Coleção pessoal de RafaelaGuimaraes

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Já escutei algumas vezes que eu era a mulher certa, na hora errada.
Pois bem.
Eu sou a mulher certa em qualquer hora.
Não é o fato de você não querer largar o mundo por uma só mulher, que me faz ser a errada.
E não me venha pedir desculpas.
Porque o tempo... Ah!
O tempo passa.
Inclusive, já passou.

Provei de algo que esperava, porém, não imaginava quando conseguiria.
Almejava, ansiava, porém, só esperanças, esperanças perdidas e com desencontros.
Mas o tempo faz com que, tudo que se deseja muito, se torne realidade.
E foi então que eu pude sentir, nos meus lábios, o calor daquele gosto inesquecível.
Um gosto que jamais vou deixar de querer sentir em minha boca.

Bebi saudade e descobri que é minha bebida favorita.
Fico bêbada de amores por você, para você.
Bebi todos os dias, com vários drinks diferentes.
Bebi tanta saudade, que entrei em coma alcoólico e você nem viu.
E nem soube.
Que eu bebi saudade apenas por você.

Tem muita coisa que acaba não sendo dita de forma verbal. Gestual, talvez. Possivelmente até em formas respiratórias.

E acaba que o silêncio diz muito, mas ao mesmo tempo, nada diz.

Entre o espaço de um segundo e outro, diversas interpretações são feitas, julgadas, detalhadas.

Antecipadas.

Mergulhar no azul esverdeado de um mar, nem sempre é fácil, quando, de alguns mergulhos, ou se afogou, ou encontrou o raso.

Até porque, você não está na praia apenas para contemplar o mar; você quer sentir a areia nos pés, a brisa no corpo, o calor no rosto sorridente.

Talvez você queira chegar cedinho, para começar a sentir isso tudo, ou talvez você queira chegar mais à tardinha, sentir a pele arrepiar enquanto observa o pôr do sol.

E você se depara de novo com aquele mar, que te olha de uma forma sedutora.

O que acontece se mergulhar no escuro?

Mas, o que acabam esquecendo, é que o mar tem vontade própria, tem vida. Você precisa molhar os pés. Sentir se aquela água agrada ao seu corpo. Se não agradar, só molhe os pés e vá embora.

Mas, se agradar, entre. E entre com cuidado, pois tem dias que o mar está de ressaca, mas que também está calmo.

E na primeira onda, mergulhe; passe esse primeiro obstáculo.

Avance.

Na segunda, mergulhe de novo.

Quando se entra no mar, o mais difícil, é passar pelas primeiras ondas.

Depois, você descobre que não é raso e nem fundo.

Você pode pôr os pés no chão e pode deixar o corpo te levar.

E confiar.

Entre aspas cabe o meu amor, cabe o seu, cabe um tudo.
Cabe um sonho, cabe a realidade, cabe o infinito.
Cabe o mundo.

É complicado ser aquela pessoa que quer sempre acertar, mas que consegue acabar com tudo ou grande parte, em um simples detalhe.
A pior parte da racionalidade, é quando ela se torna irracional e você não consegue voltar no tempo para consertar.

O amor está me matando por dentro, consumindo cada célula viva que eu ainda tenho.
Está acabando com as minhas noites, destruindo meus encontros e me tornando uma louca.
Sim, uma louca.

As pessoas só nos dão importância quando lhe são convenientes, ou quando não tem a companhia que almejam.
Depois disso, você volta a ser descartável e sem importância.

Dançar é dar continuidade a uma batida de coração.
É sustentar a alma entre as mãos e voar sem direção.

Quem acha que nariz vermelho é coisa de palhaço, é porque nunca viu uma parte do seu coração indo embora.

Ela falava com músicas e com pontos.
Ela era a própria melodia e letra, o próprio ponto final, a própria exclamação.

Meu coração aquece rápido, mas esfria mais rápido ainda.
E de tanto choque térmico, já não tem mais vontade e necessidade de ser aquecido.

Sinto aquele cheiro de verde, porque sei que fui para estrada, procurar o meu caminho, sentir segura.

Fugir deles, sem alguma ou nenhuma direção.

Mas são tantos fantasmas viajando ao meu lado, que eu acabo me perdendo no meio do caminho.

Percorro quilômetros em círculos.

Dias passam a se tornar a noite

Já não sei se é pôr ou nascer do sol.

E olho meu corpo, meus braços; tudo repleto de fogo. Deixe as chamas começarem.

Eu quis segurar o fogo, conter o incontrolável, o que iria me machucar e marcar.

Eu me queimo viva, me queimo em partes.

A dor passou a ser confortável quando se deixa de sentir a própria respiração.

E eu dou todo o meu oxigênio.

E como ninguém consegue ver que eu estou gritando e aclamando por ajuda?

Tudo queima, o fogo se espalha. Já sinto a claridade dentro dos meus olhos.

E tudo vai ficando escuro. Frio, apesar de quente.

Até você me salvar da minha própria escuridão.

Logo ela, que tinha medo do fogo.
Enfrentou.
E no meio a tantos
Encontrou seu fogo de artifício
Era um fim.
Era o início.