Coleção pessoal de reinaldo_muller

Encontrados 10 pensamentos na coleção de reinaldo_muller

⁠Eu te amo...
Antes e depois de todos os acontecimentos...
Na profunda imensidade do vazio, e a cada lágrima dos meus pensamentos, eu te amo...
Em todos os ventos que cantam, Em todas as sombras que choram...
Na extensão infinita dos tempos...
Até a região onde os silêncios moram
Eu te amo em todas as transformações da vida. Em todos os caminhos do medo... Na angústia da vontade perdida e na dor que se veste em segredo... Eu te amo!

⁠O objetivo de uma análise...

O que se espera de uma análise é que ela conduza o sujeito a uma ressubjetivação de sua inserção no mundo, de modo que possa viver em ressonância com seu desejo. Isso representa que o sujeito aceita ser o que é e não o que acha que deveria ser...
Tal acomodação consigo mesmo significa acomodação à condição humana, limite de cada um de nós. Certamente, essa experiência leva ao desaparecimento dos sintomas de que o sujeito se queixava ao chegar à análise. Ou seja, a psicopatologia (psicanalítica) é o resultado dos produtos do fracasso da repressão psíquica.
O sintoma é um sinal e um substituto de uma satisfação pulsional que não se realizou... O sintoma é o resultado de uma REPRESSÃO...
O conflito mental na perspectiva psicanalítica é a expressão figurada (uma metáfora) do reprimido --- censurado --- bloqueado em sua expressão... Original!
A terapia analítica é completamente nova, representa uma ruptura com o conceito médico de cura... Vale dizer que essa "cura" não é o objetivo da análise, é até secundária ao processo. O enorme benefício que a análise traz é a recuperação da liberdade de ser humanamente limitado. É a reinvenção da vida dentro dos limites do possível...
Para a psicanálise, a doença não se define pela presença dos sintomas, mas pelo sofrimento, denunciado pelos sintomas... De um sujeito que vive em dissonância com sua verdade. E ninguém está mais sujeito a esse sofrimento do que o homem moderno, obrigado a ser feliz.
A liberdade que subjaz ao projeto de modernidade acabou por degradar-se à hipermodernidade, numa prisão em que todos somos obrigados a responder ao imperativo de alcançar o inatingível: ser feliz a qualquer preço!
Prof. Reinaldo Müller > "Reizinho"

⁠O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
É.... das invenção dos hômi, a que mais tem sintido é o abraço. O abraço num tem jeito di um só aproveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha...
Quandu ocê tá danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia... Quandu ocê tá cum muita reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva....
Si ocê tá feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria.... Si arguém tá duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém... Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas, ninguém inda discubriu... Mas, iêu sei!
Foi um ispirto bão de Deus qui mi contô....
Iêu vô contá procêis u qui foi quel mi falô: O abraço é bão pur causa do Coração...
Quandu ocê abraça arguém, fais massarge no coração!... I o coração do ôtro é massargiado tamém! Mas num é só iço, não... Aqui tá a chave do maió segredo de tudo:
É qui, candu nóis abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito!...

⁠Beijo...

Beijo com lágrimas escorridas
Dado sem graça
De lembranças doloridas
De promessa e ameaça
Beijo cheio de ausência
E de coração magoado
Do vazio da indiferença
Do amor frustrado
Beijo dado no quarto vazio
Sem ardor, sem alma
Sem corpo, sem presença
Sem boca, sem nada...

⁠Não acredite na sabedoria coletiva da ignorância individual...

⁠Por detrás de todas as nossas mentiras, se esconde a Verdade...

⁠Depois o café esfria.

Depois a prioridade muda.

Depois o encanto se perde.

Depois a vontade passa.

Depois não!

⁠Uma pessoa REAL não é perfeita... Uma pessoa perfeita não é REAL!

