Coleção pessoal de Poliana16

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⁠Quando se preparam mulheres nas mesmas escolas e para os mesmos empregos que os homens, não se leva em conta nem a natureza nem as exigências práticas da mulher. Nesse sentido, contribui-se para a desintegração da sociedade quando, mais tarde, essas mulheres se deparam com uma oportunidade inesperada de se casar ou buscam conciliar o emprego com as tarefas domésticas — o que na maioria dos casos é simplesmente impossível; ou, em nome do emprego, renunciam ao casamento — o que na maioria dos casos entra em conflito com a inclinação do seu coração; ou, como geralmente ocorre, sem arrependimento, abandonam completamente o emprego, juntamente com sua independência e liberdade, e com grande alegria se unem ao marido de sua escolha. Mas, neste último caso, com toda a sua educação, ela não só desperdiçou muito tempo, dinheiro e capacidade de trabalho, como também adquiriu pouca preparação para a enorme tarefa de dona de casa e mãe.

⁠Quanto mais profundamente vivemos, mais nos sentimos em simpatia com Agostinho e menos com Pelágio.

⁠Deus não diz que será nosso Deus se fizermos isto ou aquilo. Mas Ele diz que porá fim à inimizade, que será nosso Deus e que, em Cristo, nos concederá todas as coisas. A aliança da graça pode permanecer a mesma ao longo dos séculos porque depende inteiramente de Deus e porque Deus é o Imutável e o Fiel

⁠Cristo não nos traz de volta ao ponto da estrada onde Adão estava, mas percorreu toda a jornada para nós até o fim.

⁠O homem primitivo nunca existiu; ele não é nada mais que uma criação poética da imaginação monística.

⁠A Escritura não conhece dupla veneração religiosa, uma de tipo inferior e outra de tipo superior. Os católicos romanos, portanto, admitem que adoração (latria) e homenagem (dulia) não são distinguidas nas Escrituras como eles as distinguem, e também que essas palavras não fornecem suporte etimológico para o modo como são usadas.

⁠Toda cultura, qualquer que seja a sua importância, assim como toda educação, civilização e desenvolvimento, é absolutamente impotente para renovar o homem interior.

⁠No cristianismo, os céus se abrem e Deus desce à terra. Nas outras religiões, é o homem que sempre vemos em ação, tentando, pela conquista do conhecimento, pela observância de todos os tipos de regras ou pela retirada do mundo para o segredo de sua própria vida interior, obter a redenção do mal e a comunhão com Deus. Na religião cristã, a obra dos homens não é nada, e é o próprio Deus quem age, intervém na história, abre o caminho da redenção em Cristo e, pelo poder de Sua graça, traz o homem a essa redenção e o faz caminhar nela.

⁠O perdão dos pecados, isto é, a justificação, não depende do arrependimento, que sempre permanece incompleto, mas repousa na promessa de Deus e se torna nosso somente pela fé.

⁠A conclusão, portanto, é a de Agostinho, que disse que o coração do homem foi criado para Deus e que não pode encontrar descanso até que repouse no coração de seu Pai. Portanto, todos os homens estão realmente buscando a Deus, como Agostinho também declarou, mas nem todos O buscam da maneira certa, nem no lugar certo. Eles O buscam lá embaixo, e Ele está lá em cima. Eles O buscam na terra, e Ele está no céu. Eles O buscam longe, e Ele está perto. Eles O buscam no dinheiro, na propriedade, na fama, no poder e na paixão; e Ele pode ser encontrado nos altos e santos lugares, e com aquele que é contrito e humilde de espírito (Is 57:15). Mas eles O buscam, se por acaso pudessem tateá-Lo e encontrá-Lo (At 17:27). Eles O buscam e, ao mesmo tempo, fogem Dele. Eles não têm interesse em conhecer Seus caminhos e, no entanto, não podem viver sem Ele. Eles se sentem atraídos por Deus e, ao mesmo tempo, repelidos por Ele.
Em Nisto, como Pascal tão profundamente apontou, consiste a grandeza e a miserabilidade do homem. Ele anseia pela verdade e é falso por natureza. Anseia por descanso e se joga de uma diversão para outra. Anseia por uma bem-aventurança permanente e eterna e se apodera dos prazeres de um momento. Busca a Deus e se perde na criatura. É filho nato da casa e se alimenta das bolotas dos porcos em terra estranha. Abandona a fonte de águas vivas e cava cisternas rotas que não retêm água (Jr 2:13). É como um homem faminto que sonha que está comendo e, ao acordar, descobre que sua alma está vazia; e é como um homem sedento que sonha que está bebendo e, ao acordar, descobre que está fraco e que sua alma tem apetite (Is 29:8).
A ciência não consegue explicar essa contradição no homem. Ela considera apenas a sua grandeza e não a sua miséria, ou apenas a sua miséria e não a sua grandeza. Ela o exalta demais, ou o rebaixa demais, pois a ciência desconhece sua origem divina, nem sua profunda queda. Mas as Escrituras conhecem ambas, e elas lançam sua luz sobre o homem e sobre a humanidade; e as contradições são reconciliadas, as névoas são dissipadas e as coisas ocultas são reveladas. O homem é um enigma cuja solução só pode ser encontrada em Deus.

