Coleção pessoal de Poeta22

Encontrados 3 pensamentos na coleção de Poeta22

⁠Crescente solidão,
terror implantado
em uma casa vazia,
sem saída, perdido
em memórias.
Reside em pesadelos,
dedetizando os
consumos do mal.

Dança pestífera,
junto a uma ópera
de lamentações, numa
valsa visceral.
Epitáfios, ausentes
de vidas, em uma
mutação grotesca,
buscando um sorriso.

Sem pedestal, para
apresentar um novo
trauma, que pecou
em uma diretriz
irônica.
Prescindindo um
sentimento efêmero,
resguardando uma
fé inapta.

Buscando a redenção,
na podridão. Nos corpos
puídos, a comporta se
materializa em uma
singularidade enrugada.

Um agouro consumado, feito
de falácias ásperas.
Apêndices se formam na
destruição, a proposta se
prorroga do breu e prostra
em simulacros.

Carne que rasga
a prosa, sepultando
palavras em epitáfios,
e nos vincos, o declínio
estende-se.

Prescrevendo o fim,
atrás de um final
digno, mas por que
sempre grotesco?

Rota final de um
reflexo gelado,
dançando em minha
direção, sorrindo
para mim.

Há morte onde passa,
por onde anda, o que
pensa? Dubiedade,
acumulada no recinto
de arrependimentos,
réquiem me fez assim.

O vazio queima no frenesi,
simulacro de uma imaginação
feliz transmutada com
veemência em um pecado
inapto.

⁠Anjo, por que choras?
Outro ser humano pecou?

Anjo, por que lamentas?
Um novo demônio nasceu?

Anjo, por que aplausos?
Desapontou-se com Deus?

Anjo, deixe carregar-te
por mundos velhos, mal
moldados, com pobres
criaturas, pobres vidas.

Mostre-me um sonho diferente,
sem preces, sem deuses, sem
dor. Manche a alma maculada
daqueles que se perderam no
breu, corrompidos por uma
devoção doentia.

Procure em mim uma esperança
morta, uma crença que se esvaiu
da minha mente, que prorrompe
a diretriz criada por capricho
e com a dubiedade imposta em
ideais extenuados.

Anjo, cure-me de meus pensamentos,
silencie os ruídos de minhas
lembranças, apague e arranque
a pequenez implantada em mim.
Anjo, desculpe-me por ser eu.