Coleção pessoal de RafaelGiovanolli
À vida
Oceano de oportunidades.Quimera de sonhos.
Não há erro, apenas ansiedade. Mas para quê ansiedade se estamos justamente onde todos gostariam de estar, de voltar, de ir? Por que ansiedade se a vida é uma, mais rápida do que se pensa?
Ah, mas a grande jogada da vida é que só sabemos disso quando sentimos o gosto amargo do pavio queimado.
Cada aprendizado contra a natureza do ser, ineficaz. Ora, no fundo, depois que o tempo apaga as dores, nos resta a grande máxima do ser: projetamos um futuro melhor do que temos. Subestimamos nossas chances reais.
Queremos o que não temos e desdenhamos do que temos.
Nossos corpos em contínua decomposição. Carros e ferrugem. O corpo uma vez belo torna-se amassado, retalhado. O que achávamos feio em nossos corpos agora é nada.
Amamos amar quem nos quer deixar e desdenhar de quem sempre nos quis bem. Temos medo da solidão: amamos amar para não morrermos sós. Alguém tem que estar lá quando acontecer. Alguém tem que segurar nossa mão.
Mas nascemos e morremos sós. Acima de tudo, a solidão é o grande desespero do ser.