⁠Uma vez que não se tem Deus como referencial; uma vez que nós não temos Deus nos definindo como sendo seres criados à Sua imagem e semelhança e, portanto, somos iguais, temos valor e dignidade; uma vez que se tem um império, uma ordem mundial baseada no homem; vai prevalecer a lei do mais forte. E a tirania, o domínio e a opressão é o próximo passo.

⁠Quando comecei a trabalhar na indústria farmacêutica, em 1975, ainda havia um bocado de respeito pelos médicos entre os funcionários da indústria e havia limites referentes ao que alguém poderia transgredir. Havia um razoável grau de liberdade acadêmica para pesquisadores da indústria e era mais prestigiado trabalhar em um departamento de ensaios clínicos do que em um departamento de comercialização.
Na década de 1980, isso mudou rapidamente. O pessoal do marketing tornou-se mais eloquente e agressivo, tanto internamente como em relação aos médicos, e os ensaios clínicos foram integrados ao marketing. Os modernos gerentes de negócios ou vendedores com pouco ou nenhum senso para a ciência ou a medicina - às vezes com um histórico de vender refrigeradores ou carros, ou baixa patente nas forças armadas - substituíram os chefes de pesquisa e assumiram não apenas a pesquisa clínica, mas também a pesquisa básica, com consequências desastrosas para a inovação.

⁠Embora seja muito óbvio que os medicamentos podem matar, muitas vezes isso é esquecido tanto pelos pacientes como pelos médicos. As pessoas confiam em seus medicamentos em tal grau que o médico canadense Sir William Osler (1849-1919) escreveu que "o desejo de ingerir medicamentos talvez seja a maior característica que distingue o homem dos animais".
Um exemplo particularmente engraçado é a toxina botulínica, que é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. É um dos venenos mais fortes da natureza e uma dose de apenas 50ng matou metade dos macacos em um estudo de toxidade (o que significa que 1g pode matar 10 milhões de macacos). (...) No entanto, para que esse medicamento assassino é usado? Para tratar rugas entre as sobrancelhas! Isso vem com a idade, mas o profissional não deve ser velho demais nem tremer ao aplicar a injeção de toxina, pois ela pode ser absorvida pela mucosa no olho e matá-lo. A bula adverte que ocorreram mortes. Realmente vale a pena correr um risco de morrer, por menor que seja, apenas porque você tem rugas?

⁠"A dúvida é nosso produto", disse uma vez um executivo do tabaco, e essa cortina de fumaça sempre parece funcionar. Crie muito ruído remunerado e confunda as pessoas para duvidarem do estudo original rigoroso e acreditarem no ruído.

⁠A principal razão pela qual ingerimos tantos medicamentos é que as empresas farmacêuticas não vendem medicamentos: elas vendem mentiras sobre medicamentos.
(...) Se desejarmos comprar um carro ou uma casa, podemos julgar por nós mesmos se a aquisição é boa ou ruim, mas não temos essa possibilidade se for-nos oferecido um medicamento. Praticamente tudo o que sabemos sobre medicamentos é o que as empresas escolheram dizer a nós e aos nossos médicos.

⁠Quando pesquisas importantes demonstram que um produto é perigoso, diversos estudos abaixo do padrão são produzidos dizendo o contrário, o que confunde o público pois - como os jornalistas dirão a você - "os pesquisadores discordam". Essa indústria da dúvida é muito eficaz ao distrair as pessoas para ignorarem os danos; a indústria ganha tempo enquanto as pessoas continuam a morrer.

⁠O crescimento no caráter piedoso não é apenas progressivo e sempre inacabado, mas é absolutamente necessário para a sobrevivência espiritual. Se não crescermos em caráter piedoso, estaremos regredindo; na vida espiritual nunca ficamos parados.

No nosso tempo, o totalitarismo emergente é mais suave, mais inteligente e mais sofisticado – mas não é menos totalitário por isso (...) baseia-se na mentira mais antiga de todas, aquela que a serpente sussurrou no Jardim, o pai de todas as outras mentiras: "Sereis como deuses"⁠

Como é que a maximização da sensação de bem-estar se tornou o objetivo final das pessoas e das sociedades modernas? O sociólogo e crítico cultural americano Philip Rieff não era um crente religioso, mas poucos profetas escreveram de forma mais penetrante sobre a natureza da revolução cultural que assolou o Ocidente no século XX e que define o núcleo do totalitarismo suave.

Em seu livro marcante de 1966, "O triunfo da terapêutica", Rieff disse que a morte de Deus no Ocidente deu origem a uma nova civilização dedicada a libertar o indivíduo para buscar seus próprios prazeres e administrar ansiedades emergentes. O Homem Religioso, que vivia de acordo com a crença em princípios transcendentes que ordenavam a vida humana em torno de propósitos comunitários, deu lugar ao Homem Psicológico, que acreditava que não havia ordem transcendente e que o propósito da vida era encontrar experimentalmente o seu próprio caminho. O homem já não se entendia como um peregrino numa viagem significativa com os outros, mas como um turista que viajava pela vida de acordo com o itinerário que ele próprio concebeu, tendo a felicidade pessoal como o seu objetivo final.

De acordo com Hannah Arendt, (...) uma sociedade totalitária é aquela em que uma ideologia procura substituir todas as tradições e instituições anteriores com o objetivo de colocar todos os aspectos da sociedade sob o controle dessa ideologia. (...) Como Arendt escreveu, Onde quer que a filosofia totalitária tenha governado, "ela começou a destruir a essência do homem".