Coleção pessoal de raffaellpaiva
AMOR PRÓPRIO
Você seria minha única esperança
Se eu realmente fosse desistir
Mas o mundo me ensinou a lutar
E hoje luto para conseguir te esquecer
Já que as minhas armas não machucam
Nem a minha palavra te prende
Meus olhos já ficaram secos de chorar
Metade de mim já está morta
Só que não é hora de entregar os pontos
Ainda me resta um pouco de amor
E este amor é só meu
Ele me ama com força suficiente
Para nunca me deixar morrer por inteiro
Sendo eu, minha única esperança!
TUDO VAI MUDAR
Um dia eu sei que tudo vai mudar
Não seriam necessárias as lágrimas
Pois na verdade tudo já haveria passado
Só que as vezes não há como esperar
Já que a cada dia morremos um pouco por dentro
O mais seguro a se fazer seria a sublimação
Mas a esta altura já estou cansado de me esconder
Porque só nós sabemos o quão é doloroso
Saber que todos eles nos matariam
Eles nos matariam se pudessem.
Somos o reflexo de suas almas
Almas castradas pelo odio do desejo
Um desejo abominado pela sociedade
Um desejo que todos eles já sentiram um dia
Como se fossemos o mal, eles apontam
Nos querem fazer sofrer por nossa coragem
Fracos covardes que nunca conseguiram
Nunca jamais conseguiram se perdoar
E por isso querem matar a única ponte
A única fonte se seus próprios temores
O medo da verdade é seu maior pesadelo.
DOCE LEMBRANÇA
Quando senti você se aproximando,
Não imaginava que tanta coisa mudaria,
Seus olhos fitaram os meus com carinho,
Pensei que era apenas uma educação casual,
Só que aos poucos tudo ia se encaixando.
Nossos papos tão bem relacionados,
Pareciam mudar todo o cenário sombrio,
De uma noite que eu nem imaginava tanto,
Porque na verdade eu estava a sua espera,
Esperava me sentir vivo novamente,
E você trouxe consigo o azul,
Para colorir o cinza do meu céu.
Mesmo que não dure mais de uma semana,
Te agredeço pelo bem que fez,
Não estava sendo fácil ser sozinho,
E quando o dia passou eu senti,
Que no meu vazio já havia uma lembrança,
Doce lembrança eu diria,
Iludida ou não,
À espera da sua próxima companhia.
COMO UM BEIJO
Gostaria de sentir você comigo agora
O tempo passa e eu não esqueço
Que ao seu lado pude ser eu mesmo
Como em uma nudez pura
Sob olhos de casta lembrança
Pecados são aqueles não ditos
Pois o que vejo são prisões
Falta de vontade de ser natural
Aos poucos vejo você mais distante
Este jogo parece consumir meu sangue
Sinto falta do meu particular
Pois não consigo sentir a realidade
Já que a mim só restam mentiras
Uma falsidade controvertida
Uma luz desperdiçada de manhã
Aquele brilho no olhar parecia algo
Será que o amor consegue ser bifurco?
A lucidez não me ensinou a fingir
Apesar da minha falta de vergonha
Fiz de tudo para ficar estático
Mas o que seria do amor sem a entrega?
Apenas um conceito autodestrutivo
A melódica discordância dos sentidos
E o repúdio da carne ao pensar em você
Entrelaçado por meio a pernas estranhas
Desistiria deste plano ao acaso
Mas agora há mais cartas na mesa
Imponho-me a retroagir sobre o ciúme
Pois é devagar que se consegue a calma
Precisavamos conversar hoje
É natural pensar em um fim
Mas é questionável um detalhe
Será o fim o nosso começo?
Ou apenas o início do adeus?
Não preciso de sua dúvida agora
Apenas responda meu “sim” com um beijo.
Quando eu era criança não queria crescer porque achava todos os adultos chatos e monótonos.
Com o passar do tempo percebi que o que sentia era na verdade uma inveja inconsciente. Eu queria ser livre para fazer de tudo sozinho. Quando tive consciência disso, ainda era apenas um adolescente, cheio de desejos e utopias, foi daí que veio a revolta.
Depois de uns anos de castração virei o típico adulto frustrado. Já podia ser livre, fazer o que sempre desejei e finalmente ser feliz... No entanto, a única coisa que faço é reclamar de tudo e culpar o mundo inteiro. Mas no fim das contas, escrevendo isto, percebo: A culpa é toda minha!
Se eu pudesse descrever o azul do céu,
Com a mesma intensidade da minha dor,
Talvez pudesse entender o segredo,
O verdadeiro significado da vida,
Pois hoje o que sinto é apenas um vazio,
Escondido por entre as linhas deste poema.
No anonimato da minha existência,
Sinto seus olhos fechados a me procurar,
Mas o que vejo são apenas trevas,
E eu nunca vou entender o que é o amor,
Se você continuar a fugir dele também.
Um dia todos vão entender comigo,
O que eu sempre tentei omitir,
Só que a grande verdade sobre você,
É que talvez você nem exista,
E é isso que venho tentando anular.
Prefiro continuar na estrada a sua procura.
Chega uma hora em que a vida precisa se organizar um pouco
Pois a cada estrada cruzada trazemos conosco a poeira do vento
Em seus restos mortais figuram um atraso desnecessário
E neste momento preciso de calma para recomeçar
Ja que a estrada da vida continua a todo vapor
Nao me confunda com o seu saco de pancadas
Sou apenas um errante em busca de felicidades
Trilhando aquilo que chamamos de caminho.