Coleção pessoal de razack
Mote: "No fim da minha existência"
Ó mundo de ilusão
O qual não posso mais ver
Devido a escuridão
Que pairou no meu viver
Minhas noites são eternas
Escuras como cavernas
Da mais terrivel aparência
Meus olhos se opacseram
O brilho imenso se perderam
No fim da minha existencia
Quando deus reto juiz
Chamar-me a eternidade
Atenderei bem feliz
A ordem da divindade
A vida é um episodio
Que deve se dar sem ódio
sem duvida e sem mau carencia
Quando eu estiver na cova
A cruz servira de prova
Do fim da minha existência.
Severino Pinto cantando com Lourival se auto-elogia:
No lugar que Pinto canta
Não vejo quem o confunda
O rio da poesia
O meu pensamento inunda
Terça, quarta, quinta e sexta
Sábado, domingo e segunda.
Lourival prontamente responde:
Sábado, domingo e segunda
Terça-feira, quarta e quinta
Na sexta não me faltando
A tela, pincel e tinta
Pinto, pintando o que eu pinto
Eu pinto o que Pinto pinta!
Mote: "Mulher Nao tem Coração"
Um cientista profundo
Solicitou-me uma vez
Que eu enumerasse os três
Desmantelos desse mundo
Eu respondi num segundo
Doido, mulher e ladrão
E disse mais a razão:
Doido não tem paciência
Ladrão não tem consciência
Mulher não tem coração.
MOTE: "PALHAÇO QUE RI E CHORA"
I
Pinta o rosto, arruma palma
Dentre os néscios e sábios
O riso aflora-lhe os lábios
A dor tortura-lhe a alma
Suporta com toda calma
Desgostos a qualquer hora
Quando que bem, vai embora
Vive num eterno drama
Pensa, sonha, sofre e ama
Palhaço que ri e chora.
II
Se ama alguém com desvelo
Deixá-lo é martírio enorme
Se vai deitar-se não dorme
Se dorme, tem pesadelo
Sentindo um bloco de gelo
Lhe esfriando dentro e fora
Desperta, medita e cora
Sente a fortuna distante
Julga-se um “judeu errante”
Palhaço que ri e chora
III
Pelo destino grosseiro
A vida jamais lhe agrada
Se sente a alma picada
Tem que ir ao picadeiro
Não pode ser altaneiro
Não tem repouso uma hora
Chagas dentro, rosas fora
Guarda espinhos, mostra flor
Misto de alegria e dor
Palhaço que ri e chora.
IV
Palhaço tem paciência
Que da planície ao pináculo
Este mundo é um espetáculo
Todos nós, a assistência
A falta de inteligência
Gargalhamos qualquer hora
Choramos sem ter demora
Sem ânimo, coragem e fé
Porque todo mundo é
Palhaço que ri e chora.
“A morte está enganada, Eu vou viver depois dela”.
Quando eu partir deste abrigo
Seguir à mansão sagrada,
A morte está perdoada
Do que quis fazer comigo,
Quis que eu fosse igual ao trigo
Que ao vendaval se esfarela,
Mas eu vou passar por ela
De cabeça levantada
“A morte está enganada,
Eu vou viver depois dela”.