Coleção pessoal de Poliana16
Quando comecei a trabalhar na indústria farmacêutica, em 1975, ainda havia um bocado de respeito pelos médicos entre os funcionários da indústria e havia limites referentes ao que alguém poderia transgredir. Havia um razoável grau de liberdade acadêmica para pesquisadores da indústria e era mais prestigiado trabalhar em um departamento de ensaios clínicos do que em um departamento de comercialização.
Na década de 1980, isso mudou rapidamente. O pessoal do marketing tornou-se mais eloquente e agressivo, tanto internamente como em relação aos médicos, e os ensaios clínicos foram integrados ao marketing. Os modernos gerentes de negócios ou vendedores com pouco ou nenhum senso para a ciência ou a medicina - às vezes com um histórico de vender refrigeradores ou carros, ou baixa patente nas forças armadas - substituíram os chefes de pesquisa e assumiram não apenas a pesquisa clínica, mas também a pesquisa básica, com consequências desastrosas para a inovação.
Embora seja muito óbvio que os medicamentos podem matar, muitas vezes isso é esquecido tanto pelos pacientes como pelos médicos. As pessoas confiam em seus medicamentos em tal grau que o médico canadense Sir William Osler (1849-1919) escreveu que "o desejo de ingerir medicamentos talvez seja a maior característica que distingue o homem dos animais".
Um exemplo particularmente engraçado é a toxina botulínica, que é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. É um dos venenos mais fortes da natureza e uma dose de apenas 50ng matou metade dos macacos em um estudo de toxidade (o que significa que 1g pode matar 10 milhões de macacos). (...) No entanto, para que esse medicamento assassino é usado? Para tratar rugas entre as sobrancelhas! Isso vem com a idade, mas o profissional não deve ser velho demais nem tremer ao aplicar a injeção de toxina, pois ela pode ser absorvida pela mucosa no olho e matá-lo. A bula adverte que ocorreram mortes. Realmente vale a pena correr um risco de morrer, por menor que seja, apenas porque você tem rugas?
"A dúvida é nosso produto", disse uma vez um executivo do tabaco, e essa cortina de fumaça sempre parece funcionar. Crie muito ruído remunerado e confunda as pessoas para duvidarem do estudo original rigoroso e acreditarem no ruído.
A principal razão pela qual ingerimos tantos medicamentos é que as empresas farmacêuticas não vendem medicamentos: elas vendem mentiras sobre medicamentos.
(...) Se desejarmos comprar um carro ou uma casa, podemos julgar por nós mesmos se a aquisição é boa ou ruim, mas não temos essa possibilidade se for-nos oferecido um medicamento. Praticamente tudo o que sabemos sobre medicamentos é o que as empresas escolheram dizer a nós e aos nossos médicos.
Quando pesquisas importantes demonstram que um produto é perigoso, diversos estudos abaixo do padrão são produzidos dizendo o contrário, o que confunde o público pois - como os jornalistas dirão a você - "os pesquisadores discordam". Essa indústria da dúvida é muito eficaz ao distrair as pessoas para ignorarem os danos; a indústria ganha tempo enquanto as pessoas continuam a morrer.
O crescimento no caráter piedoso não é apenas progressivo e sempre inacabado, mas é absolutamente necessário para a sobrevivência espiritual. Se não crescermos em caráter piedoso, estaremos regredindo; na vida espiritual nunca ficamos parados.
No nosso tempo, o totalitarismo emergente é mais suave, mais inteligente e mais sofisticado – mas não é menos totalitário por isso (...) baseia-se na mentira mais antiga de todas, aquela que a serpente sussurrou no Jardim, o pai de todas as outras mentiras: "Sereis como deuses"
Como é que a maximização da sensação de bem-estar se tornou o objetivo final das pessoas e das sociedades modernas? O sociólogo e crítico cultural americano Philip Rieff não era um crente religioso, mas poucos profetas escreveram de forma mais penetrante sobre a natureza da revolução cultural que assolou o Ocidente no século XX e que define o núcleo do totalitarismo suave.
Em seu livro marcante de 1966, "O triunfo da terapêutica", Rieff disse que a morte de Deus no Ocidente deu origem a uma nova civilização dedicada a libertar o indivíduo para buscar seus próprios prazeres e administrar ansiedades emergentes. O Homem Religioso, que vivia de acordo com a crença em princípios transcendentes que ordenavam a vida humana em torno de propósitos comunitários, deu lugar ao Homem Psicológico, que acreditava que não havia ordem transcendente e que o propósito da vida era encontrar experimentalmente o seu próprio caminho. O homem já não se entendia como um peregrino numa viagem significativa com os outros, mas como um turista que viajava pela vida de acordo com o itinerário que ele próprio concebeu, tendo a felicidade pessoal como o seu objetivo final.
De acordo com Hannah Arendt, (...) uma sociedade totalitária é aquela em que uma ideologia procura substituir todas as tradições e instituições anteriores com o objetivo de colocar todos os aspectos da sociedade sob o controle dessa ideologia. (...) Como Arendt escreveu, Onde quer que a filosofia totalitária tenha governado, "ela começou a destruir a essência do homem".
Relativamente poucos cristãos contemporâneos estão preparados para sofrer pela fé, porque a sociedade terapêutica que os formou nega, em primeiro lugar, o propósito do sofrimento, e a ideia de suportar a dor em prol da verdade parece ridícula.
O totalitarismo radical depende de nos aterrorizar para que entreguemos as nossas consciências livres; o totalitarismo suave também usa o medo, mas principalmente nos enfeitiça com promessas terapêuticas de entretenimento, prazer e conforto.
Tudo na sociedade moderna é projetado para tornar a memória – histórica, social e cultural – difícil de cultivar. Os cristãos devem compreender isto não só para resistir ao totalitarismo brando, mas também para transmitir a fé às gerações vindouras.
O mundo passa— esta é uma mensagem do céu. Toda a carne é erva; e toda a bondade, como a flor da erva.
O mundo passa assim como uma sombra.Não existe nada mais irreal do que uma sombra. Ela não possui substância, essência. Ela é escura, é uma figura, possui mobilidade — isto é tudo! Assim também é o mundo. Ó homem, você correrá ansiosamente atrás de uma sombra? O que uma sombra pode fazer por você?
Como disse o meu filho Frankie, o Humanismo mudou o vigésimo terceiro salmo: Eles começaram - Eu sou o meu pastor. Depois - As ovelhas são o meu pastor. Depois - Tudo é meu pastor. Finalmente - Nada é meu pastor.
O procrastinador não só é indolente e fraco, mas também, geralmente, falso; a maioria dos fracos são falsos.
Antes de chamar um homem de herói ou gênio, investigue se seu esforço tem características de indelebilidade; pois tudo que é celestial, todo gênio, é fruto da imortalidade.
Beijai a mão daquele que pode renunciar ao que ensinou publicamente, quando condenado pelo seu erro; e que, com alegria sincera, abraça a verdade, embora com o sacrifício das opiniões favoritas.