio justificativas, prefiro assumir o que for, não consigo ouvir outra palavra dentro de mim a não ser: "Continue no que você acredita, ninguém além de você precisa acreditar ou acompanhá-la". Somente isso para me dar forças. Somente essa intuição para me fazer prosseguir num mundo de perfeitas vítimas que querem tudo e não nos dão nada. Não deveria, mas ainda indigno-me com a capacidade do ser humano em ser tão conveniente a si mesmo.

Então ficou decidido que ela nunca mais o deixaria brincar com seu coração, com seus planos. Ela decretou que ele não a merecia. Tem hora que não tem jeito, a vida simplesmente esfrega na sua cara aquilo que você não quer de jeito nenhum ver.

Eu não acreditava que um dia a gente acabava cansando pra valer, lá no fundo, bem de verdade. Até esse dia chegar e chegou.

Tem dias que a saudade bate lá dentro e dói...

Ando tão desacreditada nas pessoas. Toma conta mim um sentimento tão profundo de descrença. Ando ficando cada vez mais na minha. Cada vez mais arredia aos outros. Queria beber o tal chá de sumiço, sem ter data marcada para voltar.

Não é a primeira vez que isso me ocorre, mas já aconteceu de você não aguentar mais ser você? Eu sim. Ser eu me pesa porque eu penso o tempo todo. Não sei parar de pensar e se penso em parar de pensar, penso ainda mais na motivação que me fez querer isso. Todo meu ser se resume em pensar e sentir. Sinto exaustivamente, penso desenfreadamente. Isso cansa. Hoje eu não queria ser eu. Queria ser livre de mim. Queria não querer escrever nada, mas não consigo! Não escrevo coisa alguma sem que sinta e sentir me consome, logo quando escrevo, embora sinta-me brevemente aliviada, consumo a mim mesma. Sou uma confusão. Ninguém pode entender. Eu não compreendo. Eu só queria um cantinho um pouco escuro e sem barulho algum. Nele queria ficar sentadinha, sem pensar, sem sentir, sem ser. Tem horas que dá vontade de desistir de ser eu, mas como fazer isso? Nasci assim: confusa, desconexa, boba, boa e triste. Mas não de uma tristeza avassaladora, já não estou mais tão resistente assim. Queria dar um tempo de mim, mas carrego-me o tempo todo. Hoje eu queria não ser eu. Queria ser qualquer coisa, um copo, uma gaveta...Qualquer coisa que não sente, que não pensa. Qualquer coisa que não me fizesse perceber que não tenho como fugir de ser eu mesma.

Que pousem em meu corpo as borboletas da alegria e levem embora o cansaço daquilo que nem sei ou que prefiro me calar.

Quanto mais eu leio e escrevo, mais me reconheço e estranho-me. Queria descobrir quem sou eu, como esses poetas que nem me conheceram sabe tão bem de mim? Como falam da minha vida e dos meus medos em seus livros? Como podem? Poetas para mim são mágicos e não me importa o que os outros achem, prefiro os poetas do que fadas.

Aquele momento em que você não quer falar com ninguém porque sabe que os outros não vão entender você e nem respeitar a sua vontade de ficar só. Só você e seus Eu's.

Escrever a própria história não é fácil. Imaginar é. Como ainda não podem nos impedir de imaginar, quero imaginar-me num lindo lugar, bem calmo e solitário, lendo a minha própria história e no final seu eu chorar que seja de alegria. Imaginar, assim como sonhar é de graça, mas acredito que dá pra enfeitar mais.

Então a vida e eu estamos assim...Não esperamos mais grandes coisas uma da outra. Entramos numa fase sem expectativas, apenas deixando rolar. Sem cobranças, sem crises. Seguindo o ditado "o que não tem remédio, remediado está". E assim vamos nós, vez ou outra de mãos dadas, outras um pouco distantes, desconfiadas e em alguns momentos, longos momentos caladas. A vida não me diz nada e eu nada falo. Acho que estamos em um grave silêncio, numa profunda observação. Quase um estudo, uma pesquisa para descobrir quem somos. O ruim é que tenho a sensação de que nunca iremos obter resposta alguma.

Eu não sei quem sou. Olho-me no espelho e não me reconheço.
Mudo diariamente. Uma convivência comigo é impossível eu acho. Cada dia sou uma, mas o coração é o mesmo. O humor muda, a feição também. Vivo melhor na chuva, o sol ofusca as minhas observações sobre o mundo e as pessoas. Eu sou gente nublada. Céu pesado, escuro, pronto para derramar tempestades. Eu sou aquilo que não sei, que cansei de procurar. Sou aquilo que deixei de ser por desistência, covardia ou cansaço de tanto tentar. Não tento mais. Deixo-me ser a cada dia, seja lá como serei...Não sou dona de mim. Meu dono é o tempo, os livros que leio, as músicas que escuto. Pois estes me modificam sem que eu queira, mas me fazem bem. Criei uma barreira diante de mim. Só olho o mundo desconfiada quando anoitece e ninguém me vê. Que ninguém ouse vir para cá. Que ninguém ouse transpor minha barreira. O coração diz que nasci para ser só. Só eu e eu.

Lembro-me de todo meu passado. Das pessoas que permiti, abri as portas para que entrassem e fizessem estragos. Outras vieram de mansinho e da mesma maneira saíram. Foram tantas experiências, tantas risadas e tanta lágrima derramada. Lembro de quando fui feliz e me questiono: Será que fui mesmo? Mudaram-me aos poucos. Me desfiguraram os sonhos, os planos, as vontades, a crença no amor. Tornei-me alguém tão diferente de quem eu era. Olho para minhas fotos e é como se estivesse vendo outra pessoa. O sorriso mudou, de repente nem é mais tão sincero quanto antes. O olhar é inquieto e por vezes contemplativo. Contemplativo ao nada. Vejo tanta significação no "Nada", vejo tanta coisa dentro dele que acho que deveria ter outro nome, pois "Nada" me soa injusto demais. Eu guardo muitas coisas no Nada, o Nada sabe muito de mim. Todas as vezes que a dor aperta e alguém pergunta gentilmente o que foi é no Nada que escondo minha dor ao responder: Não foi nada.
Quando alguém me entristece tanto que dói a alma eu digo que não foi nada, que vai passar. O Nada para mim é minha gaveta de relíquias...Nem todas da melhor qualidade, mas todas legítimas. O Nada e eu temos um laço, um segredo. Ele suporta todas as minhas desculpas. Guarda cada uma. O Nada sempre leva a culpa ou a guarda. O Nada tem muito valor para mim.

Essa madeira é a minha vida. Vivo tentando equilibrar-me, nem sempre consigo. Mas tento. Gosto de viver solta, pagando pra ver. Claro que os prejuízos por ser assim são altos, mas e daí? A vida é curta e arriscar é o que me restou. Tudo de certo e concreto que eu tinha me tiraram, então...Arrisco-me. Quebro a cara pra valer. Coração moído, mas acostumado. Depois de tanto sofrer, não é qualquer vento que vai me derrubar. A dureza da vida também nos proporciona bem ou mau a rigidez de resistir.