Coleção pessoal de RafaelFarias
O que tem de mal? Que o pássaro ecoe sua melodia regida pela natureza. O que tem de mal? Se a mais venenosa picada de uma cobra, é a mais singela maneira de defesa. O que tem de mal? Que a criança aprenda a se sujar de lama, e aprender coisas que a vida pode ensinar da maneira mais simples. O que tem de mal? Se a maneira que o músico encontra de repassar seus sentimentos seja nos versos doces de uma melodia. Me pergunto, questiono, desafio, critico, opino, desmancho, grito, remonto. Pergunto-me: Como será o mundo daqui a algum tempo? Desafio-me: Será que eu posso fazer alguma coisa para tentar reverter tudo isso? Critico-me: Como é que eu posso fazer alguma coisa sentado aqui? Opino: Devemos agir enquanto a tempo de transformar alguma coisa. Desmancho: Reviro todos os teus podres e mostro que tu és. Grito: Você! Seu covarde, vai ficar aí sem fazer nada? Não vai expor nenhum argumento em sua defesa? Remonto: Sabe quem é esse ser macabro? Faça suas próprias conclusões.
Todos nós somos seres intelectuais, só precisamos explorar esse nosso lado magnífico, que está obscuro por pura ignorância.
Novidade, de encontro marcado, descendo em direção à feira, frio na barriga, mãos tremulas, minha perna sucumbia de emoção. Emoção a flor dos lábios, sentimentos expressos na face e na voz embargada de nervosismo. Seguro na tua mão. Uma energia me toma, energia atraente, pensamentos sacanas e ao mesmo tempo futuristas percorrendo ruas estreitas e escuras, em busca do local perfeito para destilar minha gama de sentimentos em seus lábios, no toque em seu corpo frio, que pedia um abraço duradouro para esquentar a tal. Encosto minha boca na tua, coração dispara, o suor frio toma conta da escura viela. Do amasso, do acariciar de suas mãos, do cheiro adocicado do teu perfume. Sorriso contido por simples vergonha. Vergonha que vai se perdendo nas curvas da sua cintura desnuda. Teu acariciar parecia dos mais sinceros impulsos estimulados por uma simples fungada no cangote. Carícias que são interrompidas por uma ligação maldosa que impediu que fossemos a outras dimensões.
Coragem, almejada coragem, virtudes de uns, mas não deixou de ser aquela velha e asquerosa pulguinha atrás orelha, o medo, medo das consequências impostas para cada atitude, para cada chance arriscada, que dirá desperdiçada. Medo? Às vezes me pergunto: Porque existe o medo? Será que é para nos prevenir de algo que venha a nos machucar? Ou será que ele existe para nos confundir, ou para não nos deixar tomar a atitude que nós desejamos? Medo, palavrinha pequena mas que desperta na gente um sentimento de repudia, um receio de não colocar em prática nossos planos, certo pé atrás de expressar nossos sentimentos de maneira que nada fique obscuro, de que seja dito tudo o que se tem pra se dizer, sem restrições ou enigmas.
Distância, sentimento que um único dia que seja, nós já o presenciamos. Sofrer de distância. Distância não só de metros ou centímetros, mas distância de pode rir com você, de ouvir suas histórias, que sempre desvenda uma nova aventura, um novo acaso, risadas imprevistas quando se conta uma piada besta, ou alguém faz qualquer palhaçada, de poder beliscar, melar de corretivo, ou simplesmente escrever seu apelido de caneta azul no teu braço. Gestos simples, mas que são de um valor inestimável. Esse é o nosso jeito de se dar bem, e eu gosto dele. Inventar os apelidos mais ridículos da face terra, mas que serviam certinho para você naquele momento. Esse é o meu jeito de gostar. Admiro seu jeito atirada, sem papas na língua, fala o que veem na cabeça sem calcular o tamanho da consequência. Dor de distância. Sei que eu sempre erro, você sabe bem disso não é? E volto a pedir desculpas, e você sempre as aceita, desacreditada de que algo vai mudar, mas aceita. Acho que estou com Dor de distância de “B”. Ainda posso te chamar assim não é? “B”. Queria que nós voltássemos as nossa brigas bestas, aos nossos desentendimentos. Sem aquilo não sei viver! Dor de distância.