Coleção pessoal de rafaelamonttepaulo

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Gostos Simples

É um gosto refinado de se ter
O de a simplicidade desfrutar
As coisas importantes a meu ver
São aquelas que se passam sem notar
Como pôr um filho a adormecer
Ou o afago de uma mãe a consolar
Como um amor a esquecer
Como um amor a começar
O deleite de ser amado
E o prazer de se amar
Uma comédia romântica
Abraçadinhos no sofá
Até mesmo a semântica
Do que se pode melhorar
O leve gosto do perigo
O satisfazer do vicio
Uma canção de Chico
E uma poesia de Vinícius
Andar de pés descalços
Tomar banho de chuva
Sem ligar com a roupa suja
Sem ligar com o cansaço
Um corte novo de cabelo
Uma nova camiseta
Um bom Jack com gelo
Uma vaidade satisfeita
Comer doces a vontade
Mesmo antes do jantar
Acordar ao meio-dia
Sem ter que se preocupar
Uma boa pescaria
Com os amigos a acampar
O dia de pagamento
Um feriado prolongado
O viver todo momento
Com quem gosta a teu lado
Um cineminha com pipocas e beijinhos
Afogados em Coca-Cola e carinhos
O suspirar da amada ao meu poetizar
E o conjugar de nossos verbos a amar
Um violão e uma cifra
Um sarrinho de um amigo
Uma conversa de mesa de bar
Um abraçar de noite fria
O dormir de conchinha
Um beijo de boa noite
E outro beijo de bom dia
São alguns gestos que desfruto
E que minha felicidade aqui se faz
E se hoje usufruo disto tudo
Que posso eu da vida querer mais?

Conjugar

Vamos brincar de conjugar
Numa oração a toda gente
Adjeto de tão raro efeito
Conjuguemos o verbo “Amar”
Num Futuro Pretérito Presente
Muito-Mais-Que-Perfeito

Eu amo a ti
Tu amas a mim
Ele ama a seus filhos
Nós amamos a Ele
Vós amais aos outros
Eles amam a todos

E eis que o amor predomina

Soneto de Despedida

Te peço desculpas por estar indo embora
Assim tão de repente, sem sequer avisar
É que meu coração cansou, e não é de agora
Vem de muito sofrer, vem de muito queixar

Sei bem querida que te jurei amor eterno
E prometi por nada no mundo te abandonar
Mas de repente o meu céu tornou-se inferno
Por minha vida te dar e mais nada ganhar

Pode até pensar que tenho outro alguém
Mas te juro querida, não tenho ninguém
Somente cansei desse seu desprezar

E este é tanto o motivo de meu desalento
E mesmo te amando, aqui neste momento
Estou indo embora pra não mais voltar

Tem Pena do Meu Amor

Menina dos cabelos encaracolados
Digo até quiçá esvoaçados
Tem pena do meu amor

Não maltrate este coração já tão marcado
De descasos dos amores já passados
E que hoje só conhece o que é dor

Menina de olhos pequenos e brilhantes
Que se revela o mistério dos amantes
Dando luz a sua bela branca cor

Tem piedade deste ser apaixonado
Que sonha a vida para sempre a seu lado
E por ti morreria se preciso for

Menina de gesto meigo e delicado
Deixe ser meu coração o seu amado
Não despreze este pobre sonhador

Por amar tanto meu coração se fez aflito
E por isso neste momento te suplico
Tem pena do meu amor

Soneto do Amor Perfeito
Não há nada na vida melhor que o amar
E sentir o prazer de também ser amado
Viver minha vida pra sempre a teu lado
Sem ter que parar e nem ter que esperar

Juntar nossos votos em nosso jurar
Deixar brincar os corações apaixonados
Sem a tal incerteza do certo ou errado
Sem nenhuma ilusão a nos perturbar

Nossos corações unidos a nosso presente
Com nossos destinos fadados a sempre
Juntos viver e sonhar

E essa alegria só se faz quando agrega
Ao nosso universo a única regra:
Amar... Amar... Amar...

Duas Almas

Repudiando ao magnetismo predominado
Nas indiferenças das mascaras que usam
Refletem o querer num resguardo negado
Aos distintos olhares opostos que cruzam

Mas hei que descobrem-se postos a fronte
Duma divina fusão de mais pura beleza
Os olhares se alinham num só horizonte
Ao tocarem-se as carnes à finda pureza

Dois inimigos num só lado da guerra
Dois elementos consagrados a terra
Duas sementes em uma só flor

Um único ser elevado ao quadrado
As duas faces de um mesmo lado
Duas almas em um só amor

Já nem sei mais se sou eu quem faz a poesia ou se é a poesia quem me faz.