⁠Existem dias em que prefiro acreditar que você só saiu de casa pra passar uns dias com sua mãe... Que você resolveu sair e ir naquela sua padaria favorita na esquina da rua, que você saiu pra se divertir com as colegas do serviço. Prefiro inventar um milhão de histórias pra convencer a mim mesmo que, uma hora ou outra, você vai voltar a bater na porta porque esqueceu a chave dentro da gaveta, do lado da cama...
Não tenho força dentro de mim pra simplesmente aceitar que nada disso vai acontecer outra vez. Não tenho força nenhuma pra me convencer de que tudo vai ficar bem, depois de aceitar a tragédia natural com que tudo isso aconteceu... Hoje, você não está mais aqui.
Na verdade, você se ausenta há exatos 45 dias e 22 horas, quando aquele maldito aparelho do lado da tua cama no hospital começou a fazer um barulho de que alguma coisa não estava nos conformes... E realmente não estava. Depois daqueles cinco minutos intermináveis em que os médicos tentavam te reanimar, nada mais em você fez barulho nenhum... E foi exatamente naquele momento em que eu mais senti falta dos teus resmungos matinais, do teu ranger de dentes na madrugada, do barulho dos teus dedos estralando enquanto eu tocava meu violão e você tentava acompanhar o ritmo.
Foi naquele momento em que eu percebi o quanto os teus detalhes já me faziam falta. E do quanto aquele barulho de máquina avisando que teu coração já não batia me tiraria o sono de todas as madrugadas.
Pra você ter uma noção mais ampla de tudo isso, eu não consigo mais deitar na nossa cama.
Nem tomar café da manhã na nossa mesa recém-comprada... Eu não consigo mais caminhar pelas mesmas ruas, nem levar o Sheik pra correr pelo calçadão. Eu não consigo mais dormir. Minhas idas aos neurologistas, que antes eram pra tratar da dor de cabeça com que você tanto se preocupava, hoje são em busca de receitas pra calmantes ou qualquer outra porcaria que me faça dormir durante a madrugada inteira.
E às vezes nem eles resolvem. Em algumas noites, eu acordo ouvindo tua voz pelo corredor, e pulo do sofá igual uma criança na noite de Natal quando acha que o Papai Noel foi entregar o presente... Outras noites, acordo angustiado por não te sentir perto de mim no sofá da sala, daquele jeito que você costumava se deitar: ao meu lado, com as pernas entrelaçadas nas minhas, aconchegando teu cabelo macio entre meu braço, como se eu fosse teu travesseiro e teu cobertor, ao mesmo tempo. E isso dói. Dói em cada parte do meu corpo, e muito mais dolorido que isso, dói em cada pedaço da minha alma. Saber que nada disso vai se repetir me faz ter uma vontade louca de pular do último andar do prédio mais alto da cidade, pra ir atrás de você, onde quer que você esteja.
(...)
Dia desses teus pais vieram me visitar, me chamaram pra almoçar fora... Tua mãe me pediu pra fazer a barba, teu pai me pediu pra seguir em frente... Mas eu não quero seguir, muito menos fazer a barba que você dizia ficar tão bem em mim, por me deixar com cara de homem sério.
Eu me recuso a aceitar que você se foi, e mais que isso, eu me recuso a tirar você do meu avesso... Me recuso porque a melhor parte de mim, se fez pela melhor parte de você... Ou por você inteira. Pelo teu jeito de menina, pelo jeito com que aquele vestido florido que a minha mãe fez dava certinho em você, pela cor dos teus olhos castanhos, pelo teu cabelo, pela tua franja, pelo teu sorriso desajeitado, pela tua boca com sabor de champanhe de morango. A melhor parte de mim se fez pra ser o que você precisava... Mesmo sabendo que você sempre mereceu coisa melhor, resolvi me arriscar e me fazer teu porto seguro, pra que no fim de um dia cansativo, você pudesse chegar perto e encontrar abrigo em um peito que, apesar da quantidade infinita de imperfeições, sabia exatamente o que fazer pra que você sorrisse, outra vez, aquele sorrisinho aberto de quem teve a melhor notícia do dia. (...)
Sabe amor, onde quer que você esteja, queria te pedir: cuida de mim. Não me deixa sozinho não. Eu não sei me cuidar, você entende?
Eu continuo me cortando com a gillete, continuo me esquecendo de colocar o lixo pra fora, continuo comendo miojo porque não faço ideia de como se cozinha, continuo sendo resmungão, continuo cortando meu dedo. continuo com meus projetos, continuo batendo meu pé na quina da mesinha que sua irmã nos deu de presente de casamento... Continuo precisando de você...
Hoje, mais do que nunca, o barulho da maquininha que te levou embora ecoa pelos quatro cantos da nossa casa, e eu não sei onde posso me esconder. Eu só quero teu colo pra poder chorar em paz...”

⁠Descaminhos...

Meu caminho vem sendo cheio de tropeços...
A cada momento que lembro-me de teu sorriso desconcertante, do teu café forte, do teu cheiro de hortelã e da tua camisa esquecida em minha gaveta, aí minhas pernas se enfraquecem e eu caio no chão, feito uma criança a qual sempre me julgou ser, que mal aprendeu a dar os primeiros passos e já quer segurar firme em suas mãos...
Olho pra trás e não vejo nada menos que algumas pegadas de par em par, que de um tempo pra cá se tornaram únicas e perdidas.
Você deve ter entrado em qualquer beco por aí, ou eu mesma resolvi tomar um rumo diferente do teu. Só lembro-me que te pedi mais de 20 vezes “não me deixe, e você fez questão de esquecer das 21 em que me prometeu: “eu não vou”.
Minha voz acabou sumindo também, assim como minha alma e meu sorriso. Tudo se desfez, você se foi de mim sem sequer deixar aviso prévio. E sinto falta de quando tinha todas essas coisas, ao teu lado.
Eu poderia ter composto dez canções diferentes pra você, explicando em cada uma delas o quanto era naturalmente estranho cada vez que me deixava sem ar com um abraço e tirava minhas palavras com um beijo.
Eu poderia ter feito tanta coisa. Era só você permitir, e permitir-se, também, da mesma forma, em igual intensidade.
Não me incomodaria em ficar corada com teus elogios, muito menos em ter que aguentar tuas mudanças repentinas de humor.
Não me incomodaria em nada, se desejasse realmente ficar ao meu lado, sem esse monte de idas com voltas incertas.
Realmente, não teria incômodo, se, em cada tropeço, você prometesse, verdadeiramente, e de uma vez por todas, não me deixar cair...