Coleção pessoal de poesiasdopaulo
Agreste
Sou nordestino, cabra da peste
Sou do sol do Norte, calor do agreste.
Nasci nas ruínas,
Garimpei nas minas
Hoje vivo no sudeste.
Vivo na labuta atrás do dicumé.
Na minha terra santa
Eu tinha esperança
De puder viver.
Aqui pur estas bandas, a fome reina,
O Trabalho é raro, vivo de punhados de troco.
O sol não queima a pele, arde na alma
Sordade da minha fianga na sombra de coco.
As veiz as fome aperta, nem farinha tem que armuçar
Meus fios se deita a dormir pra fome passar,
Espero na terra o milagre divino
Triste a chorar.
Quero ir me embora pro meu roçado
Culher meus mio, meu feijão pranatar,
Na face a esperança, no peito a alegria
Pras terra da minha infancia eu pudê vortar.
Apollo
Voem livres,
Borboletas de fino trato.
Descobre como se reveste essas azas tuas.
Pousa como se fosse poesia
Nas singelas noites de Lua.
Cobre de néctar o brilho do Sol.
Sejam livres, que eu sonho.
Voa-te pelas plantas, arvores, pessoas...
Segue, sem se preocupar com o caminho.
Segue o verde, o campo, a floresta...
Apenas voem, pequenas borboletas couradas.
Voa, que eu viverei a sonhar
E sorrir sempre que vier, do horizonte sem fim.
Em cada voo, leva-te esperança
Em cada partículas de mim.
A arte e o artista se atraem,
Na mesma proporção de uma arte
visual.
A arte é cultura
E o artista anormal.
JACOBINA E A SECA DE MATAR
Jacobina minha linda
Joga água nessa terra,
Que é tão linda
E tão frutificada,
Que é, ate raro uma pessoa,
Por te não ficar encantada!
Nessa terra de diversidade
Nesse povo de cultura,
Que Já não tem água,
Para da vida a formusura.
Quero sempre sentir esse ar,
Quero em Jacobina me acostumar,
Quero água em abundância
Nessa seca de matar.
Água aqui é um milagre
Nessa seca de matar,
Que já vem pelo nordeste
E se arrasta por Paraná.
Se Deus piedade não tiver
Por esse povo sofrido,
Vai ser difícil viver,
Nesse mundo esquecido!
Instagram:@paulo_cesar.lima
CORRUPÇÃO E LADRÃO
Sou um homem obediente,
Escrevo muito consciente,
A corrupção prudente.
Mas, para nosso desgosto,
Não é só corrupção,
Também tem ladrão,
Que rouba por satisfação!
No Rio de Janeiro,
A tv nos fala,
Tem cocaína e crack,
É duro de ver
Essa nossa realidade.
Tem pessoas traficando
Ate na prisão,
Tudo isso vejo,
Na televisão.
Outro dia vi um delegado
Duro de matar,
Prestei atenção e vi,
Ele também foi a traficar.
Vi também manifestação
Gente boa e valente.
Lutando pelo seu pão!
Vi também os ladrões,
Que desfaçados se espalharam
Nas manifestações.
Vamos para o mundão,
Pai mata filho,
Por qualquer confusão.
Na tv é só oque fala,
Mãe, pai e filho
É morto a facada.
A imprensa divulgou,
E o mundo ate hoje chora,
Onde é que esta Isabela?
Por onde andas agora?
Nunca me esqueço
Do caso de Isabela
Não sei se caiu
Ou foi jogada pela janela.
Tem o caso de Eloá
Morta pelo namoro terminar
O namorado não conformado
Resolveu a vida dela retirar.
No Rio de Janeiro
Uma criança foi morta
Passou também na televisão
Foi arrastado por um carro
Nem sei se foi caminhão
Bandidos hipócritas
Sem coração
Paulo César Lima