Coleção pessoal de Preterido

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Ignorância Poética

Mamãe me contou,
Que ficou fascinada,
Quando pequeno, eu lhe disse:
"Quero falar, mas não consigo,
ainda não sei as palavras".

Hoje, cresci e tento escrever poesia,
continuo sem saber me expressar.
Minha mãe agora é você, o meu leitor.
Meu poema, a minha mente de criança:
Sem vocabulário,
Sem rima,
Sem métrica,
Uma tentativa de analogia,
E no final das contas, sem dizer nada.

Indecisão

Felicidade teria sido
amar-te "pra sempre",
E no sempre viver refém,
das nuances do tempo,
da somente amizade,
do fim?

Ou essa vazão estonteante de paixão,
Nunca antes vista.
Fez mais bem do que mal,
Ao ser interrompida?

Cravou na mente, na alma,
O amargo do mais puro amor reprimido
que nenhum Azevedo traduz em poema.
O adulto de coração jovem, inexperiente.
Sensação de amadurecimento tardio.

Na memória, ela transcende o tempo.
E faz da vontade sem tempo,
Para termos até mesmo vontade de ser, amigos novamente.
Ou será o medo?