Coleção pessoal de reckoning
Há muitas coisas em mim que eu não entendo, uma delas são os meus sentimentos, mas acho mesmo que eu não preciso entendê-los, apenas sentí-los.
Há coisas que eu realmente não entendo, e uma delas são as minhas vontades - Queria eu poder domar os ímpetos da paixão.
Uma força estranha habita em meu intrínseco: eu consigo sentir e, simultaneamente, eu já não mais sinto. Sinto um sentimento que não sei qual, mas sei que o sinto – possui a força de um cavalo selvagem e iguala-se às vontades da paixão, mas possui em sua “composição” a sutileza e a pureza do amor. Senti-lo já é meio caminho andando, o próximo passo é desvendá-lo, mas, se basta apenas sentir, não se faz necessário descobri-lo, ou faz?! Ah, se trata de algo muito complexo.
Entrelace suas mãos nas minhas e me faça acreditar que o amor existe. Ajuda-me a satisfazer as vontades do meu intrínseco; faça tudo por mim - ama-me por mim, e por mim apenas. Jura-me amor eterno e, por mesmo que eterno ele não seja, faça juras. Prometa, suplique e ME ame. - É o bastante.
E o sorriso delineado em seus lábios dando ao semblante uma feição sorridente, camufla por completo su’alma - um território medonho imbuído de fantasias e alucinações, a fim de despertar um turbilhão de sentimentos desconhecidos. Conhecer-me significa me sentir, entender o meu eu, “tocar” meu intrínseco – arrisque-se, todavia, nem eu fui capaz de tamanha façanha.
Eu sou demasiadamente apegado às coisas, principalmente às pessoas, aos sentimentos que elas me propiciam. Se entregar a esses sentimentos é ótimo, mas nem sempre são oferecidos a você da maneira a qual se espera – já senti em demasia, chegando ao ponto em que meu corpo já não mais aguentava as emoções proporcionadas.
Vislumbro a vida como um túnel, à medida que vamos caminhando, esse túnel vai sofrendo modificações e, simultaneamente, sofremos grande parte desse processo junto a ele – somos influenciados pelo meio e também nos modificamos. Eu já fui muito mais apegado aos sentimentos e, consequentemente, muito mais sentimentalista, mas, assevero: preciso dosar minhas emoções, pois ainda há ímpetos.
De principio compreendo bem as minhas queixas, por conseguinte, ao refletir, deixo de compreendê-las por base das minhas atitudes: agradei mais aos outros do que a mim mesmo. Almejei a morte enquanto eu estava vivendo, e olhe lá se eu estava realmente vivendo; viver e não viver para si é uma morte precipitada, ou até, talvez, um suicídio.
E porque não dar um basta nas lamentações e viver o “agora” com uma intensidade jamais vivida?! Às vezes só se sente dor por vontade própria; às vezes você só não prossegue por acomodação, por falta de coragem, por medo.
Sinto-me demasiadamente melhor quando não estou em 'sã consciência', mas sim quando estou entregue às vontades do corpo. Quero banhar-me de energia e de boas vibrações, me entregar aos delírios e emoções; sucumbir as tristezas e as angustias. Quero levantar vôo; pular de uma montanha; sentir o sol me “cegando”; sentir a brilha gélida - Quero gritar bem alto: Caramba, eu sou livre!
Eu apenas vivo sem tentar entender o porquê da minha existência; mas sei-o bem, vivendo o que finjo não saber. Sou também confuso, mas é assim que me decifro. Portanto eu mergulho no que eu não conheço, e vivo o passível ao entendimento e ao desconhecido, com esperança de entender o que eu não entendo... Eu apenas sinto e passo o que eu sinto, pois, em sua maioria, são as emoções que me controlam, e elas são o que eu sou e o que eu quero ser, almejam o que eu almejo... - minha existência é demasiadamente complexa para se expressar apenas com palavras.