Cada poesia é um universo de possibilidades.

No quadro de minha poesia pinto uma canção esculpida em formato de oração.

O homem é nada mais do que aquilo que ele pensa que os outros pensam que ele é.

Esforce-se sempre para ser o melhor, principalmente naquilo que de pior sabe fazer.

Verso a Poetisa

Gosto teu ao meu poetizar
Inspira tão exata intimidade
Sentenciando surreal afinidade
Apegando-me a ti sem hesitar

Aos versos que te faço poetisa
Levo o textual e denso sentimento
Vívido acalento – tal qual regozija
Exaltar da poesia ao momento
Sopro de vida que imortaliza

Se Não Fosse a Poesia

Ah! O que seria da vida sem a poesia
Sem o entoar embriagante das canções?
Não haveria o desejar, nem as paixões
E nem sequer felicidade haveria
Trancafiada a sangrar os corações

Santo Deus! Nem o amor existiria

Não haveria encanto ao luar
E nem mesmo a magia do mar
E as esquecidas estrelas
(Coitadas!) não mais brilhariam
Oh! Pobre natureza
Nem as flores brotariam

Se não fosse a poesia

Nada disso existiria
Nem o pôr nem o nascer
Nem a noite nem o dia

Se não fosse a poesia

Nem a existência bastaria
E não haveria ao ser o mundo
Somente o vácuo profundo

Se não fosse a poesia

A Esperança

A esperança...
A paciência que entorpece
A esperança...
A cega fé que fortalece
A esperança...
O querer e o sobrevir
A esperança...
O porvir para o porvir
A esperança...
O persistir em convencer
A esperança...
O renascer e o florescer
A esperança...
O viver em relevar
A esperança...
O morrer em esperar
A esperança...

Assimilação

A lagarta - A paixão
O amor - A borboleta

Cantando Solidões

Amo todo esse descompasso
Todo este acelerar dos corações
Amo esse fatigo abafo
Neste precatar de emoções
Amo essa densa embriaguez
E todo o florescer destas paixões
Amo a renuncia quão incerta
Neste esconso frágil de ilusões
Amo como ama um poeta
Cantando solidões

Da Minha Poesia


Tenho dito:

Que minha poesia não se prende a regras
Nem tampouco a contextos gramaticais
Meu coração é meu professor, e mais
Faço de minha inspiração a palavra expressa

Eis que a poesia é mais que o pensar
É um estado de espírito
É a alma que se faz aberta
É transparecer
É resplandecer
É o sentimento a poetizar...
E assim se faz um poeta

E fim de papo

Dos Meus Vícios

Trago em mim o trago destilado
Da fumaça embriagada das cortinas
Nas janelas empoeiradas que refina
Tão fugaz sagacidade de meu fado

Neste intenso resplendor enlameado
Regressivo a fusão do meu espírito
Manifesta-se num flagelo quão explicito
Traduzindo um coração amargurado

E destes hábitos a que faço meu refugio
Renego em alto minh’alma ao perjúrio
Em uma putrefação viva e amarga

E no teso fardo que aspira o existir
Precedo assim o inevitável que há por vir
Imorredouro sono que a nós todos resguarda

Rimas Rítmicas

Em busca da exatidão da palavra
Estes curtos versos ousam compor
Em contradição ao tudo e ao nada
A fugaz e pujante fúria em calor
Da nobre intenção pura declarada
Assim proferindo amor em teor
Assim traduzindo teor em amor
A minha rima rítmica e cálida

O Sentido da Vida

Sabe-se bem que do amor nada se mede
E por seu clamor não há de haver conquista
Somente a unção do entranho par concede
O tragar das carnes ao se por a vista

Amor em demasia assim não se explica
A loucura do intangível fluxo das emoções
Ao contexto do que a si próprio implica
E faz por esmerar os mais distintos corações

Eis que divinamente motiva a existência
A sublime margem de nossa excelência
O segredo da origem quão desconhecida

E eis que do homem faz sua morada
Induzindo-lhe a lançar em dúvida ao nada
O puro e verdadeiro sentido da vida