Coleção pessoal de renaspoesia

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Olhos mercantilistas
no tramitar
das bolsas de vaidades.

Se ancoram ferozmente
nas costas
de um triste corcunda.

Curvado aos pés
do majestoso
Níquel.

Descobri o esconderijo da alegria
No dia em que segui o sol.

A procura de lugare
pra assentar minhas cores,
eu corro entre flores
E não sei como parar.

Don Quixote
Que sabe ser imperfeito
É o cacto em flor.

Minha alma
É do contemplar
Sou árvore
Que vê a vida
No quaradouro
A clamar poesia.

Do meu observatório
de estrelas...
Olhos cheios de querer.

Paradigmas,
para-choques, para-brisas, para-raios.
E com tanto amparo, não lamento:
eu gosto mesmo é de cata-vento.

Um Dó maior
pra não cair nas penas
de tons menores.

Caído num porre
De xeque-mate,
Dobrou o desejo
Em origami.

Descalço,
em meu encalço,
tem alguém que quer viver.

Dos sonhos de marte
trago estrela, lua e estandarte.
Meu mundo nunca vai desabar.

Se encheu de flores
Pra entrar no labirinto do drama.
Decifrou a trama:
Nenhuma flor vira ferro-velho.

De simples janelas
Vejo requintadas paisagens
Sou cinegrafista de caminhos
A captura de poesia.

Hoje nasci,
pus minha melhor roupa,
enchi o bolso de sonhos
e sem horas vãs
colhi poesia.

A alegria caiu de marte,
e eu, tal qual um mártir
Cá estou a aparar.

Eu carrego emoções
Em caixas sem chaves
Que voam repletas de sonhos
Já cansados de dormir.